"Game Over" - PARTE 3

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5

Aizawa andava de um lado para o outro. Yamada estava terminando de dar uma maçã pra Eri, picada em forma de coelhinhos, quando viu o marido olhar o relógio pela sexta vez em menos de dez minutos.

— Shota...

— Como vamos fazer pra sair sem alguém pra cuidar de Eri? Não atendem o telefone, o que a gente deveria fazer?!

— Fique calmo, vamos encontrar uma solução pra isso. Você tentou o Midoriya?

— Ele também não atende. - respondeu exasperado, passando a mão pelo rosto e cabelos, andando pra janela mais uma vez.

— Certo. Eu vou tentar agora.

Assim que o loiro pegou o telefone, Aizawa se virou pra ele e disse:

— Com quem você vai falar? - perguntou desconfiado - Eri, mastigue devagar.

— Djischulpa, pwapwai. - respondeu a menina, com as bochechas cheias com dois pedaços enormes de maçã.

— Confie em mim. - disse Mic, colocando a mão fechada na cintura.

— Da última vez que deixei algo importante nas suas mãos você chegou em casa voando, quando dois dos meus alunos tinham acabado de destruir um campo de treinamento.

— Detalhes, detalhes... a gente que é professor tem que aprender a se divertir também, Sho. - levou a mão ao bolso, com um som do celular, e leu uma mensagem no aparelho - Resolvido. Vamos terminar de organizar as coisas. Eri, suba no banquinho, vamos lavar o prato.

— Tá bem, papa. - disse a garotinha, caminhando pra pia.

O homem de cabelos negros foi ao banheiro, depois pegou sua carteira, enfiou no bolso, pegou a chave do carro e ouviu a campainha tocar. Hizashi mais do que depressa correu pra atender, dizendo um animado "pode subir", indo abrir a porta e aguardando do lado de fora. Em alguns instantes, Aizawa reconheceria os cabelos enormes e a mochila furta cor imediatamente.

What's up, miss? - disse o homem de olhos verdes - Entre, entre.

— Com licença, sensei. - disse ela, deixado suas coisas num canto e fazendo uma reverência - Boa noite, Aizawa sensei. Boa noite, Eri-chan!

— Boa noite Dora-san! - disse a garotinha, correndo pros braços da aluna.

— Boa noite, Pandora. Como está se sentindo?

— Melhor, meu pulso não dói mais. Vamos ter treino amanhã? - disse ela, com um brilho estranho nos olhos.

— Se você já se sente bem, com certeza.

— Pan-chan, venha aqui. - pediu Present Mic - A Eri acabou de fazer um lanche, daqui a umas duas horas podem fazer outro. Tem frutas, biscoitos, bolo, leite, cereal e suco. O jantar está pronto, só esquentar. Não devemos chegar muito tarde. Ah! A babá deve chegar em algum momento. Quando ela chegar você pode ir. Podem ficar na área comum lá fora se preferirem.

— Certo, sensei. Pode deixar comigo.

O casal saiu então, e Pandora olhou pra Eri, que mexia em seu cabelo, colocou a franja da garota atrás da orelha e disse:

— E agora? O que quer fazer?

Eri colocou a outra mãozinha no queixo, enquanto puxava uma mecha colorida pra cima do seu lábio superior, refletiu por alguns instantes, e falou:

— Vamos brincar de banda!

Uma hora e meia depois, Pandora parou de rodar a cabeça e a ergueu, ficando um pouco tonta. Como o som estava no talo, atende o interfone na área comum e pensou ter ouvido alguém chamando por Eri, mas não entendeu nomes muito bem. Devia ser a babá. Disse um "Já vai!", viu que saiu em português, xingou um "Merda!", ajustou o idioma, respondeu de novo e foi rumo à porta. Assim que abriu, viu três pessoas paradas ali, e o garoto loiro no meio deles disse:

CAIXA DE PANDORA - 1º TOMOOnde histórias criam vida. Descubra agora