"Game Over" - PARTE 2

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— Prestem atenção! Treino de individualidades hoje, peguem as instruções com os professores de vocês e se mexam, não temos o dia todo! - gritou Vlad.

Os alunos então se aglomeraram ao redor de Aizawa, que com seu tablet ia lendo os nomes de cada um deles:

— Ashido e Kirishima, resistência, setor três. Cuidado com os colegas perto de vocês. Yaoyorozu, vá ajudar o Martins da turma B. Iida, Honeinuki está esperando, no setor sete. Leve algo para desentupir o escapamento. Mineta, com Yanagi e Kodai, setor nove. Midoryia e Bakugo, setor doze, manobras aéreas. SEM. DESTRUIR. TUDO. Pandora, setor onze. Shinso, Tsuburaba e Kamakiri esperam você no setor...

Pandora caminhou em silêncio, tirando a luva de Mic da mão e enfiando no bolso. Sua cabeça ia e voltava nas informações conseguidas à noite. Ia silenciosamente para o setor selecionado, puxando o braço direito para um alongamento, e deu um pulinho e armou um soco quando alguém tocou seu ombro.

— Do-Dora, calma, sou eu! - disse Midoriya, levantando as mãos na frente do rosto.

— Nossa, desculpa Izu. Eu... tô ínsone.

— Vai parecer mais morta do que já parece, vudu. - disse Bakugo, que vinha ao seu lado.

— Urgh, não precisa me lembrar disso! - disse brava, cruzando os braços e enchendo as bochechas de ar.

— O professor Aizawa disse que vinha conversar com a gente sobre o treino de hoje... ah!

O herói já estava à espera dos três, segurando seu saco de dormir.

— Sensei! - continuou o garoto de cabelos verdes.

— Vocês dois: tentem estabilizar ao máximo o que vocês podem fazer fora do solo. Você: vamos forçar os limites da sua comunicação mental e do seu teleporte com objetos. Qual foi o seu peso máximo transportado?

— Hm... 30 a 40kg, sensei. - disse ela, instintivamente levando a mão esquerda a entrelaçar os dedos na direita, tocando suas cicatrizes.

— Certo. Podem destruir aquele paredão, mas deixem escombros de peso variado entre 30 e 500kg. SÓ AQUELE, OUVIRAM?

Pandora e Deku encolheram os ombros e sinalizaram que sim com a cabeça, enquanto Bakugo só grunhiu e olhou pro lado. O professor resmungou algo sobre "trio de crianças problema" e saiu. Os três então se viraram para a estrutura de concreto e bateram com medida, tentando separar os blocos por peso. A menina agradeceu a ajuda e viu dois dos seus queridos indo mais pra longe. Eles realmente pareciam estrelas gêmeas, o que a fez sorrir.

Olhou para os blocos ali e lembrou do ataque ao orfanato, e fechou as mãos com força, sem se importar com o incômodo das unhas grandes na palma das mãos. Lembrou do corpo todo trepidando de ódio e, naquele momento, uma dor estrondosa atravessou seu corpo. Ela arfou pesado e sentiu os joelhos vacilarem, e entendeu o recado, apoiando as mãos nas coxas para não cair.

Ajeitou o corpo e se preparou pra aquele processo. Segurou o primeiro bloco, um dos mais leves. Olhou pra onde queria ir, sentiu o corpo vibrar e, em instantes estava do outro lado. Segurou um do mesmo peso na mão oposta, repetiu o processo, com sucesso. "Muito mais forte", ela pensou, enquanto a mistura de dor aguda e injeção de adrenalina. Foi aumentando gradualmente o peso até chegar a 100kg em cada uma das mãos, mas já se sentia entediada.

Sentou um pouco e virou a cabeça, mirando os pedaços de concreto perto de si. Olhou pro lado e viu os dois amigos trocando socos e chutes no ar, e uma ideia súbita passou pela sua cabeça. Deu uma risadinha e chamou Aizawa pelo "Mind Chat". Mais a frente, Midoriya desviava de uma explosão vinda da mão esquerda do loiro com um rasante.

CAIXA DE PANDORA - 1º TOMOOnde histórias criam vida. Descubra agora