Capítulo 11

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"Eu quero dar valor até ao calor do Sol. Que eu esteja preparado pra quem me conduz. Que eu seja todo dia como um girassol, de costas pro escuro e de frente pra luz".(Girassol – Priscilla Alcântara ft. Whindersson Nunes)


— Toni, mamãe quer vir morar comigo para me ajudar com a Louis.

— Isso é ótimo, Annie!

— Ah... Não sei não irmão... Eu não quero atrapalhar a vida dela. Eu me sinto culpada por isso.

— Você não deveria se chamar Annie, deveria se chamar "Culpa". Por favor, Annie! Chega disso!

— Tá, tá Antoine. – falei revirando os olhos, contrariada — Eu estou realmente preocupada em fazer a mamãe sair da França à toa.

— Até parece... – ele riu do outro lado da ligação — Madame Meggie sonha com um de nós implorando a ela por isso.

— Acha mesmo?

— Claro! Você sabe que desde que a mamãe ficou viúva, ela só continua na França por causa das tias. Eu tenho certeza que esta mudança só tende a ajudar vocês duas. Mudanças nem sempre são negativas, irmã.

— Bem... Eu vou pensar melhor sobre isso.

— Pense bem! Agora que você não tem mais o Nicholas morando aí, vocês podem até morar juntas.

— Ela já deixou claro que não quer. Disse que fará bem para a nossa privacidade morar separadas... Você sabe como ela é.

Apressei minha filha que ao invés de comer seu lanche, o segurava na mão hipnotizada pela televisão, enquanto eu a observava e conversava com seu tio no telefone.

— É eu sei... – ele ria pela personalidade confusa da mamãe: — Mas... De onde surgiu essa ideia?

— Eu a telefonei em um destes dias, para pedir conselhos sobre como retomar a minha rotina sem afetar tanto à Louis. Enquanto ela era menor, era fácil trabalhar com ela por perto, ou até mesmo deixá-la com Denise. Mas, agora... Tem toda a readaptação à rotina... E aí mamãe achou uma boa ideia que eu arrumasse uma babá.

— E deixa-me adivinhar... Dias após, ela ligou dizendo que a babá seria ela.

— Exato. – eu ri pegando o pratinho que a Louis me entregou e indo até a cozinha para lavar — Também estou pensando em arrumar um sócio para o bistrô... Mas, você sabe como eu sou medrosa com este tipo de mudança.

— É, mas esta mudança eu realmente acho que necessita de cautela. Tem alguém em mente?

— Você?

— Jamais! – ele gargalhava — Não tenho condições Annie! Sabe que o escritório me ocupa demais, e depois... Acho um tiro no pé você fechar sociedade com alguém que não seja tão participativo quanto à gerência do negócio. Ou seja... Evite arrumar alguém que vá só injetar dinheiro.

— É eu sei, mas... Pensei que você seria uma opção de manter o negócio dentro da família e manter minha autonomia.

— Hm... Entendo, mas... Sinceramente mana? Eu não quero.

— Tudo bem... Pensei também em Alex, o que você acha?

— Alex? É... Pode ser alguém a se pensar.

— Ok. Mas, depois eu converso pessoalmente com você sobre tudo isso, pode ser? A campainha está tocando.

— Certo... – ele riu com certo tom de maldade e se despediu: — Te amo irmã, até mais.

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