Capítulo 109

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NATALIE NARRANDO...

Eu estava no SPA trabalhando quando minha secretária bateu na porta.

XX: Dona Natalie, acho bom ver a TV.

Eu: O que foi dessa vez? – ela ligou no canal local e um prédio estava cercado de polícia, a SWAT, a Inteligência, o FBI, e até helicópteros.

O Boulevard, prédio que funcionam bancos e alguns cofres importantes além do Grupo Meta responsável pelo Facebook, Whatsapp e Instagram está sob poder de criminosos. Até agora não foi informado o número de criminosos, nem o número exato de feridos e se há vítimas fatais. Soubemos pelo 911 que 6 pessoas do Grupo Meta foram baleadas, duas estão mortas e suas identidades ainda não foram reveladas. Dos bancos há 4 vitimas fatais e vários feridos. Os criminosos estão encurralados no estacionamento do prédio, dois foram capturados e um baleado. Ainda não se sabe quantos mais existem no prédio. Mais informações a qualquer momento.

Eu: Meu Deus, a Priscilla. – peguei o meu celular e liguei pra ela e o telefone só tocava. Liguei na sala dela e depois de 5 chamadas o Ruan atendeu e estava com voz de choro estava nervoso.

Ruan: Grupo Meta, Ruan?

Eu: Ruan, graças a Deus é Natalie, minha esposa está ai? Como ela está?

Ruan: Dona Natalie... – começou a chorar.

Eu: Ruan o que foi? Cadê minha mulher?

Ruan: Ela... Ela levou um tiro no peito.

Eu: Não... Não... – comecei a chorar – Ela está viva? – ele ficou quieto. – RUAN ELA ESTÁ VIVA?

Ruan: Sim, está... Mas ela perdeu a consciência a dona Vicky está fazendo pressão no ferimento, estamos esperando o resgate. Os batimentos dela estão mais fracos. Ela está pálida, ela perdeu muito sangue.

Eu: Eu estou indo até ai – desliguei na cara dele. Peguei minha bolsa fui para o carro e dirigi feito uma maluca até lá. A rua estava fechada. Deixei meu carro ali perto peguei meu celular e fui até lá.

XX: Senhora não pode passar daqui.

Eu: A minha esposa está lá dentro e ela foi baleada no peito. – respondi ao policial.

XX: Os bombeiros já estão no prédio, acabaram de entrar e subiram para atender os feridos. – meu celular tocou era a Bia. Eu não podia atender. Eu não ia falar aquilo pra minha filha. Depois de vinte minutos ali vi os bombeiros saindo. Um corpo sendo levado, trajava sapatos pretos e calça preta. Meu coração apertou não podia ser a minha esposa, não podia ser ela. Eu só pedia a Deus para não ser ela. O corpo estava coberto, mas o pé aparecia. A calça levantou um pouco e não era ela. Priscilla tinha uma tatuagem no pé. Era uma pequena borboleta bem discreta e um N de Nina foi a última tatuagem que ela fez. Ela tinha uma para cada um dos nossos filhos. Meu coração aliviou por não ser ela, mas doeu por ver o marido da mulher a reconhecendo. Ela era funcionária do banco. Mais 20 minutos se passaram e outros paramédicos saíram. Não dava para ver quem era, e trajava sapatos pretos e calça preta, como ela saiu de casa. O corpo estava com uma manta térmica, não estava caindo neve aquele dia, mas estava muito gelado e a Priscilla não foi trabalhar de bota. Olhei para a porta novamente e a Vicky saia enrolada numa manta térmica suas mãos e seus braços ensanguentados. Era a minha mulher naquela maca.

Eu: Pri... fala comigo...

XX: Senhora não pode se aproximar.

Eu: Ela é minha esposa.

XX: Tudo bem, pode ir com ela se quiser. – eu entrei e a Vicky entrou junto.

Eu: Vicky está ferida?

Vicky: Não é nada demais é só na testa. – ela estava com o rosto inchado de chorar. – Esse sangue todo é dela. – ela estava em estado de choque. Ela tinha um corte na testa, ela contou que foi jogada no chão e bateu na quina de um móvel. Os paramédicos cuidavam da Pri, ela já estava intubada, cortaram a camisa dela, o buraco da bala era evidente acima do seio direito dela. Fizeram todos os procedimentos possíveis até chegar ao hospital. Eu tive que preencher uma ficha e esperar. Foram cuidar da Vicky também, ela levaria alguns pontinhos no rosto. Meu celular já tinha umas 20 mensagens da minha filha e muitas chamadas. Ela estava no colégio naquele momento, eu não podia atende-la, porque ela ficaria maluca. Quando meu celular tocou de novo, era minha sogra. Eu não sabia se atendia, se esperava, eu não sabia como agir. Achei melhor ignorar por hora. Vicky voltou logo já estava com as mãos e braços limpos, o rosto também e suturada. Somente sua roupa estava suja.

Eu: Como você está?

Vicky: Estou bem na medida do possível. Noticias da Pri?

Eu: Ainda não. Ela está fazendo exames. A Bia não para de ligar e agora minha sogra ligou também, deve ter ficado sabendo.

Vicky: Melhor não falar nada enquanto não tiver noticias concretas.

Eu: Sim.

Vicky: Eu vou voltar para a empresa, eu preciso pegar meu casaco, minha bolsa, só vim com meu telefone porque a atendente do 911 ficou o tempo todo na linha comigo. Acabei de pedir um taxi, vou pedir para esperarem e me levarem pra casa pra me trocar e volto pra cá. Eu fui de carona com a Pri hoje.

Eu: Meu carro está parado na rua da lateral do prédio, estou na BMW aqui a chave, vai com ele e o deixa em casa pra mim por favor.

Vicky: Tá... Eu trago as coisas da Pri.

Eu: Ok, obrigada. Está bem para ir sozinha?

Vicky:Sim – ela saiu. Ela estava em choque, estavaassustada. Parecia estar no automático. 

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