"se você tem medo do amor, você tem coragem de quê?"
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ana luísa
sentada na beira da praia eu intercalava meu olhar entre danúbia e aquela imensidão que chamamos de mar. eles disputavam entre si para saber quem era o mais bonito. danúbia de longe era uma das crianças mais incríveis desse mundo, não só de aparência como também de personalidade. é minha prima mas considero como irmã, já que em grande parte da minha vida quem me criou foi a mãe dela. tenho muito carinho pelas duas.
— luluca, vem brincar comigo. - pediu a pequena enquanto tentava fazer um castelo de areia.
levantei na mesma hora e fui até ela me ajoelhando ficando ao seu lado.
— olha, eu não consigo fazer..- tirou aquele cabelão do seu rosto. — me ajuda?
— ajudo! é assim ó..- respirei fundo e comecei a fazer, ela prestava atenção em tudo. — viu? é assim que faz! sua vez agora..
ela pegou o baldinho e começou a fazer exatamente do jeitinho que eu tinha ensinado, quando virou o balde e formou um castelo perfeito nós erguemos as mãos comemorado.
— uhull! eu consegui. - sorriu animada e pegou um pouco de areia jogando em mim.
— danúbia araújo..- disse seu nome todo e ela levantou começando a correr. — corre mesmo.
levantei e comecei correr atrás dela que só sabia rir, quando consegui alcançar ela a puxei pro meu colo fazendo cócegas e beijando seu rosto salgado por conta do mar. ela gargalhava e eu ria também vendo a sua animação.
— eu me rendo! - disse rindo e eu parei dando um último beijo em seu rosto. — você é muito malvada, analu.
— você que é! - coloquei ela no chão. — guarda suas coisinhas pra gente subir, acho que a mãe já chegou.
ela concordou e foi pegar suas coisas, enquanto isso eu esperava. quando ela terminou peguei a bolsa colocando no ombro e peguei a pequena no colo atravessando a rua.
(...)
— mamãe! - exclamou danúbia e foi correndo até sua mãe que a pegou no colo dando um abraço. eu tinha um sorriso mínimo no rosto observando as duas.
— como você está, minha princesa? - perguntou olhando ela de cima a baixo analisando centímetro por centímetro.
taís era atriz e modelo, tinha épocas que ela viajava bastante, e essa era uma delas. ficou uma semana na bahia, dessa vez senti tanta falta que meu coração parecia estar se rasgando. mas ela voltou, finalmente.
— não vem falar comigo? - me perguntou com um sorriso lindo no rosto e eu fui até ela a abraçando forte. — senti tanta falta de vocês duas, minhas meninas.
foi ela quem me criou enquanto minha mãe não era presente, foi em todas as apresentações de dia das mães e dia dos pais, assumiu um papel que não tinha nenhuma obrigação, mas assumiu! e sou grata eternamente por isso..
— como foi a viagem? - perguntei enquanto sorria vendo danúbia mexer no cabelo de sua mãe.
— cansativa, só trabalhei o tempo todo..mas lá é lindo, filha. quero ir com vocês na próxima vez! - colocou sua filha no chão e mexeu na bolsa. — mas trouxe presentes.
— presentes? uhul! - exclamou danúbia com um sorriso lindo no rosto.
minha mãe mexeu em sua bolsa e tirou de lá um anel e uma pulseira, tinha uma papelzinho escrito "analu:)" então deduzi ser pra mim. dito e feito, ela me estendeu e eu peguei sorrindo.
— que lindo! - sorri. o anel era realmente muito bonito, tinha uma pedrinha branca com algumas partes lilás e verde claro pastel, já a pulseira prata com algumas pedrinhas do mesmo jeito. — faz parte de mim agora.
olhei para baixo e vi danúbia sentada com uma bonequinha de pano de sua cor, pretinha e linda.
— vamos almoçar juntas hoje? - perguntou minha mãe e eu torci o nariz negando.
— hoje eu trabalho, dona lúcia pediu minha ajuda..
— tudo bem! se der te espero pra janta, me mantém informada.
— pode deixar, mãe. - olhei o relógio vendo que marcava 13h quase 14h. — já estou atrasada..
me despedi delas duas e fui até meu quarto pegando roupa, um vestido branco simples e um air force no mesmo tom. tomei banho, me perfumei, arrumei meu cabelo, me maquiei e saí logo em seguida com a bolsa no ombro. fui andando já que a loja que eu trabalhava era por aqui em copacabana mesmo. em menos de 20 minutos cheguei e fui recebida por dona lúcia com um sorriso no rosto.
— boa tarde, querida. - sorriu e eu fui até ela dando um beijo em sua bochecha.
trabalhava aqui as vezes, era uma doceria muito famosa. conheci dona lúcia a anos atrás quando ela trabalhava na casa de minha mãe taís, era uma querida que estava com a gente pra toda hora. minha mãe deu de presente a ela essa loja, ajudou e hoje em dia é uma das maiores vendedoras do rio de janeiro, o que me enche de orgulho!
— o que tem pra mim hoje? - coloquei minha bolsa de lado em cima da cadeira.
— vai vir uma noiva aqui escolher os doces que vai querer pro casamento, aí você já sabe o que tem que fazer né?
— sim, lu! - me sentei pegando papel e caneta. — pode deixar.
escrevi um bilhete carinhoso desejando boa sorte em seu casamento e que o universo a ajude escolher os melhores doces possíveis, ainda dei um desconto no final.
após isso eu fiquei cuidando do Instagram da loja aguardando chegarem para degustar.
(:
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tem alguém aí?
