[24.3]

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You're everything I need and more
(Você é tudo que eu preciso e mais)
It's written all over your face
(Isso está escrito em todo o teu rosto)
Baby, I can feel your halo
(Querido, eu posso sentir a sua aura)
Pray it won't fade away
(Rezo para que ela não desapareça)

— Papai me ligou! – Daniel exclamou de repente animado — E disse que falou com você! Ele estava empolgado!

— Sim! – exclamei com a mesma animação — Seu pai é uma delícia de pessoa, Daniel!

— Tive a quem puxar.

— Convencido...

— Eu não sou uma pessoa deliciosa, Annie?

Daniel me perguntou em falso tom de ofensa e um sorriso que beirava à malícia. Eu dei um sorriso de canto, tímido porque naquele momento eu só conseguia me lembrar da proximidade que tivemos na cozinha, e do quanto o seu olhar seguro quase me fez vacilar. Rhodes não percebeu, por sorte, do contrário eu ficaria muito constrangida.

— É, você é sim!

Ele soltou um riso satisfeito e não dei tanta importância àquela confissão, porque as coisas pareciam começar a se misturar na minha mente.

— Ele me falou que te convidou a ir para Berkshire e me intimou, praticamente, a levar você! Eu devo me preocupar que você e meu pai estejam tramando algo?

— Não estamos tramando nada. Ele me convidou e fez parecer que você não volta à sua cidade há muito tempo, então eu disse que tentaria convencê-lo a ir.

— Se você quiser ir, eu te levo sem nem olhar a minha agenda, má chérie.

A voz de Daniel parecia um sussurro, um pensamento escapado em voz alta. E a constatação de uma confissão que não era para eu ter ouvido, quando o encarei e ele estava ruborizado e escapando o seu olhar para longe do meu.

— Bem! Eu acho que primeiro tenho que conhecer o seu apartamento e a sua vizinha fanática. – desconversei — E depois, quando você puder e quiser ver seu pai iremos você, a Louis, eu e a minha mãe!

— A sua mãe? – Rhodes sorriu confuso.

— Você não notou nada no jantar? Toni me disse que “pintou um clima” entre eles, e eu constatei que sim... A minha mãe gostou do seu pai.

— Eu notei algo, mas... Achei que era minha mente podre vendo coisas demais nas gentilezas do papai.

— É seu pai é muito gentil. E um galanteador nato!

— Ele deve tê-la enchido de elogios hoje, não é?

— Sim! Eu fiquei até sem graça sabia?

— Imagino! Eu não sou um terço da elegância do meu pai com uma mulher.

— Apesar de você dizer que tem a mente podre... Eu discordo. Você não percebe, mas é tão elegante quanto ele, Daniel.

Eu afirmei e ele me encarou meio em dúvida.

— Talvez. Mas você não me conhece direito ainda... – e ele riu em seguida.

— Eu fico feliz que mamãe tenha gostado dele, porque desde que o meu padrasto morreu ela não se envolveu com mais nenhum homem. E não é como se ela evitasse, mas... Sei lá, madame Meg é doidinha e aventureira, mas ela sempre foi muito romântica, fiel até após a morte.

Daniel me olhou rapidamente e enviesou um sorriso satisfeito de quem estava pensando ter escutado algo revelador e inovador.

— Que ótimo! Por que seria muito legal se eles se relacionassem, não é? Meu pai também está sozinho desde a morte da mamãe.

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