Capítulo 23

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Eu: Oi...

Vicky: Entra...

Eu: E ai como foi a audiência?

Vicky: Eu ganhei – ria e chorava.

Eu: Isso é ótimo – eu a abracei – Parabéns. – ela soluçava copiosamente. – Por que será que eu acho que esse choro não é bom?

Vicky: A Julie... – respirou fundo – Ela gravou algumas coisas nesses últimos dias na casa do pai dela e ela pediu para mostrar na audiência. O Josh a humilhando, a namorada dele a empurrando, a ofendendo por ela ser bissexual, dizendo que quando casasse com o pai dela, ela iria pra um colégio interno na Suíça e de preferencia pra nunca mais voltar. E um vídeo que ela deixou gravando na sala, o pai falava que não gostava dela, que deveria ter insistido pra que eu abortasse que ele não precisaria passar por nada disso agora.

Eu: Que monstro... Esse homem é um lixo – falei com raiva. – E o juiz?

Vicky: Deu o maior sermão nele, e ainda mandou redigir um documento o obrigando a pagar pensão a mim e a ela, até os 25 anos. Ele vai ter que dar a mim uma pensão de 20 mil dólares e a ela uma pensão de 35 mil dólares mensais. Julie não vai pra casa dele se ela não quiser, somente de livre espontânea vontade. Minha filha está livre, mas está arrasada porque o pai disse com todas as letras que não gosta dela.

Eu: Ela tem seu amor, tem o amor dos seus pais que em breve virão morar aqui, tem a mim, a Natalie a Bia. Ela não precisa dele. – a abracei de novo.

Vicky: Obrigada por tudo.

Eu: Imagina, sabe que pode contar com a gente sempre, principalmente comigo. – sequei o rosto dela. – Cadê ela?

Vicky: No quarto. Passamos na casa do pai dela, pra ela pegar tudo que é dela. Ela vai mudar de colégio vou ver essa semana se consigo coloca-la na Trinity ou em outra aqui perto. Ela está triste, queria ficar sozinha então dei o espaço dela.

Eu: Vou lá dar um beijinho nela. – fui até lá bati na porta e abri um pouco. – É a tia Pri, posso entrar?

Julie: Oi tia, claro. – eu entrei e ela secou o rosto.

Eu: Eu já soube. – a abracei e ela só chorou. – Você não está sozinha tá? Eu te amo, sua mãe te ama, a tia Nat, a Bia. Logo seus avós vem para NY. Você não precisa dele pra nada.

Julie: Doeu ouvir que ele não gosta de mim, mas eu vou ficar bem.

Eu: Vai sim. Você vai mudar de colégio logo, não vai ficar nessa tensão de ir pra casa dele e nem de ser humilhada por ninguém. Se não tem amor, não serve para você.

Julie: Obrigada tia Pri. Como tá a tia Nat?

Eu: Ela está bem, se recuperando da cirurgia.

Julie: Amanhã eu vou lá visita-la

Eu: Vai sim, ela vai amar te ver. Eu vou subir que ela tá com a Nina e não pode pegar peso.

Julie: Tá.

Eu: Te amo.

Julie: Te amo. – sai do quarto dela.

Eu: Ela está bem na medida do possível, acalma seu coração que ela vai ficar bem. Eu vou subir a Natalie tá com a Nina e ela não pode pegar peso.

Vicky: Amanhã vou visita-la.

Eu: Vai sim. Qualquer coisa me liga.

Vicky: Tá... – eu subi, as crianças estavam no quarto com a Natalie conversando, falando sobre o dia deles. Eu entrei não falei nada só dei uma secada com o olhar na Beatrice. Fui tomar um banho, estava exausta. Tomei um longo banho, sai me troquei, peguei a Nina e fui dar banho nela, dei um biscoito pra ela e a deixei com a Natalie que ainda conversava com as crianças. Desci pra fazer a comida da Nina, coloquei uma batata picada para cozinhar com frango, com cenoura, macarrão e feijão, ia fazer uma sopa pra Nina. Minha sogra fazia o jantar. Eu não falava uma palavra com ela. Fui no escritório chequei uns e-mails voltei para a cozinha, temperei a sopinha olhei a hora e eram 18:30, subi peguei a Nina dei a sopa pra ela, dei um copo de suco de laranja e subi com ela escovei os dentinhos dela. Natalie levantou, foi tomar banho, logo ela saiu e descemos para jantar. Eu não falei uma palavra no jantar enquanto todos interagiam. Fui fazer a Nina dormir por volta de 20:30 com meia mamadeira e ela não demorou a dormir. Eu fui para o quarto fiz minha higiene coloquei um pijama e me deitei ao lado da Natalie que lia um livro.

Nat: Está tudo bem amor?

Eu: Sim, está.

Nat: Não parece. Não falou uma palavra no jantar, e percebi que você e a mamãe não estão se falando. Já brigaram né?

Eu: Quando você foi para UTI eu só fiquei sabendo no fim do dia, quando voltei com a Nina do hospital porque a sua mãe não achou importante avisar sua esposa que você não estava bem.

Nat: Amor, não fica criando caso por pouca coisa.

Eu: Pouca coisa Natalie? Isso pra mim não é pouca coisa. Mais um A que a sua mãe falar, mais uma atitude dela, que eu não gostar, eu quero ela fora da minha casa, senão quem sai sou eu. Ela faz questão de que eu fique longe de você, sendo que estamos juntas a 19 anos e casadas a 16 anos, temos uma família. Então eu não faço gosto nenhum de tê-la na minha casa mais. Parece que ela quer que eu te negligencie para de alguma forma a gente brigar. E eu juro que estou tentando muito não cair na pilha dela.

Nat: Tenta com um pouco mais de força, porque você não está conseguindo.

Eu: Boa noite, se precisar de alguma coisa me chama.

Nat: Boa noite... – essa mulher ainda vai acabar com meu casamento. 

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