NOSSOS DESAFIOS

Capítulo 15

A diretora estava tremendo, parecia até que passaria mal. Alguns pais chegaram minutos depois o que deixou a diretora ainda mais apavorada. A Priscilla chegou em 15 minutos e vermelha feito um tomate e muito assustada, eu tentei explicar mais ou menos o que tinha acontecido pra ela, mas ela saberia exatamente o que houve quando todos estivessem presentes. Quando os pais da menina estavam lá todos nós estávamos alocados num anfiteatro da escola. Eram cerca de 60 pais. – Eu quero a minha filha aqui para explicar o que aconteceu com as palavras dela.

Diretora: A senhora não pode fazer isso... Eu avisei aos donos do colégio e ao conselho... – a porta abriu eram os donos que inclusive moram no Upper West Side ali pertinho do colégio.

Dona 1: O que está acontecendo aqui?

Diretora: Essa senhora fez uma revolução porque suspendi a filha dela por agredir uma aluna, a filha do ministro.

Dona 1: A garota que já criou caso com todo mundo que a senhora quer dizer né? – a diretora ficou estática, até a dona da escola estava por dentro do que a menina fazia e a diretora sempre acobertando achando que eles não sabiam. Ela era um verdadeiro monstro para uma adolescente. Minha filha chegou, estava com a cara fechada e tinha chorado.

Ministro: Eu ainda não estou entendendo, minha filha não é de brigar. – os pais começaram a rir.

XX: Isso é o que o senhor pensa. Sua filha foi racista com a minha filha 6 vezes, aqui estão as copias das notificações que a minha filha fez com a escola e a diretora não fez nada. – uma das donas da escola arregalou os olhos. Os pais um a um começaram a contar tudo que a filha do ministro fez aos filhos deles e ele com a esposa super assustados e envergonhados. Eles sabiam, mas fingiam não ver e fingiam estar em choque, mas na verdade estavam com vergonha de estarem expostos ali.

Eu: O que ela falou Beatrice?

Bia: Não quero te magoar mãe... Deixa isso pra lá...

Pri: Filha... Está tudo bem, não precisa ficar com medo e nem preocupada.

Eu: Eu já sei o que ela disse, mas eu quero ouvir da sua boca e quero que os pais dela, os donos da escola e todos os pais aqui presentes escutem. Você errou em entrar na sala e bater nela, mas quero que você diga pra todo mundo porque você fez isso.

Bia: Eu estava contando pra Jade que a senhora está com câncer e vai fazer cirurgia e que eu estava com medo disso tudo, do que pode acontecer. Eu estava chorando – ela suspirou – A Amber tirou uma foto minha chorando quando eu conversava com a Jade e mandou para todo mundo no colégio com um áudio dando risada disso. Só que ela mandou para Jade não se foi por engano ou se foi para realmente chegar em mim e me machucar e a Jade me mandou. – pegou o celular mexeu nele e parecia pensar se colocava ou não para tocar... Ela suspirou e colocou o áudio.

Oi galerinha do Upper West Side e do Upper East Side, advinha só quem está morrendo??? A mamãezinha sapatão da Beatrice Smith Pugliese. Olha a carinha triste dela que dó – dava gargalhada – O Karma sempre chega meus caros colegas. Esse é preço que se paga por ser nojenta e se casar com outra mulher. PEGA CANCER E MORRE... – gritou e gargalhou.

A mãe da garota estava em choque, o pai com semblante indecifrável e os outros pais em choque. A Priscilla que até então não tinha se pronunciado porque estava tentando entender o que tinha acontecido resolveu falar.

Pri: Sinceramente? Acho bem feito ela ter apanhado, porque se ela não tem quem a eduque em casa, quem a ensine por amor, vai aprender é na dor e na surra na rua. Hoje foi minha filha, amanhã poder ser uma pessoa armada na rua que vai responder com um tiro no meio da cara dela – a mãe dela a encarou. – Não me olha assim não, a senhora sabe que é verdade. E o senhor ministro, saiba que tudo isso aqui não vai ficar assim. Vão responder legalmente por isso. Quanto a suspensão da minha filha, eu vou aceitar porque ela bateu embora tenha sido muito merecido. Bateu foi pouco... Mas se ela vai voltar pra essa escola, e se meu filho vai continuar aqui, isso vai depender do que vão decidir. Minha filha nessa escola, com essa garota homofobica, racista, gordofobica, e preconceituosa em todos os sentidos como ela é, aqui ela não fica.

XX: Nem meus filhos...

XXX: Nem os meus...

XXXX: E os meus também... – os pais foram se levantando e todos falaram que tirariam seus filhos do colégio se ela não fosse punida.

Dona 2: Por favor, vamos tomar todas as providências necessárias, não será preciso ninguém sair do colégio. Eu vou conversar com o senhor e a senhora Scott agora e até o fim da tarde terão um boletim com a resolução, peço que fiquem calmos e peço desculpas por tudo isso.

Eu: Eu tenho câncer sim, eu estou com medo, eu opero depois de amanhã e não sei como vai ser daqui pra frente. Eu tenho 3 filhos um deles é uma bebê de 1 ano. Eu sou jovem tenho 36 anos e eu sou mãe, tenho uma família como todos aqui. Aqui temos pai e mãe, temos dois pais, duas mães, tios que são pais, avós que são pais e nada disso nos torna menos família, e com certeza existe muito mais amor que em certas casas. – olhei para os pais da Amber. – Como minha esposa disse, com essa garota aqui, minha filha e o meu filho não voltam para a Trinity e podem ter certeza, que isso aqui, não vai ficar só aqui. Esse tipo de coisa acontecendo nesse auge da vida, é inadmissível e não vou passar pano pra nada disso. - as donas chamaram os dois e a diretora para conversar na sala de reuniões.

Pri: Vai pegar suas coisas filha. – ela saiu. Os pais vieram nos cumprimentar e foram embora. Eu estava a ponto de explodir, mas não ia fazer isso com a minha filha vendo. – Amor...

Eu: Não fala nada Pri... Vamos... – fomos na secretaria pedi o papel da suspensão da minha filha que seria de 3 dias. A secretária disse que a diretora pediu para cancelar, e eu peguei o papel na mesa dela e assinei. – Diz a diretora que eu faço questão. Minha filha não precisa ser blindada dos atos dela. Ela fez, ela assume. Ela tem mães e ela assume o que ela fez. Ela bateu e ela vai responder por isso, não vai sair impune igual a filhinha do ministro não. – saímos da secretaria e ela colocava o casaco.

Pri: Vamos?

Bia:Vamos. –ela foi no carro com a Pri, eu disse que ia passar numa loja para pegar unspijamas que eu tinha encomendado e de fato era verdade, só ia pegar a tarde,mas eu precisava ficar sozinha. Quando o carro dela saiu eu comecei a chorarmuito. Que sentimento horroroso aquele, que ódio que eu estava. Minha vontade erasocar a cara dos pais daquela garota e socar a cara daquela garota que estavana sala de aula como se não tivesse feito nada de grave. Fiquei uns 10 minutosali chorando, me recompus, fui na loja peguei os pijamas que eu tinha compradoe fui pra casa. Coloquei os pijamas na máquina de lavar e subi.