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ana luísa

nesse momento a mariana estava aguardando sua vez para falar o porquê merece ficar com a guarda do meu filho. eu tinha medo, minha mão soava. ela podia muito bem querer ficar com a guarda dele só por conta dos benefícios que ela poderia ter, segundo nosso advogado.

- ai, olha..- ela interrompeu o juíz. - eu não aguento mais ficar sentada com a minha bunda nessa cadeira ouvindo você falar coisas que eu não dou a mínima.

- senhorita mariana..- ele tentou falar.

- eu não quero o menino. eu não consigo ser uma mãe pra ele, nunca consegui e nem quero. nunca foi a porra do meu sonho. eu só não falo que me arrependo de ter engravidado por que ele é lindo, uma criança doce e eu nesse momento posso dar ele para a ana luísa, ela sim é a mãe do ravi! - ela disse e me olhou, nessas horas eu já chorava em silêncio.. absorvendo tudo que ela tinha acabado de dizer. - vocês vão mesmo cometer a crueldade de tirar ele dessa família estruturada para me entregar? porra, eu nem o quero. - ela riu.

desviei meus olhos da mariana e fui de encontro com os olhos da dona lúcia, ela chorava tanto.. parecia que quanto mais a minha mãe fazia carinho em suas costas, mais ela chorava. cadu percebeu também e então me olhou negando com a cabeça e deixou um beijo na minha testa.

- vamos dar um tempo, voltamos em 30 minutos. - ordenou o juíz.

saí de braço dado com o cadu, ele estava se mantendo tão forte por mim e por nosso filho, isso aquecia meu coração mas também me preocupava.

- estamos bem, amor? - perguntei baixinho e ele olhou dando um sorrisinho e concordou com a cabeça, seus olhos brilhavam refletindo as lágrimas acumuladas.

- estamos. - ele disse apenas isso e quando o abracei, cadu chorou em meus braços.

(...)

- foi decidido nesse tribunal hoje que a guarda do menor, ravi fica com carlos eduardo moraes araújo e ana luísa moraes araújo. - ele disse e nesse momento eu só sabia chorar desesperadamente igual criança, cadu também e ele me abraçou apertado. - e que a genitora da criança não tem nenhum tipo de visita concedida, decisão tomada através do comportamento e desinteresse que ela mostrou nesse tribunal sobre a criança. - ele disse por fim e bateu o martelo.

- meu filho, eu quero ver o meu filho. - falei após sair do abraço apertado com o meu marido.

até que meu sogro entrou no tribunal com o ravi no colo e quando o pequeno viu nós dois, deu o sorriso mais lindo do mundo. cadu no mesmo instante se levantou e estendeu sua mão para pegar nosso filho e então, nos abraçamos apertado comemorando que agora o ravi é só nosso, e que nada e nem ninguém poderia tirar ele da gente.

- chora não..- ravi disse com o semblante preocupado e limpou nossas lágrimas, eu apenas sorri e deixei um beijinho em sua mão.

- meu filho, você é lindo. eu te amo tanto. eu e seu pai, não é?! - falei e olhei pro cadu que concordou e se aproximou beijando nossas testas.

- eu amo vocês. - meu marido sorriu.

em minutos o resto da nossa família se aproximou comemorando e nos abraçamos apertado, exalando amor e felicidade por essa vitória que era ter conseguido a guarda do nosso pequeno.

- agora meu nome é ravi moraes araújo, não é? - meu filho perguntou sorrindo e concordamos. - ebaaaa!!!!

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