"Você não existe" - PARTE 2

62 9 17
                                    


3

Midoriya acordou animado aquele dia pela manhã. Era bem cedo, nem precisou do despertador pra levantar. Espreguiçou, tomou banho, escolheu uma roupa quente e saiu do quarto pronto. Pensou em sentar um pouco no sofá para esperar, mas logo ouviu a porta do elevador abrindo, e os colegas conversando o mais baixo que podiam.

- Bom dia, pessoal!

- Bom dia! - responderam.

O grupo trocou beijinhos de bom dia no rosto (vindos de Dora e Shinso), enquanto o garoto de olhos verdes ficava vermelho ganhando selinhos de Kirishima e Todoroki.

- Obrigado por virem! Bom, uhm... estão todos prontos?

- Eu jamais recusaria um convite desse! - respondeu a brasileira.

- Não vamos dar trabalho mesmo não, hein, Midoriya? - perguntou Kirishima, sem jeito.

- Não, claro que não! Eu falei com minha mãe e ela amou a ideia!

- Nós vamos direto? - perguntou Todoroki.

- Não, vamos passar no mercado e comprar algumas coisas antes.

Os cinco então caminharam pra fora do dormitório e se dirigiram para o centro comercial mais próximo. Entraram no mercado para comprar alguns lanches, e mostraram algumas comidas diferentes para a brasileira, que parecia demorar a entender como sorvete de feijão era exatamente aquilo e não um acidente, como achar um monte de feijão cozido em um pote de sorvete na geladeira.

Caminharam calmamente até o metrô, conversando e rindo, enquanto contavam casos sobre o que havia acontecido naquele último semestre. Shinso confessou que uma das maiores realizações daquele ano letivo, além de ingressar na 1A, foi ter participado da casa mal assombrada que sua turma fez no festival cultural. Lembrar dos colegas da atual turma berrando de medo quando ele caía do teto ensanguentado fez com que ele chorasse de rir.

Kirishima contou de uma vez que ele havia assustado Mina na cozinha a noite e a garota jogou o que ia comer pra cima. Infelizmente, tudo que sobe, desce, e Kirishima teve que ir pro quarto pra se lavar pois acabou todo sujo de pasta de amendoim e leite com chocolate.

Todoroki estava muito calado porque tinha encostado a cabeça na de Pandora e dormido, mas Midoriya contou do dia que eles quebraram um ovo na perna do lado quente do garoto e o ovo mal escorreu e fritou ali mesmo. Pandora ficou horrorizada e pensativa, e eles gargalharam quando ela citou uma lista de coisas que ia tentar cozinhar nele.

Desceram na estação seguinte e foram caminhando por uma vizinhança que parecia muito calma. Chegaram num prédio que ficava numa rua estreita e Midoriya tocou o interfone. Minutos depois, uma mulher gorda, baixa, de cabelos verdes e preso na metade da cabeça se juntou a eles.

- Pessoal, essa é minha mãe, Inko! Mãe, esses são, Todoroki-kun, Shinso-kun, Kirishima-kun e Dora-san!

- Muito prazer! - disse o quarteto, com uma reverência.

- O prazer é meu! Vamos? Agora só falta um pouquinho!

O grupo caminhou até um parque que havia ali perto. Esticaram as toalhas, estampadas com frutinhas e bichinhos, que Inko havia trazido e colocaram os lanches na cesta. A mãe de Midoriya também havia feito um chá quentinho e serviu os alunos.

- Nossa, tá muito gostoso, Midoriya-san! - disse Pandora.

- Obrigada! Que sotaque bonitinho o seu! - disse ela com uma risadinha. - De onde você é mesmo?

- Do Brasil! Lá é bem mais quente que aqui, tô tentando me acostumar.

Conversaram um bocado sobre o país e Pandora falou de seus pais e da vida por lá. Uma hora mais tarde, estavam jogando dominó, quando viram Inko acenar pra alguém e tiveram uma surpresa inusitada.

CAIXA DE PANDORA - 1º TOMOOnde histórias criam vida. Descubra agora