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carlos eduardo

uns três dias tinham se passado e hoje iríamos visitar a mãe da analu na clínica, sendo mais exato, eu iria só pra levar ela e dar apoio. deveria de 12:30 e eu já tinha almoçado e tomado banho. estava procurando roupa para vestir e peguei uma calça jeans clara um tanto larga, um moletom azul já que rio de janeiro resolveu esfriar, por último calcei um air force branco. depois de escovar os dentes e passar perfume, saí de casa com a chave do carro na mão. pelo caminho avisei a menina que eu já estava indo.

fui dirigindo com calma e tranquilidade até sua casa pensando no quão difícil seria pra ela hoje, me preocupava de verdade.

(...)

já tinha chegado no apartamento e estava em frente sua casa esperando ela terminar de se despedir de taís, taís estava tão nervosa quanto ela.

— vão com deus, tá? - ela se aproximou da porta e veio até mim. — cadu, muito obrigada tá? você tá sendo um anjo.

— precisa agradecer não, taís. é o mínimo. - sorri e ela me puxou para um abraço.

quando me afastei e olhei para ana luísa ela estava com um sorrisinho no rosto.

— tchau, mãe. até mais! - ela deu um beijo na tais e fomos embora.

quando chegamos no elevador olhei nalu e ela estava aérea, mas quando me olhou deu um sorrisinho e veio até mim querendo um abraço. abracei ela forte tentando passar tranquilidade. depois o elevador abriu e saímos com eu abraçando ela de lado pelo pescoço.

abri a porta do carro pra ela e depois entrei, liguei o gps e coloquei o endereço da clínica. logo dei partida, fui dirigindo enquanto fazia carinho em sua perna e recebia carinho em minha nuca. as vezes ela olhava para mim durante o trajeto e eu olhava para ela checando se estava tudo bem.

para mim a analu é muito preciosa e me preocupa a forma que ela pode ficar depois dessa visita. nesses três dias nós conversamos muito e ela me contou tanta coisa, me disse exatamente como sentia sobre a mãe dela, me disse também as coisas que fazia por não saber lidar com o abandono de sua genitora.

e agora ficar nessa incerteza do que ela pode ou não pode fazer me traz ansiedade e preocupação, eu realmente me preocupo. imagina se ela se fecha de novo? vou me sentir terrívelmente mal. acho que é normal essa preocupação.

— tá pensando em quê aí? não disse nada durante o caminho. - perguntou ela enquanto me olhava.

— pensando em você. - disse e olhei pra ela rapidamente.

— em mim? - perguntou mais uma vez surpresa. — isso é bom ou ruim?

— depende. - respirei fundo. — só pensando em como você vai ficar depois de falar com a sua mãe, me preocupo contigo.

— relaxa. no momento eu posso até ficar mal mas não pra sempre. - ela me explicou mas ainda sim não entrava na minha cabeça.

— eu espero. - disse por fim e ela se aproximou me dando um beijo na bochecha, aproveitei que tinha pouco carro na pista, puxei ela selando nossos lábios formando um selinho.

— minha mãe gosta de você. - disse e eu ri bobo.

— papo reto? - perguntei surpreso.

— é, ainda mais agora que você tá me levando na clínica. - explicou e eu concordei.

— gosto muito dela também, vou virar teu padrasto. - brinquei e recebi tapas. — oh maluca, eu tô dirigindo.

— retira o que você disse. - falou toda mandona e eu paguei de louco. — re ti ra. - falou pausadamente e eu ri.

— tá bom, parei..retiro. - neguei com a cabeça e chegamos na clínica.

depois de passar pela portaria continuei dirigindo até em frente. desliguei o carro tirando o cinto e segurei na mão dela passando conforto.

— tô nervosa. - ela disse com os olhos marejados.

— calma, vem aqui..- puxei ela para um abraço apertado e fiz carinho em suas costas, em seguida dei um beijo na sua cabeça.

— eu preciso. - falou por fim e se afastou.

concordei com a cabeça e saímos do carro, fui abraçando ela pelo pescoço até a recepção e enquanto ela fazia os procedimentos fiquei sentado esperando. uns minutinhos depois ela veio na minha direção e segurou na minha mão fazendo carinho.

— tô indo lá, ok? - perguntou e eu concordei.

— vai com calma, respeita seus limites e respira, vai dar tudo certo no fim. - ela apenas concordou e se afastou passando pela porta me deixando só com a recepcionista.

enquanto esperava ela fiquei ouvindo música, falando com jéssica, vendo notícias, lendo e fazendo alguns poemas. só pro tempo passar mais rápido.

(:

intimidade.Onde histórias criam vida. Descubra agora