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carlos eduardo

dois dias se passaram e aqui estava eu e minha esposa em seu escritório, nosso filho estava na escola e eu estudava e ela trabalhava. nesses dias estávamos bem mas ainda sim fritando por conta do processo de adoção do nosso ravi, é algo bem doloroso e demorado, causa uma ansiedade terrível em todos nós.

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aí dos meus pensamentos com a notificação do whatsapp, era o nosso advogado dizendo que a audiência estava marcada para menos de uma semana, três dias. assim que terminei de ler levantei a cabeça procurando minha esposa e ela me olhou na mesma hora, seus olhos brilhavam refletindo puro medo e ansiedade, aposto que os meus também.

— amor..- ela falou em um sussurro com os olhinhos marejados.

eu não disse nada e apenas me levantei indo de encontro com ela a envolvendo em um abraço apertado, mostrando que tudo ficaria bem e que estou aqui com ela, que estamos nessa juntos.

— é preciso para que essa agonia passe amor, finalmente o ravi vai ser todinho nosso. - falei e ela concordou e me olhou chorando um pouquinho.

sequei suas lágrimas e deixei um beijo em sua testa.

— eu te amo. - ela disse e eu apenas sorri dando um selinho nela.

(...)

nesse momento estávamos na casa da taís, tínhamos ido buscar nosso filho e viemos pra cá. aqui também estava minha vó, jess e dona lúcia.

— e a genitora do menino não disse nada até agora? ela já deve estar ciente que você está querendo a guarda dele. - minha irmã falou e analu concordou com a cabeça.

— a mariana já sabe mas não se manifestou até agora, eu não sei o que ela quer dizer com isso. - dona lúcia respondeu e pude ver que analu começou a sacudir a perna e estalar os dedos, dando indícios de mais uma crise de ansiedade.. já era a terceira em poucas horas.

— dona lúcia você vai me desculpar, tá bom? - taís disse e dona lúcia concordou com a cabeça. — mas é impossível a mariana conseguir a guarda do nosso menino, ela não tem instabilidade nenhuma.. nenhuma! como que cria uma criança assim?

— é isso que eu falei com o rodrigo, tem como não gente..- minha vó falou.

— sim, já deu tudo certo. - falei tranquilizando minha esposa e ela concordou com a cabeça mais uma vez. quando estava nervosa só gostava de ficar quietinha em seu canto, sem falar com ninguém.

— mamãe, olha o que a danú e o bê fizeram em mim..- ravi disse enquanto corria na direção da ana luísa. — aqui!

ele apontou para seu braço onde tinha alguns desenhos pequenos. ela sorriu e fingiu uma surpresa exagerada.

— uau! que lindo, meu filho.. já tem tatuagem e tudo. - falou rindo fraco.

— sim! igual o papai. - falou e eu sorri sentindo meu coração palpitar.

dei um beijinho nele e o bernardo chamou o pequeno o fazendo correr de volta pro quarto.

— vamos orar! - dona lúcia disse chamando nossa atenção e levantou. — pai nosso que estás nos céus..

ela começou a fazer uma oração linda e eu era grato por isso, mas só conseguia focar na analu tendo uma crise de ansiedade ao meu lado. quando me aproximei e selei um beijo em sua testa ela só chorou enquanto segurava minha mão forte. me sentia péssimo por ver minha pretinha assim mas eu não podia fazer nada, era necessário passar por isso no momento para termos paz! não podemos perder mais um filho, eu não posso deixar isso acontecer.

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curtin🤏🏾

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