ana luísa
no outro dia na hora do almoço, na mesa estava eu, taís e danúbia, a moça que veio com a gente tinha ido sair.
— cadu tá bonito né? mais forte. - minha mãe comentou e eu sorri concordando com a cabeça. — se resolveram né?
— simmm..- um sorriso brotou em meu rosto. — senti tanto a falta dele, você não tem noção, mãe..
— também senti, irmã - danúbia disse me olhando.
— vou chamar ele para vir te ver, tá bom? outro dia. - disse e ela deu um sorrisinho concordando.
— me explica essa história aí então pô, o que aconteceu? - taís pediu e eu após dar um gole em minha água passei a explicar.
— então mãe, na verdade quem estava usando drogas era o ryan né, melhor amigo dele. a irmã do ryan em uma briga pra ele parar de cheirar, botou a pino no bolso do cadu, pro irmão não achar..entendeu? acabou que quem achou foi eu e deu no que deu.
— meu deus.. filha, e aí? - apoiou sua cabeça nas mãos enquanto me olhava, prestando bastante atenção.
— e aí que eu fiquei mal né, pedi desculpas e tals, ele disse que é normal eu pensar dessa forma, que qualquer um pensaria dessa forma. - respirei fundo. — agora o ryan né, amigo dele.. tá internado no mesmo lugar que a paula.
— deus do céu, imagina a cabeça desse garoto..- negou com a cabeça.
— não quero imaginar mãe, se eu imaginar vou me sentir muito mais culpada..- bebi mais um da água.
(...)
depois de ter saído para tomar um açaízinho com as bonitas, voltei pro apartamento, tomei um banho e agora estava escrevendo.
depois de ter me acertado com a cadu me sentia muito mais inspirada para escrever coisas positivas, já tinha escrito diversas coisas e me sentia orgulhosa dos resultados, queria ir correndo até ele para mostrar cada letrinha que escrevi pensando nele, tim-tim por tim-tim.
o tanto que eu o amava era brincadeira, sério. nunca senti algo assim por alguém, certeza que era coisa de outro mundo, só tem essa explicação.
— filhota! - taís me gritou e eu gritei de volta dizendo que estava em meu quarto.
— tô aqui, princesa. - disse olhando pra ela com um sorriso.
— vou no mercado, quer algo? vou comprar umas cervejas, as coisinhas que danú gosta e uns petiscos também, sei lá. - deu de ombros.
— traz picolé de chocolate? - pedi.
— paladar infantil do caralho. - implicou comigo e eu ri.
— pode ou não, mamis? - fiz minha melhor cara e ela concordou.
— trago, cão. - suspirou negando com cabeça. — tem certeza que você tem 21 anos mesmo? certeza absoluta?
— tu tá é muito chata, porra. - falei rindo e ela riu também.
— cão! capeta! - tacou almofada em mim. — tô indo, se quiser mais alguma coisa manda por mensagem.
— tá ok, gostosa..preste atenção, viu? ó a menina com você. - insinuei e ela saiu do quarto me dando dedo do meio.
quando ela saiu do quarto me peguei rindo sozinha, curtia muito essa relação que só a gente tinha, me sentia muito completa e satisfeita, relação entre mãe e filha que eu sempre sonhei, e agora que eu tenho...porra, tem algo melhor? parece que o universo finalmente está conspirando ao meu favor, meus dias de glória finalmente chegaram, gratidão ao papai do céu e meu querido universo.
— bom demais pra ser verdade, tô começando a estranhar..- falei sozinha.
(:
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curtinho esse, mas já estou providenciando outro :p