analu
11 meses depois.minha mão tremia, finalmente chegou o dia do meu casamento. eu estava tão ansiosa! tão animada! nem parecia que era a segunda vez que eu estava fazendo isso. enquanto minha mãe e a moça me arrumavam minha mente estava longe, só pensava no quão mágico é tudo isso.
— cadê o ravi? - perguntei. - já era pra ele estar aqui.
— ele está com as tias dele, quis ficar com a irmã. - minha mãe falou e terminou de ajeitar meu vestido nos pés.
— alguém busca meus filhos? eu quero eles. - falei sacudindo a mão de ansiedade.
— se na segunda vez se casando ela está assim, imagina na primeira..- a moça falou rindo.
ri sem graça e pensei no por que de estar tão ansiosa, fugindo do óbvio é claro.
— eu amo tanto o cadu, tanto tanto..com ele tudo é novo, entende? poderia ser a vigésima vez me casando com ele e eu ainda sim me sentiria dessa forma. - expliquei e ela deu um sorrisinho concordando.
— aqui seus filhos. - minha mãe disse abrindo a porta e quando olhei, ravi me olhava de boca aberta e nala sorria.
— mamãe! - ravi disse e veio até mim e nala veio no colo da minha mãe.
meus filhos estavam lindos! ravi com aquele cabelão dele e um terno lindo e tênis, parecia um homenzinho. nala estava com um vestidinho branco lindo, em sua cabeça tinha um laço gigante e a chupeta rosa era a cereja no bolo.
— vocês estão tão lindos. - falei com os olhos marejados e me abaixei deixando um beijo na testa do ravi e um beijo na bochecha de nala. — gostou do meu vestido, filho?
perguntei dando uma voltinha e ele bateu palmas enquanto assobiava tirando uma risada de quem estava na sala.
— hora do retoque no cabelo e na maquiagem. - meu maquiador disse e eu concordei.
ravi me deu a mão e me ajudou a sentar na cadeira mesmo que não precisasse mas meu filho é um cavaleiro.
— a vovó não tem mamá não, nala. - pude ouvir minha mãe falar e ri erguendo os braços.
— me dá minha gordinha aqui. - peguei minha filha e coloquei meu seio pra fora podendo finalmente dar mama a ela.
nala estava coradinha, a bochecha gordinha e os olhos igual ao do pai me fitando.
(...)
minhas mãos suavam, o salão estava em total silêncio me aguardando. até que começou a ecoar a música da iza e meu filho chegou, ele iria entrar comigo.
— dá a mão, mãe. - ravi me pediu e eu segurei na mão dele apertado e ele sorriu.
— prontos? pode entrar. - a cerimonialista me entregou o buquê e as portas de madeira se abriram me dando a visão do salão, mas só foquei no meu marido.
cadu nos vendo começou a chorar e eu sorri, mas vendo a emoção dele me emocionei junto. parecia uma eternidade até chegar no altar mas quando finalmente chegamos respirei aliviada, eu estava tão feliz. meu noivo estava lindo! o terno o deixava tão lindo, o cabelo cortado e finalizado, a cavanhaque, as tatuagens.. simplesmente o homem mais bonito do mundo.
— aqui a mamãe, pai. - ravi disse baixinho e eu sorri segurando na mão do cadu.
— valeu, garotão. - respondeu com um sorrisão no rosto.
antes do ravi ir até seu lugar, eu e o pai dele o enchemos de beijos e ele saiu saltitante.
começou a cerimônia mas sendo sincera eu não prestava atenção em nada, meu único foco era o cadu, e parecia que eu era seu único foco também já que não tirava os olhos de mim.
— analu querida, os seus votos. - o celebrante me avisou e eu concordei com a cabeça me sentindo ansiosa.
peguei o papel onde havia escrito meus votos mas não seria preciso, já tinha gravado tudo. me foi entregue o microfone e antes de começar a falar dei um sorrisinho olhando pro cadu.
— é..quando você é criança, você costuma achar que seus pais são alma gêmeas. - dou um sorrisinho olhando para nossos filhos e em seguida olho para cadu, que me olhava tão sereno, tão amoroso. — meus filhos vão estar certos sobre isso . você cadu, é a minha alma gêmea, meu porto seguro, o amor da minha vida e a pessoa com quem vou compartilhar a minha existência. - balancei a cabeça enquanto o olhava com os olhos marejados. — você é o meu bem mais precioso. eu sou tão grata, mas tão grata por tudo que você fez e tem feito por mim, você é um ser de luz. muito obrigada por me amar, obrigada por não desistir de mim mesmo quando tudo estava tão difícil, obrigada pelos momentos em que mesmo que você estivesse chateado comigo, me estendeu a mão e mesmo assim me acolheu. nesse momento podemos afirmar que todos as noites de choro, de estresse, de dúvidas, de dor valeram a pena! e eu te juro, meu amor, eu passaria por tudo isso de novo e de novo só para estar aqui, com você.. com a nossa família completa. obrigada! muito obrigada..
cadu sorriu colocando a mão no peito enquanto chorava.
— puts..- ele riu sem graça tentando se recuperar e eu sorri secando as lágrimas dele, nesse pequeno gesto ele deitou rapidamente seu rosto na palma da minha mão me arrancando um sorrisinho.
eu amo tanto esse cara!
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continuo no próximo cap e último. 🫶🏾