92

594 54 2
                                    

ana luísa

eu e cadu dávamos risada vendo danúbia tentar ensinar ravi mergulhar mas ele não estava nem aí, só queria mergulhar do jeito dele.

— eu desisto! - ela disse rindo e eu a puxei dando um beijo estalado em sua bochecha.

— desculpa, é que eu tô muito animado. - ravi disse pulando na água tentando se soltar do pai dele.

— ravi, você tem que deixar seu pai te segurar..quer se afogar? - perguntei calma e ele negou com a cabeça dando um sorrisinho.

— bora, mergulhando! - cadu falou com ele e eles ficaram brincando.

— fica no sol comigo, analu? - danú me chamou e eu concordei com a cabeça.

— vamos! - disse e ela saiu na frente e ficou me esperando na beira,  fui saindo e pude ver ela me olhando de forma estranha.

ignorei por hora e sentamos na nossa canga começando a aproveitar aquele sol.

— você tá diferente. - ela disse e eu olhei pra ela sem entender.

— diferente como? - perguntei colocando o óculos em meu rosto.

— tá engordando. - ela falou rindo e eu agarrei aquela mocinha que agora já estava  gigante, fazendo cócegas nela.

— euem! - falei rindo e deixei um beijinho na bochecha dela. — eu sei.. desde o aborto tenho tomado muitos remédios, deve ser isso, né? - falei e ela concordou.

— pode ser. - ela disse e deu um sorrisinho, em seguida metralhou meu rosto com beijos. — como você se sente?

fiquei parada por um tempo apenas digerindo o que tinha acabado de me ser perguntado e principalmente por quem, minha menina de apenas dez anos me perguntava como eu me sentia após abortar. eu estava entre ser sincera ou mentir, só para aquele assunto ser encerrado.

— me sinto oca. - falei olhando pro meu marido e nosso filho brincando na água, evitando contato visual com danú pois não conseguiria lidar com aqueles olhões curiosos sobre mim agora, eu provavelmente me derramaria em lágrimas. — e injustiçada.. amedrontada também, incapaz.

falei e senti sua mão na minha me fazendo um carinho.

— queria ter tido a sorte de gerar meu filho.  - falei respirando fundo sentindo a emoção tomar conta de mim. — tive pouco tempo pra lidar com esse luto, sabe? é tanta coisa na minha cabeça. agora tô lutando para não perder mais um filho, é um turbilhão de coisas dentro de mim. - respirei fundo e uma lágrima caiu. — mas me sinto feliz e grata por ter minha família comigo. você..- falei dando um sorriso e toquei na pontinha do nariz dela e em seguida recebi um beijinho na minha testa.

— você sabe que eu te amo? - ela perguntou e eu sorri concordando. — você e a mamãe são minhas pessoas favoritas. quero te ver bem.

— fica comigo que eu fico! - falei sorrindo e quando olhei pra frente novamente meu amor e ravi vinham até nós duas, meu filho corria com o maior sorrisão no rosto e eu involuntariamente sorri também.

— mamãe, açaí!! - ele falou quando chegou perto de mim e me abraçou pelo pescoço.

— vamos? - perguntei pro cadu e ele concordou com a cabeça e pegou danú fazendo ela rir, deixando a mocinha em suas costas.

— quem que vai pagar o açaí hoje? - ele perguntou e eu ria enquanto me levantava com meu filho no colo.

— a danú! - falamos todos juntos e ela riu negando.

e assim foi, fomos até o quiosque mais perto e compramos açaí pra gente. no fim de tudo ainda comprei mais um por que não foi o suficiente, tive que aguentar as piadinhas do meu marido e de danúbia. quando chegamos em casa cadu deu banho no pequeno e eu cuidei de danú, ela tomou banho e eu arrumei seu cabelo, quando terminei a pretinha foi dormir junto com seu sobrinho.

— tô morta. - falei enquanto passava creme no meu corpo após sair do banho sendo observada pelo meu esposo.

— você é linda, amor. - ele disse de repente e eu dei um sorrisinho ficando sem graça. — ficou sem graaaaça.

ele falou rindo recriando aquele meme da larissa manoela e eu gargalhei negando com a cabeça.

— vem cá. - ele falou manhoso e eu nem respondi, só coloquei minha roupa e pulei em cima dele. - você me ama?

ele perguntou e eu não segurei a risada.

— o que deu em você hoje, hein? - perguntei enquanto dava um selinho nele.

— você me aaama? - ele perguntou de novo e eu rindo concordei com a cabeça. — fala, amor.

— eu te amo, meu pretinho! te com todo meu coração, você é a minha vida. - disse sorrindo e ele deu um sorrisinho todo fofinho fazendo meu coração amolecer.

— te amo, gostosa! - disse e mordeu minha orelha me fazendo dar um tapinha e empurrar ele, o que foi total inútil já que cadu me segurou em seus braços.

eu o amo tanto!

--
qm é vivo smp aparecee!

intimidade.Onde histórias criam vida. Descubra agora