Capítulo 36

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Cheguei em casa e Aideen estava na sala com a Bia.

Bia: Quando ia me contar?

Eu: Contar o que? Oi Aideen.

Aideen: Oi Senhora Pugliese.

Bia: Sobre a mãe do Aideen que já a conhecia. – ela estava nervosa.

Eu: Porque soubemos no dia da quimioterapia da sua mãe que a conhecíamos. Nós a encontramos pelos corredores do hospital e... – suspirei – Que mundo pequeno...

Bia: Porque não contou que ela e a mamãe já foram namoradas? – perguntou brava.

Eu: E o que isso muda na sua vida Beatrice? O que o passado bem passado da sua mãe muda na sua vida posso saber? Estamos muito bem com isso, não é um problema para nós. Se for um problema para ela, não posso fazer nada. E eu não tenho que ficar aqui passando por uma inquisição de uma adolescente. – falei com raiva. – É um problema pra você Aideen? Que sua mãe tenha sido namorada da minha esposa aos 15 anos?

Aideen: Não. Claro que não. Só fiquei surpreso, bem surpreso. Afinal qual a probabilidade disso acontecer?

Eu: Pois é, muita ironia do destino. – ele percebeu que eu estava irritada.

Bia:Põe ironia isso. A mãe do meu namorado dormia com a minha mãe... – eu fechei os olhos e respirei fundo.

Eu: Está na hora de ir Aideen.

Bia: Mãe...

Eu: Beatrice, não testa minha paciência. Não admito que você fale comigo como se eu fosse uma amiguinha sua de colégio e muito menos que se refira a sua mãe como se referiu agora. Está de castigo, para aprender a me respeitar e a respeitar a sua mãe. – subi para o meu quarto, a Nat e a Nina ainda dormiam. Coloquei minha bolsa no closet tomei um banho me troquei e fui ver o Ethan, ele estava desenhando. Desci e a Bia se despedia do Aideen, fui até a cozinha fiz um café pra mim e fui ao escritório precisava fazer algumas coisas. Trabalhei até a noite quando a Natalie me chamou.

Nat: Amor?

Eu: Hum?

Nat: Já são 22 horas, você não jantou, precisa se alimentar, descansar.

Eu: Nem vi a hora passar amor. – desliguei o computador.

Nat: Quer que eu esquente comida para você?

Eu: Não precisa, eu mesma esquento – dei um beijo nela.

Nat: Que delicia de beijo. Saudade.

Eu: Eu também... – a beijei de novo.

Nat: A Bia está de castigo né?

Eu: Sim, está. Ela foi muito petulante comigo na frente do namorado dela.

Nat: Ela me contou. Ela ficou assustada amor com a notícia. Mas não vou tirar sua autoridade.

Eu: Estou começando a achar que esse namoro vai ser um grande problema para nós amor.

Nat: Só vai ser um problema se for incomodo para os dois e para a Nathalia, porque para mim não é e sei que não é para você, embora você não goste dela.

Eu: Sim. Mas a nossa filha está fazendo uma tempestade num copo d'água. E se é assim que ela quer lidar com isso, ok, eu vou lidar da minha maneira. Sou amiga dela, mas antes de ser amiga dela, eu sou a mãe dela. – fui para a cozinha e a Nat veio comigo. Esquentei meu jantar e a Natalie ficou na mesa comigo.

Nat: O que acha de viajarmos em março. No Spring Break?

Eu: Temos que ver se não vai coincidir com a sua quimio né? Se não cair na mesma semana podemos viajar. Para onde quer ir?

Nat: Pensei em irmos visitar sua mãe, irmos a praia um pouco.

Eu: Ok, a gente pode ir. As crianças vão gostar.

Nat: Amor, estou pensando em levar a Bia no ginecologista. – meu corpo todo arrepiou.

Eu: Porque?

Nat: Ela só foi quando menstruou pela primeira vez, ela tem reclamado de cólica nos últimos 3 meses e agora ela namora né, acho que seria bom ela conversar com um ginecologista, tirar dúvidas e quem sabe começar a tomar remédio. – arregalei os olhos.

Eu: Nossa filha tem 15 anos... 15 Natalie. Ela nem precisa sonhar em começar a transar com esse garoto. – já falei nervosa.

Nat: Priscilla, tem coisas que a gente não vai poder evitar, eu prefiro cercar nossa filha de cuidados que deixar passar.

Eu: Tenho medo disso parecer que estamos incentivando qualquer coisa.

Nat: Amor, não é bem assim. Eu vou conversar com ela, explicar o porquê disso tudo. Não vou deixar nada subentendido. Mas eu prefiro leva-la ao médico, ver se está tudo e quando tiver de rolar alguma coisa ela chegar para nós duas e contar que quer fazer e quer ir ao médico antes para começar a tomar remédio e evitar que ela seja mãe antes de terminar o colégio do que deixar de qualquer jeito.

Eu: Tudo bem amor, você tem razão – suspirei – Deus me livre ser avó agora, eu tenho 35 anos. – até arrepiei.

Nat: Nem me fala, eu já tenho câncer, não quero ter neto também. – eu comecei a rir.

Eu: Que horror. – demos gargalhada.

Nat: Fui cruel agora amor...

Eu: Foi muito. – lavei o meu prato e o copo – Vamos subir. Toma banho comigo?

Nat: Gostei da ideia... – me deu um selinho. Ela colocou a banheira para encher, colocou sais. Eu tirei a roupa e quando entrei no banheiro ela se olhava no espelho.

Eu: Tudo bem?

Nat: Isso não é legal... – falou triste passando a mão no curativo que protegia o port-a-cath. – Nada sexy...

Eu: Isso faz parte de você por um período de tempo amor. – a virei de frente pra mim.

Nat: Eu estou horrível e vou ficar pior, você sabe disso.

Eu: Eu te amo de qualquer maneira e eu estou do seu lado pra tudo. Eu não me importo com cateter, não me importo com cabelo, o que me importa é você saudável ok? – dei um selinho nela.

Nat: Pode ser que fique um tempo sem sexo.

Eu:Está tudo bem pra mim, eu te amo e nosso amor não é resumido a sexo. O sexo éuma extensão da intensidade do nosso amor, não é o ingrediente principal dele.Vamos entrar na água vem... –entramos na água e ela sentou entre minhas pernas. Ficamos ali na água trocandocarícias um tempo, saímos e fomos pra cama. Ela logo dormiu e eu dormi também. Beatrice não falava comigo desde que a coloqueide castigo uma semana sem gravar vídeos, sem sair com o namorado, sem ternamorado em casa. 

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