carlos eduardo
com o celular em mãos eu olhava para o número de analu já salvo e pensava se mandava mensagem ou não, minha irmã e cunhada diziam que sim mas a minha insegurança gritava para que eu não mandasse.
— vai deixar a insegurança falar mais alto que as mulheres da sua vida? - minha cunhada disse aquilo pegando no meu ponto fraco e em um lapso de coragem mandei mensagem.
" ei, é o carlos. :)" digitei só isso e a maldita insegurança se aproximou de mim novamente.
— me sinto um virjão de 12 anos falando com uma garota pela primeira vez na vida. - desabafei e elas riram enquanto faziam almoço.
— eu achei fofo. - minha irmã disse seu ponto de vista e sua noiva concordou.
meu celular aptou algumas vezes e eu corri para ver quem era e quando vi de quem se tratava respirei aliviado.
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analu :)
eieiei
salvei seu número!
achei que não iria me chamar..eu
e eu não ia :panalu :)
aé? bom saber.eu
é brincadeira kkkkkkk
claro que eu iria te chamar, pq não?analu :)
bom mesmo.
oq é mandar msg pra qm ficou por três dias indo me procurar em meu trabalho, não é?eu
droga kkkkkkk
não acredito que dona lúcia te contou
que decepção.analu :)
óbvio que contou, quase forcei ela.
kkkkkkk (brincadeira plmdseu
me sinto traído.analu :)
ah, coitado dele kkkkkkk :p--
bloqueei meu celular e quando olhei pra cima vi as meninas servindo a mesa, me levantei na mesma hora ajudando elas.
— fiz fricassê porque sei que é sua comida favorita. - minha irmã disse e eu dei um sorrisinho.
— pô, assim tu me deixa mimado.
— mais? - implicou minha cunhada e eu dei dedo do meio para ela disfarçadamente.
— e o casamento? - perguntei após beber a coca.
— quase tudo pronto, terminamos de pagar o cachê do show ontem, não é amor? - falou tatiele.
— vocês vão chamar as anavitórias pra cantar mesmo? - fiz cara de tédio mas no fundo eu até gostava.
— sim cadu, algum preconceito? - minha irmã perguntou erguendo uma sobrancelha.
— negativo. - me limitei a dizer isso.
comi rapidinho e corri para tomar banho já que hoje eu iria pro curso, estava fazendo radiologia e era até legal. depois de tomar banho vesti uma calça preta, uma blusa também preta da nike e um tênis da mesma marca e da mesma cor. passei creme em meus cabelos e depois de me perfumar, colocar a mochila, meu relógio e anel saí de casa após dar um abraço e um beijo naquelas duas mulheres que eu tanto amo.
no ponto tirei um cigarro de maconha do bolso e fumei ali mesmo já que estava vazio. me ajudava com a ansiedade e eu gostava muito também. fiz sinal para o ônibus que vinha e após dar uma última tragada no cigarro que já estava no fim e jogar fora, entrei no carro compartilhado dando boa tarde ao motorista e sentei perto da porta.
conectei meu celular no fone e abri o spotify colocando um som do djonga. enquanto curtia o som que tocava em meu ouvido entrei no Instagram e a primeira publicação que apareceu foi de uma conta que eu seguia e gostava muito. postava as vezes uns poemas, umas letras de músicas que a maioria eu conhecia e também algumas fotos de paisagem. gostava muito dessa conta porque demonstrava ao meu ver simplicidade e amor. tudo o que eu gosto depois de maconha.