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Quando apareci na sala o silêncio foi extremamente maior. E todos aqueles olhos eram os mesmos do dia que eu abri acidentalmente a porta do escritório da Annie. E não só eram os olhos das mesmas pessoas, em alguns, mas eram olhares confusos e curiosos. Sorri aliviado ao encontrar Meg, vindo em minha direção, toda animada e despojada – bonita e elegante, vale ressaltar – com braços abertos a me receber.

— Uau, você vai conosco! – falei para ela piscando atrevido e afirmativo devolvendo-lhe o abraço, e logo me virei a todas as mulheres ali presentes que ainda me encaravam: — Boa noite meninas... Então hoje teremos um desfile de beldades ou eu errei o endereço?

As risadas ecoaram tranquilas, e eu me senti aprovado. Aprovado para o quê? Não fazia ideia! Troquei olhares rápidos com Annie, e logo uma a uma delas surgiu até mim, em abraços – algumas garotas se aproveitaram da situação, eu notei – e beijos de cumprimentos.

— Bem, então vamos! Eu já telefonei para o Austin e os rapazes já estão lá!

— Ok, Jane... Vai indo à frente.

Annie falou e a mulher que se chamava Jane me perguntou:

— Você precisa de ajuda ou conhece o caminho, doutor Rhodes?

— Ah eu conheço sim! Não precisa esperar, e podem me chamar de Daniel.

Elas sorriram e saíram quase todas ao mesmo tempo, despedindo-se de Meg e causando certo agito.

— Então você não vai nos acompanhar? – perguntei mais calmo quando ficamos Annie, Meg e eu.

— Não mon chér... Eu tenho a minha própria baladinha também! Toni e Miley estão chegando... Mas se eu soubesse que você estaria tão incrivelmente lindo e charmoso assim, eu iria te arrastar comigo. Exibir um jovem e belo acompanhante à terceira idade.

Meggie Bernard era mesmo uma figura!

— Boa noite para vocês dois, e divirtam-se! – ela se despediu em tom inquisitivo, e foi ainda mais inquisidora à Annie: — E você me obedeça! Trate de não voltar para casa esta noite!

— Mãe! – Annie bronqueou se sentindo envergonhada.

Olhei de mãe para filha e notei que havia uma conversa entre elas, que eu não saberia qual era. Mas achei Annie extremamente fofa, com aquele rubor misturado a rebeldia quase adolescente diante à mãe.

— Daniel, faça-me o favor de não me entregar a minha filha esta noite!

— Ah... Pode deixar!

Respondi risonho e Annie me olhava como se eu não tivesse feito a escolha certa de resposta, então logo me justifiquei:

— Ela tem razão Annie! Você sempre passa as noites fora trabalhando, nada mais justo do que passar a noite fora se divertindo.

Meg gargalhou contente, parecia que tinha ganhado pontos à frente da Annie, e de novo a mão da mulher linda ao meu lado encontrou a minha me puxando para fora da casa. E eu senti um choque percorrer meu corpo com aquele mísero toque. Nada bom.

Meg fechou a porta atrás de nós desejando-nos novamente uma noite de diversão, e quando pisamos à calçada Toni e Miley surgiram na nossa frente.

— Uau! – irmão e cunhada disseram ao vê-la.

Annie sorriu tímida e eu observava à cena com o mesmo deslumbre de quando ela abriu a porta.

— Foi o que eu disse também... – brinquei.

Ela e Miley se abraçaram em cumprimento, trocando risos e alguns sussurros, e Toni se aproximou batendo na minha mão e me puxando num abraço amigo.

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