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carlos eduardo

segunda e eu estava em mais um dia de curso, como minha professora não tinha chegado ainda eu estava com o ryan em frente ao bebedouro enchendo a garrafa de água gelada já que estava um calor surreal enquanto conversava.

— ela é inteligente pra caralho. sabe quando tu tá conversando e nego te responde e tu não sabe nem retrucar? tem vezes que fico assim mesmo. mas consigo compreender legal. - disse e dei um gole na água.

— oxi, idiotice. gosto é das minas burras, vou querer alguém mais esperto que eu porque? - disse e eu me segurei para não dar as costas e deixar ele falando sozinho.

— porque o foco é no progresso. vou querer gente burra na minha vida porque? se não agrega, rala. - dei de ombros e fui andando. — vem, bora fumar.

saí do curso e caminhei até uma pracinha mais escondidinha que tinha ali perto, tirei o cigarro de maconha do bolso e me sentei num banquinho enquanto acendia. dei a primeira tragada e joguei um pouco a cabeça para trás pra soprar a fumaça. peguei meu celular e abri o whatsapp mandando uma foto zuada pra ana luísa, a maluca respondeu com uma foto almoçando.

— saudades de uma resenha, nunca mais nós saiu junto pô. - ryan disse se aproximando.

— tenho mais pique pra resenha não, agora só tem criança. curto mais um show de rap, pagodinho ou uma praia mesmo. - respondi enquanto fumava.

— careta. - ele disse acendendo o cigarro.

— amadurecimento. - pontuei e ele ficou me olhando estranho. mas tu ligou? nem eu.

— você vai pro casamento da jéssica e tati? - perguntei.

— sem dúvidas. as minas são mó firmeza, tem nem como deixar de mão.

— valeu, irmão. - disse apenas isso e continuei fumando viajando na música que tocava em meu fone.

depois de um tempinho uma mensagem no grupo do curso chegou em meu celular dizendo que a professora já tinha chegado, avisei ryan e após terminar de fumar fomos andando. assim que chegamos sentei no meu lugarzinho de sempre e fiquei lá estudando, prestando atenção na aula e as vezes até dando uma olhadinha no celular.

(...)

no trabalho eu estava amassando dois salgados por conta da larica braba da maconha e pela rotina. até que a praga do meu patrão veio até mim.

— bora, tem trabalho pra você lá na frente. - disse ele cheio de pampa.

— tô no meu horário de descanso ué. - disse simples.

— é, mas conserto de celular é contigo. bora. - saiu me deixando sozinho e eu revirei os olhos.

deixei meus salgados lá tampados e depois de escovar os dentes fui até o balcão, para minha surpresa a cliente era taís, atendi ela com um sorriso no rosto e ela me retribuiu com um sorrisão também.

— dona taís, o que me diz? - perguntei cruzando os braços.

— digo pra você parar de chamar de dona, só taís tá ótimo. - ergui as mãos em rendição e concordei enquanto ria.

— desculpe. o que você me diz? - abaixei as mãos e ela colocou um celular em cima da bancada.

— aqui o celular da danú, queria fazer uma manutenção nele. película, trocar a capinha, cartão de memória e essas coisas.

— tudo bem, perfeito. vai escolhendo a capinha e as outras coisas que você quer, qualquer dúvida tem uma menina ali pra te ajudar.

— obrigada, viu? - apenas sorri e comecei a  trabalhar, fiz tudo do jeito que taís pediu e talvez até melhor.

na hora de pagar foi aquela chatice, sabia que era pra danúbia então não quis deixar ela pagar, não me importaria de ser descontado no meu pagamento, seria um presente. mas taís brigou tanto comigo que dei só um desconto. ela saiu feliz e eu fiquei triste. desde aquele papo com a danú na doceira peguei um carinho muito grande por ela, sempre amei crianças, principalmente as inteligentes. não vejo a hora de ser tio, certeza que vou ser o mais babão de todos.

:)

intimidade.Onde histórias criam vida. Descubra agora