Capítulo 58

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NATALIE NARRANDO...

Depois de todo caos que foi o ultimo mês, tentávamos ter um pouco de normalidade, por mais difícil que fosse. Mais um ciclo de quimioterapia se foi. Nesse ciclo a Sam estava também e mais feliz que nunca, era o último ciclo dela, fiquei muito feliz por ela. Era inicio de semana depois do dia das mães que foi incrível com meus filhos com a minha sogra. Minha sogra foi embora, ajudou muito esses dias que passou conosco. Bia estava bem em alguns dias e ficava muito mal em outros dias. Ela estava num clássico quadro de depressão então tínhamos que ter paciência com ela. Eu vinha me sentindo cada vez pior como mulher. Meu cabelo voltou a cair ainda mais, minha pele não estava legal, eu perdi mais peso, eu não tinha libido, eu me sentia exausta e a Priscilla fazia praticamente tudo sozinha e eu me sentia mal por isso e começamos a nos desentender por isso as vezes. Era dia 12 de maio terça feira. Terminei minha sessão e eu não estava bem então precisei ser internada. Naquele dia tinha um grupo de apoio e a Priscilla foi na reunião e voltou um pouco estranha.

Eu: Tudo bem?

Pri: Sim. Precisa de alguma coisa?

Eu: Não.

Pri: Vou ligar pra Vicky pra saber como as crianças estão. – pegou o celular dela e saiu do quarto. Priscilla não estava normal. Depois de 15 minutos ela voltou. – Estão todos vivos ainda. Nina dormiu agora, o Ethan está vendo TV e vai pra cama em 20 minutos e a Bia está terminando a lição de casa. Eu vou leva-los para o colégio de manhã e volto para ficar com você.

Eu: Acho que deveria ir pra casa dormir com as crianças, você está de licença, a Vicky deve estar cansada e trabalhando demais, ela não é nossa babá, não tem que fazer isso.

Pri: Não vou deixar você sozinha. – já falou um pouco irritada.

Eu: Podemos contratar uma cuidadora, uma enfermeira pra ficar comigo.

Pri: Natalie pelo amor de Deus, minha cabeça está doendo. Não vamos discutir isso. Eu vou sair um pouco pra comer alguma coisa, eu não comi nada hoje e logo eu volto.

Eu: Porque está nervosa assim? O que está acontecendo Priscilla? – a alguns dias tem sido assim, só irritação e desconfianças.

Pri: Nada Natalie, você só está falando demais, já cansei de falar sobre isso com você e você insiste na mesma coisa o tempo todo, isso é cansativo. Eu só vou sair para comer alguma coisa, para respirar um pouco, não tem nada de mal nisso, ou tem? – saiu irritada. Tinha alguma coisa errada. Logo bateram na porta e quando vi quem era meu corpo até arrepiou. Era só o que me faltava.

Diorio: Oi... Como está?

Eu: Bem obrigada, pode ir. – fui grossa.

Diorio: Natalie calma... Eu só queria me desculpar, eu não tive a oportunidade de fazer isso porque vocês não deram abertura em nenhum momento e... – eu a cortei.

Eu: Calma é o caralho Nathalia. Minha vida já está um inferno, o câncer está acabando comigo, o vídeo que o imbecil do seu filho fez escondido causou uma mal imenso a minha filha que está com depressão e sofrendo muito porque ele não sabe dizer adeus e não sabe que pessoas podem ter amigos e ter namorado ao mesmo tempo e ficou todo magoadinho e ele só saiu disso tudo com uma multa e um trabalho voluntário. Não me venha com desculpas, eu não quero ouvir o que você tem a dizer eu não quero a sua falsa preocupação com porra nenhuma, não me faça dizer onde deve enfiar o seu pedido de desculpas então chega, ok. Acabou a cordialidade aqui nessa merda. Agora sai do meu quarto antes que eu mande tirar você daqui. – ela saiu. Eu estava exausta e com dor de cabeça. Eu acabei dormindo estava com dor, com enjoo, uma enfermeira veio me ver e eu reclamei de dor a ela e ela me medicou e eu acabei dormindo, não vi a Priscilla chegar. Acordei de manhã a Pri também não estava. Uma enfermeira veio me ajudar a ir ao banheiro a tomar um banho e quando sai coloquei um pijama e perguntei. – Por favor, por acaso viu a minha esposa hoje pelo hospital? Eu não a vi voltar ontem a noite e nem sai pela manhã.

XX: Ela saiu bem cedo, eram seis da manhã, disse que ia em casa levar as crianças para o colégio e voltaria logo.

Eu: Ok, obrigada. – logo trouxeram meu café da manhã, eu tomei o café me deram um remédio para enjoo, fiquei ligando para a Priscilla e ela não atendia e ela chegou por volta de 10 da manhã.

Pri: Oi...

Eu: Oi... Eu liguei a manhã toda porque demorou?

Pri: Eu estava cuidando dos nossos filhos.

Eu: Mas já são quase 11 horas da manhã Priscilla.

Pri: Eu fiz o café da manhã, levei as crianças para escola e voltei pra casa, peguei a Nina a levei ao pediatra porque hoje era a consulta dela. Voltei pra casa e fui trocá-la porque ela fez muito coco eu tive que dar banho nela enquanto a Nancy cuidava da comida dela. Eu precisava de um banho também, precisava comer direito e o meu celular ficou no carro. – falou irritada. Eu comecei a chorar. – Porque está chorando agora? – já perguntou sem paciência.

Eu: Você está brava comigo.

Pri: Porque você está surtando por nada Natalie. – falou irritada.

Eu: Cadê sua aliança?

Pri: Aqui... – tirou do bolso e colocou no dedo. – Eu sempre tiro minha aliança pra dar banho nela, lembra que eu perdi uma aliança dando banho nela e você também e tivemos que comprar novas? – colocou a aliança no dedo. Priscilla estava estranha. Ela não era assim. Estava arredia, grosseira. Doutor Max chegou me examinou, eu fiz um exame de sangue talvez eu precisaria de uma transfusão. Algumas horas depois ele voltou dizendo que eu faria uma transfusão e no dia seguinte se eu estivesse me sentindo melhor eu iria pra casa. Enquanto eu fazia o procedimento Priscilla foi buscar as crianças na escola. Ela ia cuidar do jantar e a Bia ia cuidar dos irmãos. Ela voltou era mais ou menos 21:30.

Eu: Como as crianças estão?

Pri: Estão bem. Dei banho na Nina, brinquei com ela, dei o jantar a fiz dormir. O Ethan fez lição de casa, sai de casa e ele já estava dormindo e a Bia estava gravando um vídeo e já ia dormir também.

Eu: Dorme em casa hoje, estou preocupada em deixar a Bia cuidando deles.

Pri: Ela é responsável e não seria a primeira vez. Já jantou?

Eu: Já.

Pri: Vou buscar um café. – ela saiu. Aquilo estava me matando. Priscilla estava fria comigo. Ela voltou quase 2 horas depois. – Ainda acordada?

Eu: Ainda não consegui dormir... Me dá um beijo... – ela veio e me deu um beijo. – Isso é batom no seu casaco?

Pri: Ah... Deve ser dá Virginia... – tentava limpar. - Ela me abraçou e deve ter encostado a boca.

Eu: Quem é Virginia?

Pri: Uma mulher do grupo de apoio. O marido dela está internado aqui também.

Eu: A conhece a muito tempo?

Pri: A conheci ontem no grupo de apoio. O marido dela tem câncer em estágio terminal. Fez um procedimento a alguns dias, deve ir pra casa essa semana. A dead line dele é de 2 meses.

Eu: Hum... Lembre-se que eu não estou em estágio terminal viu Priscilla. – falei com ciúmes.

Pri: E porque eu esqueceria disso Natalie?

Eu:Não sei... –ela não falou mais nada. Ela deitou na cama auxiliar e logo dormiu. Eu custei adormir, pensando quem era essa tal Virginia... 

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Será que a Pri tem uma amante?

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