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ana luísa

nesse momento estávamos subindo as escadas indo em direção ao apartamento da dona lúcia levar o ravi, estavam concertando o elevador agorinha. cadu subia aquelas escadas fazendo um monte de graça só pro ravi rir, e ele ria me fazendo rir também.

— salto triplo! - cadu disse e deu um pulo, subindo três degraus.

ravi gargalhava e eu ria, mas ainda sim preocupada com o meu homem, vai que ele cai.

— chega disso, amor. você vai cair. - falei negando com a cabeça. — bora, meu macaquinho. - falei pegando ravi no colo e ele pediu para ir nas costas do cadu, eu como a boba que sou, deixei.

fomos brincando até chegar no apartamento da dona lúcia, como ela já tinha avisado que estaria deitada, abri de uma vez e lá estava ela sentadinha no sofá tomando um chá enquanto assistia algum programa na televisão. ela sorriu feliz em nos ver mas pareceu estranhar algo, ou pensar.

— beijo vovó. - ravi disse já no chão, indo até sua vó pedindo beijo.

— deus te abençoe, filho. - dona lúcia deu um beijinho na testa dele e ele sorriu. — ai gente.. obrigada por terem ficado com ele - ela sorriu fraco.

— não precisa agradecer, amamos ter o ravi lá em casa, não é amor? - cadu disse me olhando e eu concordei.

eu tinha amado mesmo, gostaria que coisas como essas voltassem a acontecer com mais frequência.

— simm..eu amei. - falei baixinho sentindo um incômodo.

— ravi, deita lá no quarto.. vovó já botou seu desenho. - ela pediu com jeitinho mas ele negou.

— mas eu quero ficar com a minha analuzinha e o tio cadu. - ele falou agarrando a gente e rimos, mas cadu estava um tanto distante em seus pensamentos.

— não vamos embora agora, e quando formos passamos lá no quarto pra te dar um beijo. - meu marido disse e mesmo contra vontade, ravi foi.

ficamos olhando ele ir pro seu quarto e quando foi, dona lúcia pediu para sentarmos. ficamos lado a lado de mãos entrelaçadas enquanto olhava dona lúcia em nossa frente, ansiando pelo o que ela iria falar.

— eu vou ter que colocar o ravi em um abrigo. - ela falou baixo e começou a chorar, cadu apertou minha mão e meu coração palpitou. — eu estou muito cansada, frágil..o médico me disse que a única chance tenho é a cirurgia, mas nem operada e nem agora vou conseguir cuidar dele da forma que eu quero.

ela pausou por um tempo se recompondo.

— me dói o coração fazer isso, ele é tão doce..- chorou e colocou a mão sobre a boca tentando se controlar. — mas eu quero que ele tenha uma boa vida..se eu melhorar a tempo, e eu torço para que isso aconteça, eu o pego de volta mas agora não tenho condições.

cadu me olhou nos olhos suplicando por algo e mesmo sem eu entender perfeitamente, concordei com a cabeça.

— ele pode ficar lá em casa. - cadu disse de repente, me fazendo assustar mas feliz com a atitude do meu marido. — ele pode ficar lá até você encontrar um bom abrigo, não é amor?

— sim! - respondi fazendo carinho na perna do cadu. — eu iria amar, ele gosta de ficar lá e você vai poder ver ele quando quiser.

— mas vocês não precisam, é muita responsabilidade. - ela disse desacreditando.

— mas queremos. - falamos em uníssono.

dona lúcia ficou nos olhando parecendo digerir a informação. cadu me fazia carinho mostrando que tudo ficaria bem, e eu amava ver a forma que ele cuidava de mim mesmo involuntariamente.

— tudo bem. - ela disse e sorriu fraco. — obrigada por tanto.

ela abriu os braços e eu e cadu fomos na mesma hora, abraçamos ela forte dando um beijinho em cada lado de seu rosto.

(...)

já em casa eu falava com a minha mãe por chamada de vídeo, contava a ela tudo o que aconteceu.

— eu estou feliz por você, tomou a mesma atitude que eu a anos atrás..mas você sabe, é muita responsabilidade, é uma vida..uma criancinha que precisa de muitos cuidados. - ela disse e eu concordei. — mas você vai dar conta, eu sei. cuidava da sua irmã como filha.

— sim amor, tô sabendo disso tudo..- falei concordando com a cabeça.

— só não quero te ver magoada ou sofrendo por conta desse assunto, "maternidade" você sabe..- ela disse fazendo aspas e eu concordei ficando um tanto pensativa. — mas é pra frente que se anda. mãe está muito feliz e orgulhosa por essa sua atitude, está ajudando muito a dona lúcia, você e cadu.

ficamos papeando por mais um pouquinho e quando terminei fui atrás do meu marido, ele estava no nosso quarto mexendo em algumas coisas, nem me viu entrar.

— bu! - falei dando um sustinho nele, o abraçando por trás.

— tive que me controlar muito pra não xingar sua mãe agora. - ele falou me fazendo rir e me puxou para ficar na frente dele, e assim eu fiz.

ele ficou me fitando com aqueles olhos puxados e marcantes, lendo até meus pensamentos mais escondidos. cadu me analisou em um todo, feito um pai orgulhoso e sorriu, deixando um beijinho na minha testa e na pontinha do meu nariz. sussurrei para ele que o amo, e ele retribuiu me puxando para um beijo dizendo as coisas mais lindas que poderiam ser ouvidas nesse momento.

(:

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@analuphotos: meu eterno namorado

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