Eu não vi mais a Pri aquele dia, e nos dias seguintes nós tivemos que tirar fotos juntos, fotos falsas. Ajula e Phil encararam a ideia como a melhor alternativa já que perto um do outro, não seríamos capazes de lidar com a farsa. Depois que os três deixaram a mansão, eu me senti devastado e solitário de novo. Enviei os documentos de Louis para a casa da Annie, e não fiz nada além de beber naquela maldita segunda-feira.
Na quinta pela manhã, Phil me ligou indicando que conseguiu evitar que notícias vazassem sobre a briga com o Daniel. Pelo menos eu não estaria causando ainda mais confusão para a Annie. E Kevin apareceu de repente lá em casa.
— Kev? – perguntei surpreso quando uma das domésticas me avisou de sua chegada e eu fui encontrá-lo na sala a me aguardar: — Aconteceu alguma coisa?
Meu irmão me olhou de cima a baixo, eu ainda estava dentro dos roupões do dia anterior.
— Vem comigo para Jersey. Vai ser bom ficar com a família e suas sobrinhas estão com saudade.
— Eu não acho que eu deva me afastar, a qualquer momento o Phil pode...
— Nicholas! – Kevin me interrompeu — Não desobedeça.Ok. Aquele era o irmão mais velho ordenando, e provavelmente não só ele. Por trás de Kevin estaria também, papai e mamãe.
— Suba, tome um banho, separe umas roupas e venha comigo. Você fica até o aniversário da Tina na próxima semana.
Não relutei, segui ao conselho de Kevin e quando estava pronto para sair, decidi ir no quartinho de Louis. Fiquei observando as coisinhas dela, relembrando os nossos momentos divertidos ao longo do final de semana, depois, visualizei a cena dela no hospital de novo. Por mais que me dissessem que "crianças adoecem mesmo", eu não conseguia deixar de pensar que foi a minha culpa. Naquele momento, no quarto da minha filha, eu tomei uma decisão: eu iria focar na Louis, e só nela. Ainda que Annie e Rhodes estivessem saindo, e isso não viesse a durar, eu não poderia mais ter o que um dia eu tive e não soube cuidar. Por isso, era melhor ter a Annie de outra forma na minha vida, como uma amiga talvez, mas principalmente, como a mãe da minha filha. E só. Ou eu acabaria perdendo a Louis também.Desde segunda Louis estava na casa da mãe, e não iria para a escola aquela semana, eu passei para vê-la na terça-feira e na noite de quarta telefonei por vídeo. Queria vê-la também antes de ir passar a semana com o Kevin em Jersey, e observando ao quartinho dela encontrei mais um motivo para vê-la: a mochilinha dela havia sido deixada ali com todas as coisas da escola.
— Eu preciso passar na Annie, Kev. Esqueci a mochila da escola da Louis aqui, e ela pode precisar e quero vê-la antes de irmos.— Tranquilo! Vai ser ótimo rever minha sobrinha.
Seguimos no carro de Kevin até a casa de Annie. Meg estava vindo de algum lugar, na calçada, quando estacionamos e ela nos viu parando frente ao portão.
— Meggie! – Kevin gritou saindo do carro.— Kevin! – ela gritou de volta correndo para abraçá-lo.
Ele sempre era o queridinho. Revirei os olhos sorrindo e me aproximei.
— Bom dia Meg, tudo bem?— Bom dia Nicholas. Tudo sim e você?
— Seguindo... – suspirei sob os olhos analíticos dela — Annie e Louis estão?
— Bem, eu não tenho certeza... Eu vim de casa. Mudei-me ontem para uma casa aqui perto, mas venha, vamos entrar... – ela falou destrancando o portão e puxando assunto com o Kevin: — Eu estou morrendo de saudades Kevin! Que audácia de você, Danielle, Joe... Enfim, que audácia de todos vocês em não vir me ver! Até mesmo Denise e Paul! O único Jonas que eu vejo com frequência é o Nicholas...
A frase parecia morrer a animação de Meg aos poucos, e eu fiz graça porque a implicância dela comigo, era até engraçada:
— E infelizmente não sou eu quem você gostaria de ver, não é? – murmurei.— Você não me faça parecer uma megera, Nicholas... – sorri, Meg puxou Kev para a cozinha e abanou as mãos para mim sinalizando o corredor: — Louis ainda deve estar no quarto.
Assenti e caminhei ao quartinho da minha filha, a cama estava desfeita, mas ela não estava ali. Deveria estar no quarto da mãe então. Apesar de reticente, caminhei até a porta de Annie e a abri com cuidado e silêncio. E quando coloquei minha cabeça para dentro do quarto, eu vi meu mundo estilhaçando mais uma vez. Louis estava deitada na cama da mãe, abraçada com Daniel Rhodes, que parecia dormir profundamente. Se eu não fosse o pai de Louis, eu diria que ele era. E para piorar, Annie saiu de sua suíte apenas com um roupão de banho.
— Nick?! – sussurrou ela surpresa.
Eu nem disse nada, apenas fechei a porta e escorei-me na parede do corredor. Senti o meu peito pesar como se fosse um infarto, e infelizmente não era. Annie abriu a porta, ainda naqueles trajes e me olhando confusa se colocou ao meu lado.
— O que faz aqui?— Meg, abriu para Kevin e eu... – comecei justificando antes que eu fosse acusado de invasão.
— Kevin também está aqui? Há essa hora? Aconteceu algo?
— Er... – pigarreei — Eu só queria ver a Louis antes de ir passar uns dias em Jersey, e aproveitei para trazer a mochilinha dela.
Ergui o objeto em minha mão e Annie o pegou, ainda calada, com aqueles olhos de pena. Era só o que faltava. Annie com pena de mim. Ajeitei-me rapidamente e antes de ir até a cozinha, pedi:
— Pode acordá-la para eu ao menos, me despedir? Só irei vê-la pessoalmente no aniversário de Tina.— Ah, claro... Só um momento.
Annie retornou ao quarto e eu fui para a sala. Sentei-me ao sofá colocando o rosto entre as mãos e Kevin surgiu com Meg, ambos com uma xícara de café em mãos.
— Nick? O que houve? – ele me perguntou.— Nada. – respondi desconversando e olhei para Meg, ela refletiu e encarou o corredor.
— Oh Nicholas, me desculpe, eu não sabia... Você o viu não é? – ela perguntou com outro olhar de pena.
— Tudo bem Meg, eu já sabia que eles estavam juntos.
A situação constrangedora só passou quando Louis surgiu sonolenta, esfregando os olhinhos e correndo até mim. Kevin e Meg que conversavam deram licença junto à Annie, e eu pude ficar com a minha filha a sós. Abracei Louis tão forte quanto fosse possível, e ela devolveu em amor e carinho também. Expliquei que iria passar uns dias na casa do tio Kevin, e perguntei se ela queria ir. Ela quis, e eu me senti aliviado dela não me trocar pelo namorado da mãe.Dali até a minha saída foi correria. Louis que eu não tinha a menor ideia de que iria comigo, estava sendo arrumada às pressas pela avó, enquanto a mãe preparava a malinha com os remédios e tudo o que fosse preciso. Ela não teria aula ainda na semana seguinte, e estava terminantemente proibida de entrar na piscina até o dia da festa. Não que eu fosse deixar também, caso a mãe não tivesse recomendado. Ela foi se despedir do "tio Dan" antes de ir embora, e quando retornou, antes que Rhodes surgisse sem camisa na sala, me deixando ainda mais constrangido, me apressei com Louis e Kevin nas despedidas.
Como se não bastasse ainda a cena da manhã, assim que chegamos em Jersey, eu teria mais novidades. Louis correu em direção às primas que aguardavam com Danielle na varanda, e eu cumprimentei minha cunhada e sobrinhas. Já bem alocados, e à vontade no quintal dos fundos da casa de Kev, Dani veio perguntar-me sobre meu relacionamento com Priyanka e o que havíamos decidido sobre aquilo. Eu contei, e então ela fez a pergunta que eu não esperava:
— Como você está em relação às fotos da Annie?— Que fotos, Dani?
Ela trocou olhares com Kevin, que aparentemente estava tão desinformado quanto eu. Dani se levantou de sua cadeira e foi até mesinha de jardim buscar seu telefone. Abriu na página do E! e me mostrou:
— Saíram esta manhã.
Daniel e Annie, juntos, de mãos dadas. Casal. Felizes. Num passeio romântico, adolescente e familiar pelo bairro da casa dela. É, não havia mais como eu pensar em maneiras de sair daquela situação. Eu estava literalmente, sozinho agora.
DIGA NÃO AO PLÁGIO. DENUNCIE!
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Linger
Fanfiction[Concluído] Depois que ele saiu pela porta de sua casa, Annie não imaginava que as coisas tomariam destinos tão controversos. Lidar com uma separação como aquela, com as suas inseguranças femininas e tentar se refazer não é fácil, principalmente qua...