carlos eduardo
cheguei na casa de ryan e deveria ser por volta das 14h, 15h da tarde. era um sentimento tão estranho e triste estar levando ele pra clínica, algo que eu nunca imaginei.
entrei no quarto dele e vi ele e maíra conversando.
— a tia rita ligou, ryan.. faltou implorar pra gente ir lá, você disse que iria, agora não tem como voltar atrás. até o cadu vai, não é? - me olhou me envolvendo na mentira e eu concordei.
— sim! a comida da tia rita chega ser putaria de tão boa, tem como negar não..- cocei a nuca.
— caralho.. vamos. - resmungou e levantou e eu sorri fraco me sentindo mal por estar mentindo mesmo que seja necessário.
— não vai beber seu suco? - maíra perguntou e eu entendi que ela tinha colocado remédio.
— tinha esquecido. - ele riu e bebeu de uma vez e pude ver maíra respirar aliviada.
— vamos!! - bati palmas e fui na frente carregando a chave do carro.
eles vieram atrás e depois de trancar a casa entramos no carro e maíra foi na frente o que me incomodou um pouco, principalmente quando ela começou a fazer carinho na minha perna me fazendo lembrar da bonita.
— tira a mão daí pô. - pedi tentando ser educado por conta do ryan.
— não posso te fazer carinho? - questionou ela.
— carinho pra quê? - retruquei.
— para de ser inconveniente maíra, porra..tira a mão e pronto. - ryan disse puto e bocejou. — sono do caralho.
— também tô, trabalho tá me matando. - disse disfarçando e ele negou com a cabeça esfregando os olhos.
continuei dirigindo e quando vi que ryan dormia me adiantei ligando o gps e quando vi que era a mesma clínica que levei ana luísa ri de nervoso fazendo maíra me olhar estranho mas não disse nada, muito menos eu. liguei o rádio que tocava frank ocean e acelerei indo em direção a clínica tentando ir o mais rápido possível.30 minutos depois chegamos e eu respirei fundo sentindo uma dorzinha no coração. depois de estacionar chamei os enfermeiros que trabalhavam aqui e eles me ajudaram a tirar o ryan de dentro do carro, já que o mesmo estava apagado. acompanhei até o quarto que ele iria ficar e quando a ficha caiu senti meus olhos arderem.
— ele vai ficar bem. - disse a enfermeira me olhando com um sorrisinho fraco no rosto e eu concordei segurando o choro.
— eu sei. - respirei fundo e uma lágrima caiu mas eu logo tratei de secar.
ryan começou a se mexer e quando fui ver ele estava acordando, fiquei nervoso e fui recuando até próximo a porta. ele percebendo onde estava começou a ficar agitado e coçar a cabeça.
— tu não fez isso comigo não né irmão? - perguntou bravo e eu não respondi. — porra cara!
— senhor, se acalma..- a enfermeira pediu e ele gritou fazendo ela ficar calada.
— pô, cadu..faz isso comigo não cara. - pediu começando a chorar.
— é necessário irmão, pra tu ficar bom logo. - disse segurando as lágrimas.
— não, cadu. por favor..me leva embora. - pediu chorando.
— desculpa. - disse apenas isso e dei as costas ouvindo ele gritar.
vendo que não tinha ninguém por perto comecei a chorar enquanto tampava meu rosto com as mãos, era um misto de sentimentos que eu odiava sentir enquanto ouvia ryan me gritar. até que senti mãos femininas me fazer carinho e quando abri os olhos e tirei a mão do rosto vi maíra, que me surpreendeu com um selinho e um abraço me deixando sem reação. quando levantei a cabeça vi ana luísa nos olhando com os olhos brilhando de uma forma negativa, me fazendo se sentir um merda mais ainda.
— você fez de propósito não foi? - perguntei afastando maíra.
— ela tem que entender que você é meu, só a gente combina. - disse tentando me beijar novamente e eu me afastei dela com rapidez indo procurar analu.
corri pro lado de fora e vi ela procurando algo dentro da bolsa e quando levantou a cabeça e me viu, suspirou negando.
— me deixa explicar, analu. - pedi e ela mais uma vez negou com a cabeça.
— cadu, tá tudo bem. você não me deve explicações, na verdade você não me deve nada. faz o que quiser da sua vida, se você estiver feliz ótimo. vi você chorando, espero que fique tudo bem. - abriu a porta do carro e antes de entrar me olhou com os olhos marejados. — fica bem.
senti meu coração doer mais uma vez quando ela saiu arrancando com o carro na maior velocidade. eu preciso muito relaxar, preciso de paz.
(:
--
oi amores