[3.2]

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— Olá Nicholas, boa noite.

— Boa noite Annie, eu estou ligando para saber se há alguma novidade sobre os exames de Louis.

Suspirei sem acreditar que o destino fosse tão sacana.

— Na verdade, você parece ter adivinhado. Acabei de saber pelo Daniel.

— Dr. Rhodes, você quis dizer.

— A maneira como eu e Daniel nos tratamos formal ou informalmente não é o ponto que deveria interessar-lhe.

As sobremesas chegaram e Daniel me encarava com um sorriso travesso, e pondo-se a saborear a sua sobremesa.

— Annie, sobre isso nós falaremos depois.

— Não senhor, eu não devo este tipo de explicação a você. Aliás, você quer o quê com esta ligação mesmo?

— Bem, quando ele te deu o diagnóstico? – Nicholas entendeu minha pergunta e focou-se ao assunto principal. 

— Agora mesmo. E eu es...

— Está no hospital? Pelo barulho achei que estivesse no bistrô. – ele perguntou me interrompendo.

— Estamos o Daniel e eu no bistrô sim, falando sobre a Louis. Agora, você quer ou não quer saber o diagnóstico?

A respiração de Nicholas era a única coisa que eu escutava, e cheguei a olhar a tela do meu aparelho verificando se a chamada estava ativa ainda.

— Nicholas?

— Qual diagnóstico?

— Louis desenvolveu a diabetes.

— Droga... – ele murmurou desanimado e culpado do outro lado.

— Nicholas. Não se culpe. Olha... Mais tarde eu posso te ligar para conversamos sobre como você irá conversar sobre isso com ela? No momento eu estou...

— Ocupada, suponho. Eu te retorno.

Ele me interrompeu dizendo e desligou a chamada na minha cara.

— Olha... Nunca se case Daniel. – falei para o homem atento à minha frente.

Ele riu divertido e apontou para meu prato posto, indicando que eu deveria comer.

— Adoce o paladar um pouco com esta sobremesa divina que você preparou.

— Gostou então?

— É o petit-gateau mais diferente e delicioso que já provei. Como se chama?

Petit-gateau à lá Annie. Nada criativo eu sei, mas... Foi a primeira sobremesa que eu criei.

— É maravilhoso. Um nome simples para um sabor requintado.

— Obrigada Daniel. De verdade, obrigada por todo o apoio que tem me dado. – falei o fazendo me encarar ameno.

— Somos amigos não?

— Com certeza, Rhodes. – falei com absoluta certeza.

— Então, eu não poderia fazer diferente. Ah... Aliás, Louis ia receber alta da psicóloga, mas eu vou solicitar que continue a terapia até termos certeza de como ela vai encarar o diagnóstico.

— Obrigada, eu acho ótimo. Ela tem lidado com tudo tão bem por causa disso.

— É eu percebi também. Agora... Estarei de folga amanhã e depois. Logo, você tem dois dias para conversar com ela. E com o Nicholas. Mas, se quiser minha ajuda me ligue. Eu vou marcar a consulta dela para meu primeiro dia pós folga ok?

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