Capítulo 24

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“Standing in the light of your halo, I got my angel now”.
(Halo - Beyoncé)

Às vinte e três horas o movimento havia caído consideravelmente, e era extremamente normal para uma noite de terça-feira. Então estávamos nos preparando para fechá-lo.

— Annie... Algum pedido de última hora? – Giulia me perguntou confusa a me ver preparando um grande steak de picanha ao molho barbecue. Bem americano, inclusive.

— Ah não, não se preocupem, podem se arrumar para sair... Eu estou fazendo este para eu comer.

— Ah... Certo... – Jane respondeu e as duas trocaram olhares suspeitos.

Não era para esconder que alguém comeria comigo, já que um steak daquele era muito para mim, mas eu não daria satisfações também. Já não bastavam as piadas frequentes, sem que eu desse motivo. Alex foi o último a sair, me entregando o meu telefone.

— Fui procurar você no escritório e ele não parava de apitar. – me entregou o aparelho enquanto eu distribuía champignons à travessa de carne.

— Ah! Eu me esqueci, total do Daniel!

— Isso é uma surpresa. – Alex brincou sentado à bancada e bebericando um pouco do vinho que eu havia me servido.

Li as mensagens e depois de ver o meu pequeno deslize, o respondi apressada:

Annie: “Dan! Perdão! Deixei o celular no escritório... Você pode vir ainda, não é? Olha... Estou te esperando, mas se não for vir, me ligue, por favor?”.

Deixei o telefone sobre a bancada e encarei Alex, frustrada. Peguei a taça da mão dele, brigando:

— Sem bebidas, você vai dirigir!

— Olha só, até parece né... – ele ralhou tomando minha taça de volta: — Ele cancelou?

— Não sei... Ele mandou mensagens desde as oito horas! E foi para casa descansar um pouco, disse que iria aguardar a minha resposta.

— Então ele vem. Relaxe... – Alex riu enquanto eu encarava ao prato que havia preparado sem saber se havia sido um desperdício ou não — Estou indo nessa... Quer que eu fique até ele chegar?

— Não, relaxa Alex, tudo bem.

A minha voz desanimada não pode ser escondida, e meu melhor amigo riu daquilo. Eu certamente parecia uma adolescente patética. E nem estava desapontada na real, estava mesmo era triste por tê-lo deixado no vácuo. O celular apitou e eu imediatamente o peguei.

Dan: “Estou chegando, má chérie”.

E o meu sorriso de alívio foi o suficiente para Alex gargalhar e beijar minha testa sussurrando um “eu disse que ele viria”. Ele saiu pela porta dos fundos e um pouco depois o meu celular apitou de novo. Coloquei o a taça na bancada e fui ler tranquila a mensagem.

Alex: “Acabei de esbarrar com ele no estacionamento. Não façam nada que eu não faria, e cuidado para Marianne não pegar vocês dormindo no bistrô. De novo!”.

Eu respondi aquela mensagem já me encaminhando à porta dos fundos, pois sabia que Rhodes logo bateria.

Annie: “Alex, para de usar isso contra mim! Boa. Noite.”.

Abri a porta e guardei meu celular no bolso e vi Rhodes parado com um sanduíche preso a sua boca – que eu não havia notado quão grande era nem mesmo por seus sorrisos – e atrapalhado em pegar seu celular no bolso da frente. Mas desistiu assim que me viu. Tirou o sanduíche da boca com uma mordida e piscou me abraçando.

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