107

421 41 0
                                    

cadu

finalmente dia de levar nossa menininha pra casa, estava tão ansioso. muitas saudades do ravi e da minha casa, além do fato que eu só queria tirar minha filha e minha esposa desse hospital. depois de registrar a nala, assinar os papéis e falar com os médicos, pude finalmente ir buscar as mulheres da minha vida.

— vamos? - disse encontrando as duas na recepção.

— por favor. - analu disse imediatamente e eu concordei com a cabeça segurando as bolsas enquanto ela levava nossa filha no colo tomando todo cuidado do mundo.

quando chegamos no carro abri a porta de trás e ajudei as duas a se acomodarem, depois de afirmar que estava tudo certinho fui até o banco do motorista.

— podemos, senhoritas? - perguntei olhando pelo retrovisor.

— sim senhoor! - analu falou brincando com a nossa filha que estava acordada prestando atenção em tudo.

bom, fiz o caminho todo com calma e prestando atenção enquanto minha esposa ia me contando dos planos que ela já havia feito para os nossos filhos. ia da rotina de sono deles até a festa de quinze anos de ambos, essa mulher já estava me deixando maluco.

— aí amor, o ravi podia ser o príncipe da nala né..olha que lindo. - ela disse animada e eu me assustei.

— oh amor, aí calma.. menina não tem nem uma semana de vida ainda. - falei estacionando o carro.

— vida, quinze anos passam assim ó - gesticulou. — mas você quem sabe né.. eu não falo mais nada.

gargalhei saindo do carro e ajudei saírem do carro.

— que dramática essa minha mulher. - falei e selei um beijo tranquilo em seus lábios.

— dramática não, me respeita que eu sou mãe! - falou e rimos juntos.

podemos finalmente entrar em casa juntos e assim que abrirmos o portão, felizmente pudemos ver toda a nossa família no quintal nos esperando com balões e a mesa posta.

— surpresa! - eles falaram em uníssono.

eu já sabia da surpresa, tinha deixado a chave com a dona lúcia de propósito, mas analu não, o sorrisão dela e os seus olhos mostravam o quão feliz ela estava e e o quanto ama a nossa família.

— gente! - disse animada e foi até nossa família falando com cada um.

enquanto minha esposa falava com o pessoal fui atrás do nosso filho, ravi dormia quietinho no sofá, aproveitei e me sentei ao seu lado fazendo carinho e matando a saudade. não demorou muito e meu garoto acordou.

— papai te acordou, filho? me desculpa. - pedi e ele negou com a cabeça e sem me dizer nada, se levantou e se jogou no meu colo me abraçando pelo pescoço.

— saudade. - ele disse baixinho e eu deixei um beijo na testa dele.

— a mamãe e a irmã estão aí. - avisei e ele se soltou imediatamente e desceu do meu colo.

— vamos, pai. - segurou na minha mão e foi me puxando até lá fora.

quando chegamos no quintal ele foi correndo até a mãe dele que estava distraída vendo a nala no colo da danú, mas quando se deu conta que o ravi corria em sua direção, abriu um sorriso e os braços para abraçar nosso filho.

— que saudades, meu amor! - ela disse abraçando ele apertado e eu sofri apenas observando.

pude sentir uma presença ao meu lado e quando vi era o meu avô, ele tocou em meu ombro e eu coloquei minha mão por cima da dele fazendo carinho.

— muito orgulhoso de você, filho. sua família é de uma luz surreal. cuida bem dela! - ele me disse e eu concordei com a cabeça tomando aquilo pra mim.

— nasci pra isso. - afirmei e ele concordou sorrindo. — vamos almoçar?

perguntei alto esfregando minhas mãos e todos concordaram imediatamente e foram se sentando. antes de comer demos as mãos e yara fez a oração. fomos comendo, conversando e fofocando.

— falem da vida do cadu gente, vocês só sabem falar de mim. - jéssica disse rindo.

— bom, a única coisa que vocês tem que saber sobre mim é que..- fiz suspense brincando e olhei pra analu que riu. — vamos nos casar de novo.

analu se inclinou e nós selamos um selinho enquanto nossa família comemorava.

— quando gente? agora? - minha avó perguntou e minha esposa negou.

— não! nós vamos esperar a nala crescer mais um porquinho e com o tempo vou organizando o casamento, primeiro quero curtir meus filhos. - ela disse e deu um beijo na testa do ravi que estava focado em sua comida.

— só vocês mesmo para proporcionar um casamento nessa família né?! - danú falou enquanto ninava nala em seu colo.  — por que se depender da minha mãe..

ela disse e todos nós a olhamos chocados e começamos a gargalhar. essa garota é uma graça! no meio das risadas e do falatório a neném acabou acordando, analu deixou o ravi sentado ao seu lado comendo e pegou a bebê em seu colo para dar mama. taís olhava aquela cena com os olhos, yara e dona lúcia também, elas acompanharam toda a história da analu com a infertilidade.

— filha, já decidiu a rotina? quais dias você vai querer ajuda e tudo mais? - taís perguntou e analu me olhou um pouco sem graça. esse assunto era algo que nós dois havíamos conversado mas não tínhamos falado com ninguém da família ainda.

— acho que no momento não vai ser preciso, mãe. - ela disse respirando fundo e olhou para o céu buscando as palavras corretas. — eu passei tanto tempo ansiando pelo momento em que eu ficasse grávida e depois, parido que agora quero viver tudo. eu sei que a rotina é pesada mas até por esses momentos eu quero passar sozinha, sabe? eu, meu marido e meus filhos. não é excluindo vocês não, óbvio..- ela disse nervosa. — mas eu quero ter a minha experiência, eu e eu.

pude ver que ela ficou nervosa em dizer não então segurei em sua mão fazendo carinho tentando a tranquilizar.

— a gente te entende, sempre foi seu sonho, né? então é mais que justo você fazer as coisas da sua forma. - minha avó falou.

— e se mesmo assim você precisar de ajuda em algum momento, vamos estar aqui. - taís disse sorrindo.

assunto resolvido, ufa.

intimidade.Onde histórias criam vida. Descubra agora