Capítulo 32

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"The great protector. Is that what I'm supposed to be? What if all this counts for nothing? Everything I thought I'd be? What if by the time I realize It's too far behind to see?"

(Pluto Projector – Rex Orange County)

*Capítulo narrado por Daniel Rhodes.

Senti que não era aquilo exatamente que Annie queria dizer, mas não insisti. Quando chegamos ao local indicado por Marianne, nossos nomes já estavam na lista de entrada. Marianne havia preparado uma ótima noitada, em um ótimo lugar, e logo que entramos uma funcionária nos guiou até um lugar mais reservado, onde os outros estavam.

— Marianne está com essa bola toda?

Perguntei, me aproximando do ouvido de Annie para que ela me ouvisse com todo aquele som alto, e aquela foi uma péssima escolha minha! O perfume de Annie tomou o meu olfato me fazendo desejar ainda mais proximidade.

— Até eu estou surpresa! Mas como ela conhece muita gente, provavelmente teve alguma facilidade! Este era um dos lugares que o Nick e eu frequentávamos quando namorávamos e eu sei bem que não é baratinho!

Annie me respondeu parando de frente para mim e aproximando sua boca do meu ouvido também. Enquanto ela falava eu observava a curva de seu pescoço com vontade de beijar o local, e analisava à sua nuca com vontade de repousar minha mão ali. Até que ela citou o Nicholas, e eu me senti revoltado. Por que uma mulher tão incrível como ela, casaria com um cara tão... Pequeno como ele?

        Ela sorriu e eu sorri de volta indicando que tinha a entendido, e puxando-me novamente pela mão, Annie e eu caminhamos até a mesa onde estavam todos bebendo, rindo e conversando. Como esperado, assim que nós chegamos os olhares se voltaram para nós e para nossas mãos dadas. Segurei a mão de Annie ainda mais firme, e fui cumprimentando aos rapazes – já que já tinha cumprimentado as moças – sem me soltar dela. Annie também beijava o rosto de todos eles nos apresentando formalmente.

        Uma das garotas indicou um lugar no sofá da mesa para nós dois, e eu dei espaço para Annie se encaminhar até lá, ainda sem soltá-la. Logo que ela se acomodou e eu também, por baixo da mesa nossas mãos ainda estavam dadas, apoiadas em minha perna. Então eu abri os meus dedos e a olhei discretamente, indicando que ela poderia soltar-se quando quisesse. Mas, Annie conversava animada sorrindo para os amigos, e continuou sorrindo ao me olhar e apertar ainda mais seus dedos em minhas mãos.

Involuntariamente ou não, o ato de Annie foi por mim interpretado como uma permissão para continuarmos daquela forma, e não evitei um sorriso de canto, satisfeito e até mesmo animado. As garotas sussurravam entre si com risinhos fracos, Alex nos encarava com um semblante divertido, e todos ali pareciam pessoas bem agradáveis, com exceção de um rapaz. Ele não me parecia uma pessoa complicada, pelo contrário, recebeu-me animado e eufórico, mas ora ou outra escapava alguns olhares analíticos em nossa direção.


        A noite seguia animada, tranquila e regada a muitos drinques. Foi então que descobrimos que Marianne realmente, era amiga de um dos donos do lugar – um ex-crush segundo ela – e que havia recebido aquela cortesia de uma noite inteiramente VIP com quantas pessoas quisesse pôr à lista open bar e open food. Realmente, piadas não faltaram entre os funcionários amigos com Marianne e seus "sempre bem pensados casos". A garota era realmente popular e divertida. E conforme o efeito do álcool aumentava sobre nós, cada vez mais soltos ficávamos todos.

Annie e eu já não tínhamos as mãos dadas, mas continuamos próximos, e a rodada do desespero – digo assim, porque manter meu autocontrole foi impossível depois dessa rodada – começou por intermédio de Marianne e Jane. Jane era casada com Austin, eles eram os sub chefs do bistrô no turno noturno, e também eram o típico casal que todo mundo sonharia ser: extremamente livres e apaixonados um pelo outro. Pois bem, as duas solicitaram à mesa, três doses de tequila para cada um de nós, e começaríamos um jogo de verdade ou desafio. Exatamente! Um grupo de adultos bêbados, numa puta boate de LA, numa sala VIP jogando verdade ou desafio! Não poderia ser mais trágico se não fosse cômico.

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