analu
eu olhava todo mundo em cima de mim e eu só sabia chorar de nervoso, eu pensava muito no parto, mas na hora era totalmente diferente. desesperador.
- amor, respira tá bom? - cadu me olhou desesperado. - já estamos chegando.
- cadu, eu tô calma! - falei gritando e chorei mais.
estava uma correria e eu só sabia pedir a deus pela vida da minha filha, nada, literalmente nada podia dar errado. deus, por favor! nos ajude nesse momento, é tudo que eu lhe peço.
- chegamos, vem. - rodrigo, meu sogro, avisou.
cadu com toda força do mundo se esforçou e me pegou no colo saindo da lancha praticamente correndo, quando chegamos perto do carro quem estava no motorista era a minha mãe.
- já acelera, taís, acelera. - cadu falou agoniado assim que me colocou no carro.
- cadê meu filho? - perguntei preocupada e comecei a sentir umas pontadas, a maldita contração chegou.
- ele tá com o rosto do pessoal. tá sentindo o que? - ele falou tocando na minha testa vendo a temperatura, não entendi muito bem mas preferi não perguntar no momento.
- contração. tá doendo muito, muito mesmo. - falei e chorei mais ainda
- chegamos, filha. - minha mãe falou e parou o carro. - minha filha tá em trabalho de parto! - ela gritou e cadu me tirou de dentro do carro.
alguns enfermeiros apareceram e passaram a me guiar para dentro do hospital com a ajuda do cadu e eu só sabia sentir dor e orar pra tudo ficar bem.
(...)
- eu não quero parto normal, pelo amor de deus, eu não quero. - falei desesperada.
- analu, eu já consigo ver a cabecinha dela. - a obstetra me avisou e eu neguei com a cabeça.
- eu não quero perder a minha filha. - falei e cadu com os olhos cheios de lágrimas segurou na minha mão.
- você não vai, daqui uns dias você e sua filha vão sair daqui juntinhas, ok? confia em mim. ‐ ela me pediu.
- amor, por favor, faz força. - meu marido me pediu e eu olhei pra ele respirando fundo.
segurei na maca, olhei pro teto e fiz força enquanto gritava.
- isso, analu, muito bem! - ela me encorajou. - mais uma vez.
gritei mais uma vez fazendo força sentindo uma dor insuportável. eu não sei quantas vezes esse ciclo se repetiu, mas eu fiz tanta força, mas tanta, que em algum momento eu perdi a forças, me sentia fraca.
- amor, falta só mais um pouquinho. nossa filha tá aqui, só mais uma vez. vai! - cadu me pediu olhando nos meus olhos e a obstetra me olhou concordando.
eu não faço ideia de onde tirei força, mais gritei tão alto enquanto chorava que aparentemente deu certo, já que momentos depois pude ouvir um choro manhoso e fininho preencher a sala. minha menina nasceu.
- pai, pode vir cortar o umbigo umbilical. - chamaram cadu que mesmo chorando foi e cortou.
- minha filha, me dá a minha filha. - pedi nervosa e assim fizeram.
quando me entregaram minha pequena nala e colocaram ela direto em cima de mim eu só sabia chorar.
- deus muito obrigada! - falei chorando enquanto beijava minha filha. - ai deus obrigada. - olhei cadu que chorava baixinho nos olhando. - vem cá, amor. vamos agradecer.
- amor..- ele me chamou chorando e eu puxei a máscara dele selando um selinho demorado e depois beijamos nossa filha juntos.
- deus, universo.. obrigada pelo nosso sonho, obrigada por essa dádiva. obrigada por ter nos concedido nossa menininha. - meu marido falou e eu sorri concordando.
(...)
nala tinha acabado de mamar, e sendo sincera, que experiência louca e dolorosa! por mais que doesse eu podia sentir o amor passando pelas minhas veias, eu nunca tinha sentido nada igual assim na minha vida. nesse momento eu estava babando na minha filhota enquanto esperava meu marido, meu filho, minha mãe e danúbia. eu estava tão ansiosa em vê-los e acredito que nala também.
ri sozinha dos meus pensamentos e fiz carinho na pontinha do seu nariz vendo ela se mexer, sorri fraquinho com aquilo.
até que ouvi a porta abrir, eu estava sentada na poltrona de frente, assim que levantei minha cabeça pude ver os cabelões do meu filho e um par de olhos preocupados, na mesma hora ele veio correndo na minha direção ignorando os pedidos da vó dele para que se acalmasse.
- mãe..- ele falou manhoso e se jogou no meu colo com cuidado. - a senhora tá dodói? machucaram você?
ele perguntava fazendo carinho no meu rosto procurando sinais de machucado. meus olhos se encheram de lágrimas e eu neguei com a cabeça e o abracei apertado.
- a mamãe tá bem, filho. - sorri e dei um beijo na testa dele.
- irmã..- analu sorriu e veio na minha direção me abraçando também. - eu tô tão feliz por você.
em seguida veio a minha mãe que não falou nada, só sabia chorar.
- tá tudo bem. - falei baixinho e ela se afastou sorrindo mordendo os lábios contendo as lágrimas.
- eu te amo muito. - disse e eu sorri concordando com a cabeça.
- eu te amo muito mais! - falei e meu marido sorriu enquanto olhava a nossa filha.
- mãe, cadê a bebê? - ravi perguntou procurando com os olhinhos. - eu quero ver a minha irmã.
- vem cá, filho! - cadu chamou o ravi.
cadu pegou a nala no colo e em seguida a deixou deitadinha na cama para danúbia, minha mãe e ravi conhecerem ela de pertinho. eu fiquei apenas observando com meu coração grato. logo depois meu marido veio e ficou do meu lado me fazendo um carinho gostoso enquanto observava nossa família interagindo com a nossa filha.
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@cadumoraes_: de todos os presentes que eu poderia ganhar hoje no meu primeiro no dia dos pais sendo pai, esse foi o melhor. posso afirmar que sou o homem mais feliz do mundo! nala, minha filha, chegou ao mundo hoje. toda gratidão a deus, universo, e você, minha esposa. eu te amo! sua força me encanta. todo amor ao nossos filhos, sem eles eu não sou nada! (ravi, filhão, é lindo ver a forma que você ama a sua irmã, você é o carinha mais incrível que eu conheço. seu pai te ama) ser pai, filho e esposo de vocês é a minha vocação e a minha maior fonte de felicidade. sou grato demais!🤎
*pessoal, tô fazendo uma playlist dessa fic. o que acham???disponibilizo o link ou não????