"Morador de Rua" - PARTE 1

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Oi meus amores, bom dia! Espero que estejam todes bem!

Hoje vamos colocar algumas pecinhas importantes no lugar, para o desenrolar desse arco da embaixada. Ele foi planejado há MUITO tempo e eu espero que dê a vocês aquele gostinho de tensão de parte de ação que eu tanto gosto.

Espero que estejam se cuidando! Obrigada por ler!

Com amor, Bia.

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"Morador de Rua" é uma música escrota da dupla Zé Neto e Cristiano.

Por que diabos usei uma música escrota como título? Eu queria trazer essa problemática pra FIC.

Primeiro porque acho muito escroto você fazer "graça" com pessoas em situação de rua, a maioria das vezes as pessoas não estão nessa situação porque querem, ao contrário do que alguns  imbecis dizem (tivemos exemplos disso esse ano - ACABA 2020!).

Segundo porque ela se encaixa✨perfeitamente✨ com um personagem que será apresentado aqui hoje, então se vocês lerem a letra desse traste de música, vão saber que ele não passa de ✨um macho mimado que acha que mulheres devem algo a ele.✨

Espero que já o odeiem por isso. Boa leitura 🖤

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1

[Brasil, domingo de manhã. Diferença de -12 horas em relação ao Japão]

Raoni abriu os olhos naquele domingo, de repente. Se colocou sentado de uma vez, o coração acelerado, a respiração descompassada. Por um momento, podia ver os olhos negros à sua frente, e aquele cheiro estranho invadindo suas narinas. Fechou os olhos rapidamente, tentando respirar fundo, trazendo a mente a imagem de quando viu Pandora pela primeira vez, meio de trás de sua mãe, enquanto ela se apresentava e dizia a ele:

— Oi Nico, eu sou sua irmã mais velha, a Dodó.

Observou os olhos enormes, a camisa com uma estampa de caveira muito surrada. Ela parecia não ter dormido e cheirava a maracujá. Sorria com os lábios e com os olhos, enquanto ele a investigava assustadamente. Os enormes cabelos pretos da garota, os piercings no nariz e nos lábios e a cor exatamente igual à da sua nova mãe o encantavam, mas a forma como ela o olhava era a coisa que o fascinava mais.

— Você gosta de PJ?

Sentiu o coração bater mais rápido, lembrando exatamente de como se sentiu com a menção dos seus livros de fantasia favoritos. Ele se agarrava a eles, desde que saiu do orfanato, como a única certeza de que tinha algo na vida. E aqueles sorrisos, aqueles olhares, aquela voz, fez com que seu mundo se iluminasse, e ele sentisse que podia confiar de novo.

— Isso quer dizer que posso te dar um abraço?

Levou a mão às bochechas, sentindo o líquido quente escorrendo dos olhos. A respiração não vacilava mais e seu coração estava mais calmo. Deslizou a mão e o pulso pela coberta, sentindo o tecido ali. Aquela lembrança sempre o trazia de volta, principalmente depois do evento do sequestro. E pensar naquilo imediatamente fez com que sua cabeça viajasse até o Japão.

Durante aquelas semanas, era muito evidente que havia algo errado. Ele sabia, Pandora sabia. E, para desespero daqueles que ainda estavam no Brasil, haviam coisas bem erradas por aqui também. Ele não precisava ser um gênio (apesar de ser) ou um adulto para saber como as coisas estavam estranhas. Marchas acontecendo por todo canto, agências de heróis financiando manifestações e movimentações políticas. Havia um... clamor diferente nas vozes das pessoas.

CAIXA DE PANDORA - 1º TOMOOnde histórias criam vida. Descubra agora