carlos eduardo
de mãos dadas eu e analu assistíamos a palestra do ryan. ele falava do quão difícil foi passar por aquela situação, e que só foi possível por ter apoio do melhor amigo. ele também falava do quão difícil é lidar com o desejo de usar drogas todos os dias, já que mora na favela.
— bom, finalizando a palestra eu gostaria de agradecer a cada um que veio aqui. - ele disse sorrindo e batemos palma. — gostaria de agradecer meu melhor amigo também, cadu. se não fosse ele eu definitivamente não estaria aqui, ainda estaria me drogando pelo mundão aí, então palmas para ele.
ele disse e eu sorri orgulhoso, feliz e agradecido pela homenagem. todos bateram palmas e eu sorri.
— uhulll!!! - ana luísa exclamou batendo palmas enquanto tinha um sorriso lindo no rosto.
(...)
— tem visitado sua mãe? - ryan perguntou enquanto tomava seu açaí.
— não, dá última vez que eu fui lá ela me falou coisas terríveis..prefiro manter a distância, igual era antes. - ela explicou e meu amigo concordou com a cabeça.
— a droga é uma porra mesmo, como pode..- ele falou baixinho e eu concordei dando dois tapinhas nas costas dele. — valeu, irmão.
— e a sua irmã? - ela perguntou do nada e eu nem entendi, ryan ficou sem entender mas respondeu de bom grado.
— tá em são paulo, descobriu gravidez tem pouco tempo..nem sabe quem é o pai. - ele falou com a decepção na voz e analu negou com a cabeça.
— o que importa é que a mãe é ela, não é? - ela disse tentando minimizar e ele concordou sorrindo fraco.
eu e ryan ficamos conversando, botando o papo em dia já que fazia um tempinho que não nos víamos. até que minha esposa tocou no meu ombro de leve chamando minha atenção, me fazendo olhar pra ela com calma.
— dona lúcia perguntou se podemos ficar com o ravi, ela vai no médico hoje..eu posso ir sozinha, fica aí com o ryan. - ela disse pegando sua bolsa.
— não amor, quero ir junto. - falei imediatamente e ela concordou. — irmão, vamos ter que ir nessa..
falei me levantando e ryan se levantou também fazendo um toque comigo.
— tranquilo, tenho que ir resolver umas paradas também. - ele se aproximou e deu um meio abraço na analu. — vamos marcar um barzinho, chamamos jess e tatiele, o que acha?
— pô, perfeito! - falei animado com a idéia.
depois de organizar rapidinho, fomos embora pra casa da dona lúcia. no caminho analu comentou sobre a maíra, disse que não esperava isso dela..e sendo sincero, nem eu. por mais que ela fosse doidinha, nunca pensei que faria uma coisa dessas. engravidar e não saber quem é o pai deve ser super triste e angustiante. quando fui ver, já estávamos no elevador indo pro apartamento da dona lúcia, analu estava ansiosa e nervosa e eu não entendia muito bem.
finalmente chegamos, assim que entramos na casa, dona lúcia estava apressada pegando sua bolsa de documentos.
— obrigada por terem vindo, meus amores. o ravi está escondido no quarto de baixo da cama, ele se assustou com algo e se escondeu. - ela disse negando com a cabeça. — eu vou tentar não demorar, depois do médico tenho que ir na loja rapidinho.
— relaxa, pode ir no seu tempo. - analu disse calma e dona lúcia concordou.
— quer que eu leve a senhora? - perguntei de bom grado e ela negou.
— já pedi um carro, filhinho. mas obrigada, tá bom? - ela sorriu e caminhou até a porta. — até logo crianças, obrigada.
ela se foi e eu e analu nos entre olhamos, logo em seguida fomos até o quarto onde ravi estava instalado.
— ravi? - analu o chamou com a voz calma. — é a tia analu e o tio cadu..
— tio cadu trouxe chocolate. - falei e analu me olhou negando com a cabeça.
ela se abaixou e sorriu vendo o menininho de baixo da cama.
— vem? - ela chamou ele com jeitinho. — vamos brincar, que tal?
— vamos jogar futebol, ravi. - chamei na esperança dele sair da cama e assim o pequeno fez.
ele saiu de baixo da cama e foi direto pro colo da analu fazendo ela dar um sorrisão. ele tinha os dedos na boca parecendo estar envergonhado.
— você quer brincar de que? - perguntei tocando na mão dele fazendo um leve carinho, ele olhou desconfiado mas não fez nada.
— podemos ir lá pra praça jogar bola e tomar sorvete ou ficar trancados aqui..- analu deu as opções.
— o que você escolhe? hm? - perguntei.
— futebol.. sorvete. - ele falou baixinho e analu sorriu dando um beijinho nele.
rimos da fofura dele e fomos escolher uma roupa para vesti-lo já que o pequeno estava ainda de pijama. colocamos um short preto da nike, uma blusa branca grandinha do homem aranha e nos pés uma havaianas branca. analu prendeu o cabelão dele e o moleque ficou lindo.
— ravi, você tá muito bonito, cara..fica perto da minha esposa não, por favor. - falei brincando e ele deu um sorrisinho.
— vamos? - analu perguntou vindo na nossa direção e ravi estendeu a mão pra mim, sorri orgulhoso e ana luísa também, veio até mim e me deu um selinho rápido.
saímos todos juntos indo até a pracinha do condomínio, chegando lá arrumamos uma bola e eu e ravi jogamos muito, ele era pequeno mas desenrolava bem. ana luísa só observava com um sorrisinho no rosto, toda boba. ela amava me ver interagindo com crianças, achava fofo demais. no meio da partida de futebol, deixei ravi fazer um gol só pra ver a felicidade em seu rosto.
— gooolll!! - analu falou alto comemorando e o menino repetiu o gesto nos fazendo rir.
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cap meio merda mas compenso em breve. não está revisado, ent desculpa qlqr erro.