Logo fomos até o necrotério do hospital fazer o reconhecimento do corpo. Era surreal viver aquilo. Entrar no elevador e descer até o subsolo onde ficava o necrotério do hospital. Quando a porta se abriu já era possível sentir o lugar gelado, tão gelado quanto a nossa alma naquele momento. Eu e Natalie andávamos pelo corredor e quanto mais andávamos parecia ficar mais longe e parecíamos mais lentas, sensação que nossas pernas estavam pesando 100 quilos cada. Apertei a mão dela com força, estava gelada e suada. Logo paramos numa porta grande de metal com dois vidros e pelo vidro já vimos um corpo coberto ali, meu coração parecia que iria parar de bater a qualquer segundo... O legista abriu a porta e entramos e o residente e o interno estavam juntos. A Vicky estava conosco, ela amparava a Natalie. O corpo coberto a nossa frente eu tinha medo de ver eu não queria ver minha filha morta ali eu não queria. Eu não queria aceitar que ela estava morta... Mas eu precisava ver e depois aceitar... Quando tiraram o lençol eu senti um milhão de coisas ao mesmo tempo. Natalie arregalou os olhos colocou a mão na boca, Vicky fez o mesmo...
XX: Senhora? Senhora? – o residente me chamou e eu voltei para o ar.
Eu: Onde estava o casaco com o crachá? – falei sem tirar os olhos daquele corpo ferido e inerte.
XX: Os paramédicos disseram que em cima da menina.
Eu: Essa menina não é a nossa filha.
XX: Senhora... Precisa aceitar e entender que...
Eu: Não repararam nada diferente da garota? – o encarei e falei com raiva. Eles nos fizeram passar por tudo aquilo sem o menor tato para darem a notícia. – Ela deve ter uns 13 anos, eu nunca vi essa menina na minha frente, ela tem uma pinta no rosto, minha filha não tem. Ela tem o cabelo curto nos ombros e minha filha não tem e ela é ruiva a minha filha tem o cabelo castanho. Essa menina deve ter 1,50 a minha filha tem 1,65 de altura. Meu Deus vocês são amadores? Como podem fazer duas mães passarem por toda essa dor e nem verificam quem é a garota?
XX: Me desculpe senhora, vamos procurar sua filha. Nós pedimos perdão pelo terrível engano. – o celular da Natalie tocou.
Nat: Alo? Sim sou eu... Estamos indo, estamos no hospital.
Eu: Quem era?
Nat: Da recepção. Nossa filha está em cirurgia. O nome dela foi colocado errado com outra menina, provavelmente essa. – saímos dali.
Vicky: Meu Deus... Foram os 45 minutos mais loucos e longos que eu já vivi.Eu: Eu fiquei 45 minutos querendo morrer pensando que a minha filha estava morta. Onde no mundo isso é normal? A diferença daquela coitada daquela menina com a minha filha? Imagina os pais dela achando que ela está viva? – tremia. Fomos para a recepção e nos informaram que nossa filha estava fazendo cirurgia no cérebro. Logo um médico foi chamar os pais da menina. Quinze minutos depois o diretor do hospital veio falar com a gente. Fomos para uma sala reservada.
XXX: Eu sou o doutor Jackson Velasques... Sou o diretor do hospital e gostaria de pedir desculpas pelo ocorrido hoje.
Eu: Pedir desculpas?
Nat: Pri... Nossa filha está viva.
Eu: Não Natalie. Chega de ser resiliente. Eu estou cansada de ser resiliente... Passamos 45 minutos... Longos 45 minutos praticamente mortas por dentro porque pensávamos que nossa filha estava morta. Por que dois incompetentes a identificaram por um crachá do colégio. Minha filha tem 16 anos, cabelos castanhos e longos, 1,65 de altura. Aquela menina tem uns 13 anos, pelo menos 1,50 de altura, ruiva e de cabelo curto. Onde essas características, combinam com essa? – mostrei o crachá da nossa filha. – Pega esse pedido de desculpa e enfia...
Nat: Priscilla... Chega...- ele levantou e saiu.
Eu: Eu vou ligar para o doutor Braverman.
Nat: O que vai fazer?
Eu: Processar o hospital, processar a filha da puta que matou aquela criança e quase matou nossos filhos. Ou se quiser, eu a sufoco com um travesseiro, só o tempo de encontrar o quarto dela. – sai andando. Eu liguei para o meu advogado falei com ele e voltei. Natalie falou com a mãe dela, eu falei com a minha que estava indo para Nova York. Os pais da Vicky que estão morando em NY agora logo chegaram também. Meu filho estava dormindo, deram um remédio pra ele, estava com dores e assustado. Depois de 6 horas a cirurgia da minha filha acabou.
XX: São as mães da Beatrice Smith Pugliese?
Eu: Sim, Priscilla e Natalie como ela está?
XX: Nadine Spelman, neurocirurgiã. A cirurgia dela foi bem sucedida. Ela bateu com a cabeça muito forte, ainda é cedo, mas é provável que tenha dano cerebral, vamos saber depois de 72 horas. Ela está em coma induzido. Ela teve trauma de tórax também, ela foi atingida em cheio pelo carro. – nos explicou tudo. Fomos ver nossa filha e ela estava irreconhecível cheia daqueles tubos, fios e ataduras.
Nat: Vai ficar tudo bem minha filha a mamãe te ama muito.
Eu: A mamãe te ama meu amor, vai ficar tudo bem. Seja forte tá? Não desista... – a beijei. Logo tivemos que sair conversamos mais com o médico sobre o caso dela. O Ethan recebeu alta as 19 horas e fomos pra casa. Vicky ia levar a Julie pra casa no dia seguinte. – A mamãe vai te ajudar a tomar um banho tá filho? Só vou tirar essa roupa.
Ethan: Tá... – tirei minha roupa, coloquei um roupão e ajudar meu filho a tomar um banho. A babá que tinha ficado até mais tarde foi embora. Demos o remédio para dor ao Ethan, pedimos o jantar num restaurante, enquanto isso eu tomei banho e a Natalie também. A gente jantou sem falar nada. Ethan não queria conversar. Perguntou se podia dormir num colchão no nosso quarto e eu levei o colchão para lá o colocando do meu lado e ele logo se deitou.
Eu: Qualquer coisa chama a mamãe tá meu amor?
Ethan: Tá mamãe... Mamãe?
Eu: Oi?
Ethan: A Bia vai ficar bem?
Eu: Vai sim filha, vamos torcer e rezar por ela.
Ethan: Tá... – eu deitei com ele e ele logo dormiu. Natalie fazia a Nina dormir eu fui até lá.
Eu: Dormiu?
Nat:Está quase. –sussurrou.
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NOSSOS DESAFIOS
FanficMeu nome é Priscilla Álvares Pugliese, tenho 35 anos sou CEO do Grupo Meta que possuem o Facebook, Instagram e Whatsapp, moro no Upper East Side, em Nova York. Tenho 3 filhos. Isso mesmo, 3 filhos e as vezes me pergunto o que se passou pela minha ca...