"Na Sua Estante" - PARTE 2

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Pandora deixou o laboratório e se despediu de Hatsume, que ia para o dormitório do lado oposto. Caminhava a passos largos para o seu dormitório, já era bem tarde e o sábado seria pesado, com muitas aulas de exatas e a de japonês, que ela definitivamente precisava prestar muita atenção. Estava um tanto desatenta, pensando na conversa que tinha acabado de ter, quando ouviu:

Hey, listener!

O grito fez com que ela se assustasse tanto que teleportou desgovernadamente pra cima de uma árvore ali perto. Caiu no meio dos galhos na copa ficando presa, aborrecendo um passarinho que tentava dormir, o que fez com que ela levasse uma bicada no braço (ou várias).

— Ai! Desculpa, foi sem querer! - protestou ela, tentando se proteger do bichinho - Uh? Yamada sensei?

What's up, miss? Acho que falei alto demais... Você está bem aí em cima?

— Ah! Ai! Pára, passarinho! Tô, eu vou descer!

A garota teleportou novamente pra baixo, toda cheia de galhos e folhas nas roupas e no cabelo.

— Me desculpa, sensei. Isso acontece às vezes...

No problem! Aizawa me disse que você vai embora em um mês mais ou menos, é isso?

— Uhm... sim, é bem isso. - disse a brasileira, com um olhar de tristeza, recolhendo suas coisas que haviam caído no chão com o susto.

— Hey... - falou o loiro, colocando as mãos nos ombros dela e sorrindo - Vamos aproveitar esse tempo pra treinar! Eu pensei em algo, pro seu Mind Chat. O que acha de começarmos amanhã?

— Ah! Eu adoraria, sensei! Uhm... eu pedi a Hatsume-san alguns ajustes pro meu uniforme, ela disse que pra fazer como pensou precisaria testar antes... e era melhor ser no ginásio com um professor responsável.

— Ugh, isso parece realmente perigoso. Tem certeza?

— Infelizmente, eu acho... - respondeu a garota, coçando a cabeça - Você... o senhor poderia me acompanhar?!

— Claro! E... o que você pediu para Hatsume? - perguntou, enquanto caminhavam para o dormitório.

— Falei com ela sobre a durabilidade do meu uniforme. Eu queimei as mangas da última vez e ela ficou brava, mas agora sabemos que precisa ser algo mais resistente.

Indeed. E o que mais?

— Talvez algo parecido com as solas do Midoriya... e luvas. Preciso muito melhorar minhas luvas.

— E você gosta de usar luvas?

— Eu adoro! - disse ela, entusiasmada, dando um pulinho - Lembro que foi o primeiro acessório realmente rocker que eu tive. Eram enormes pra mim na época mas... me faziam sentir como se eu fosse uma estrela!

Chegaram no ponto em que deveriam se despedir.

— Sensei, uhm... muito obrigada... por tudo. Você tem sido incrível nessa jornada. E o Aizawa sensei também. Eu jamais vou esquecer o que têm feito por mim! - disse a garota, fazendo uma grande reverência.

Hey, hey! Heróis aprendem uns com os outros não é? Conosco não vai ser diferente, miss. Here.

Dora ergueu a cabeça e viu Yamada tirando uma de suas luvas, a que cabia exatamente na mão da dela que tinha mais cicatrizes de queimaduras, e entregando em suas mãos. Ela arregalou os olhos e eles se encheram de água, e não resistiu a dar um pouco do calor brasileiro pro professor, pulando em cima dele pra um abraço.

CAIXA DE PANDORA - 1º TOMOOnde histórias criam vida. Descubra agora