Capítulo 88

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BEATRICE NARRANDO...

Na manhã seguinte que cheguei em Cancun soube que o Aideen já tinha sido avisado que não poderia chegar perto de mim e ele trocou de hotel. Aproveitamos cada lugar de Cancun, cada passeio, cada experiência e minhas mães acertaram muito dizendo que era para irmos para Cancun que seria uma experiência muito boa para nós já que nenhuma de nós conhecíamos. Três dias antes de voltarmos para casa, teve uma festa na praia, era uma festa proporcionada pelo hotel, era reservada e eu conheci um cara nessa festa. Jade ficou com o amigo dele e ele veio conversar comigo. Hailey e Julie estavam ficando desde o quarto dia e estavam se dando super bem, eu estava feliz por elas. Mike era lindo, 18 anos, mora em NY estava lá com os amigos comemorando o aniversário dele que foi a alguns dias. Ficamos... E nossa, como ele beija bem... Eu resolvi beber um drink de frutas estava gostoso e foi outro e mais outro e mais outro. Eu prometi que não beberia e já quebrei uma promessa, mas minhas mães não saberiam... Quando decidi ir para o quarto Mike resolveu ir embora também e estávamos hospedados no mesmo andar. Me lembro de beijá-lo na porta do quarto dele que era antes do meu e quando acordei de manhã eu estava nua na cama dele. Minha cabeça explodia e tive meu primeiro flash do que aconteceu... Sexo... Muito sexo... Droga... O que eu fiz? Peguei minhas roupas no chão me vesti e fui para o meu quarto. As meninas estavam dormindo eu fui direto tomar um banho, aos poucos os flashs daquela noite de sexo vinham na minha mente e se misturavam com aquele dia do Macalister no colégio e ficava assustador. Sai dos meus pensamentos com a Hailey batendo na porta.

Eu: Oi... Eu já estou saindo – terminei o banho, enxaguei o cabelo e sai enrolada na toalha.

Hailey: Onde você estava? Eu fiquei preocupada.

Eu: Eu... Eu transei com o Mike. Eu acordei nua na cama dele e agora que estou lembrando o que aconteceu.

Hailey: Caralho Beatrice, você ficou maluca? Você nem conhece ele. Usaram camisinha?

Eu: Não sei eu não lembro...

Hailey: Se troca vamos procurar um médico aqui...

Eu: Está maluca? Minhas mães vão descobrir se eu usar o cartão numa clínica ou se eu usar o plano de saúde.

Hailey: Seu plano nem deve funcionar aqui também.

Eu: Funciona... é mundial...

Hailey: Quem tem um plano de saúde mundial? – me olhou como se fosse ridículo.

Eu: A CEO do facebook, whatsapp e instagram...

Hailey: Ah é...

Eu: Está divagando Hailey.

Hailey: Pílula do dia seguinte... Vamos numa farmácia... – eu me troquei enquanto ela tomava banho e fomos numa farmácia ali perto, ela comprou pra mim e eu tomei. Fomos tomar café. – E agora? Vai contar para as suas mães?

Eu: Não sei. Eu não gosto de mentir pra elas Hailey. Eu já bebi... Eu nem deveria ter bebido. E eu vou ter que ir ao médico, porque se isso der merda se essa pílula não funcionar... E se ele tiver uma doença?

Hailey: Pois é né Beatrice.

Eu: Não me julga Hailey.

Hailey: Não estou julgando, mas você não é burra e olha a merda... – logo as meninas desceram tomaram café e a Hailey contou o que aconteceu. Julie me xingou até a minha próxima encarnação, Jade ficou incrédula. Os dois dias seguintes eu não o vi mais. Ele me mandou mensagem, me ligou e como fomos fazer passeios, não ficamos no quarto pra nada então ele não me encontrou. O vi quando saia do quarto para ir embora. Só acenei pra ele e ele acenou de volta. Fomos para o aeroporto e eu vi o voo todo pensando como ia encarar minhas mães. A Julie me cutucou, o avião tinha wifi e ela estava vendo as redes sociais dela.

Julie: Uau... Amiga já viu a tia Pri?

Eu: Não, o que tem? – peguei o celular dela. – Nossa... A mamãe... Nossa...

Hailey: Ela tá um arraso...

Eu: Ficou linda... – minha mãe estava de cabelo preto e megahair. Ela ficou com um ar tão poderoso. Ela já tinha, e ficou ainda mais.

Hailey: Dona Natalie que me perdoe, mas eu pegava...

Julie: Hailey...

Hailey: Ah gente, por favor, qual bi ou lésbica que não tem um crush na dona Priscilla? Gata pra caralho.

Eu: Respeita Hailey, você está falando da minha mãe...

Hailey:Mas é verdade... –agora sim minha mãe ficou com o olhar ainda mais intimidador. Algumas horasdepois desembarcamos em NY e minha mãe Priscilla estava nos esperando. Meucorpo gelou inteiro. Ela estava linda com aquele cabelo preto e a imponênciadela estava me assustando de verdade. Eu estava com uma vontade absurda dechorar. Ela deixou as meninas em casa logo fomos embora ela me perguntou o queestava acontecendo eu não quis falar e me esquivei o máximo que pude. Até que chegou o momento que eu tive que contar e a reação dela e da mamãe não foram nada boas como eu esperava.

Mãe Nat: Você transou com um desconhecido, numa festa depois de beber quando você prometeu que não beberia? – já estava irritada e parecia estar tentando processar aquelas informações de uma maneira que se controlar para não voar em mim e me esganar. – Priscilla, fala alguma coisa? – falou entredentes.

Mãe Pri: Beatrice... – respirou fundo – Você dormiu com um cara que você nunca viu na vida, e é maior de idade e bêbada? Você tem noção de quantas regras você quebrou e que você prometeu que não quebraria? Você faz ideia? – ela estava até tremendo.

Eu: Eu sei mãe. Eu não lembro de muita coisa, eu tomei pílula do dia seguinte nem sei se usamos camisinha enfim... – suspirei – Eu não podia esconder isso de vocês.

Mãe Nat: Não podia mesmo. Vou ligar agora pra doutora Sandie e pedir pra ela te examinar. Você foi muito irresponsável Beatrice, muito. Você nem conhecia o garoto, e se ele fizesse algo com você sem você saber, se ele matasse você – ela estava muito alterada.

Mãe Pri: Você tem noção do risco que você correu?

Eu: Sim mãe... Me perdoa... Eu não queria isso. Eu sei que isso não deveria ter acontecido – eu estava muito envergonhada. Minha mãe conseguiu marcar médico pra mim no dia seguinte. As duas não falaram mais comigo aquele dia. Eu fiquei muito chateada. Editei alguns vídeos, mal dormi a noite. O Mike me mandou mensagem de novo. Eu só respondi que estava tudo bem e se tinha usado camisinha e ele disse que usou então me senti aliviada e o bloqueei. Na manhã seguinte fui na médica da minha mãe, ela pediu um exame de sangue, me deu uma medicação e ia me passar um anticoncepcional também quando saísse o resultado da contagem de hormônios. Minha mãe não falou nada comigo em nenhum momento, ela sequer me olhou. Os dias foram se passando, e eu me sentia cada vez mais deprimida. As meninas iam lá pra casa a gente entrava na piscina, fazia churrasco, minhas mães recebiam as meninas muito bem, mas não falavam muito comigo e isso me matava. Minha mãe já tinha passado pela ultima quimio dela e a gente seguia sem conversar muito. Isso se arrastava a duas semanas. Quando deu os 15 dias de pausa do tratamento ela voltou para tirar o port- a- cath, ela estava feliz por isso, o tratamento dela finalmente acabou e fomos comemorar num restaurante brasileiro. Minhas mães estavam planejando uma viagem só as duas e elas merecem isso. 

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