"A Mão que Aponta" - PARTE 2

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Eri havia acordado e os adultos precisavam conversar, então Pandora se prontificou a ficar com ela por algum tempo. Assim que levaram as duas para a ala comum, com alguns brinquedos, os quatro se reuniram em torno da mesa dos Aizawa-Yamada. Eraser Head caminhou até a geladeira e a abriu, perguntando:

— Cerveja?

Todos aceitaram com um aceno de cabeça, incluindo All Might. Aizawa esticou para ele uma cerveja sem álcool, sabendo do gosto do outro professor por não alcoólicos*. Sentou-se ao lado de Hizashi, dizendo:

— Mais alguém além de mim está em conflito entre o que a garota fez ser insanamente genial ou estúpido?

— Acho que todos nós, Sho. - disse o marido, dando um gole na sua garrafa.

— Eu consigo entender o sentimento dela, Aizawa-kun. Acredito que dadas as circunstâncias, ela jogou com as cartas que tinha para acelerar quaisquer planos que eles tivessem. E talvez assim não tivessem tanto tempo para se organizar com maestria.

— Faz sentido. - falou o detetive - Mas o que será que ele quis dizer com upgrade?

Os heróis se entreolharam, pensativos.

— Talvez tenha algo a ver com aprimoramentos físicos? - disse Mic.

— Ou com aprimoramento de individualidade, como os dos Nomus. - disse Eraser.

Silêncio. Todos haviam pensado nisso, mas nenhum deles havia ousado verballizar.

— De qualquer forma, agora precisamos ficar triplamente atentos a qualquer coisa que mire a garota no próximo mês. Qualquer coisa direcionada a ela. - comentou Toshinori.

— Vou ver se acho algo nos nossos registros relacionado a atividade da Liga, mas eles têm sido bem discretos nesse último mês.

Aizawa apoiou os cotovelos na mesa, cruzou as mãos e colocou o rosto sobre elas, comprimindo os lábios. Yamada olhou pela mesa nervosamente, o que despertou o interesse do detetive.

— O que houve, Eraser, Mic?

— Uhm... - murmurou o loiro, passando as mãos pelos cabelos.

— Recebemos um áudio. - disse Eraser.

— De Gran Torino. - completou Mic.

— O que houve? - perguntou o ex nº 1, ansioso.

— Parece que houve uma mudança na condição de Kurogiri. Ele nos pediu pra verificar. - respondeu o professor residente.

— Entendo... bom, não adianta nos apressarmos agora, não é? Vamos prestar atenção e verificar nossa rede de informações. - comentou o detetive.

— Certo. Qualquer alteração importante, nos avise. - disse o loiro de cabelos grandes.

— E continuem o bom trabalho com a garota, professores. O que ela fez ali foi digno de um herói com conhecimento em espionagem e invasão. E a coragem? Não consigo nem imaginar como está a cabeça dela.

Os três docentes deram um sorriso tímido.

— Falando nisso, talvez seja hora de dispensar Dora-san, Sho.

— Eu vou buscar Eri, então. Fiquem mais um pouco, senhores. Já estarei de volta.

A hospitalidade não era algo muito característico de Aizawa: ele preferia seu ninho, seu canto, com sua família, chamar pessoas pra dentro do seu santuário era uma coisa que Hizashi faria. Mas naquele momento, percebeu que todos poderiam usar um pouco de alento. Muitas coisas tinham acontecido recentemente, e de certa forma todos estavam envolvidos em alguma ponta daquele novelo.

CAIXA DE PANDORA - 1º TOMOOnde histórias criam vida. Descubra agora