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ana luísa

nesse momento eu estava dando banho no ravi para ele jantar enquanto cadu estava na sala conversando com a dona lúcia e ajudando a fazer janta. ravi estava quietinho e cansado, tínhamos brincado muito de correr na pracinha, além dos dois sorvetes que tínhamos tomado. enquanto eu dava banho no pequeno ele prestava atenção em mim com aqueles olhinhos pequenos cansados, castanhos e inocentes.  eu não me cansava de repetir o quão bonito essa criança é.

— prontinhoo! agora vamos botar uma roupinha, tomar as vitaminas e arrumar o cabelão. tá bom? - perguntei e ele concordou.

peguei ele enrolando na toalha e fomos pro seu quarto, chegando lá coloquei um pijama fresquinho e o deixei sentado na cama enquanto pegava suas vitaminas.

— aqui, ravi. - me aproximei dele com os comprimidos e ele me olhou estranho. — pra te deixar forte igual o hulck.

ravi começou a negar com a cabeça e ficar nervoso, ele passou a me empurrar, chutar e chorar me fazendo ficar confusa.

— eu não quero dormir, eu não quero. - ele falava e eu com calma coloquei o copo de água e os comprimidos longe e o segurei pacientemente fazendo ele parar.

— ravi.. não pode, ravi para! - falei e ele parou, só chorando. — shhh..vem cá.

o segurei em meu colo ficando em pé e o abracei e balancei até ele parar de chorar. ravi quando se acalmou e secou o rosto olhou para mim me fazendo sorrir fraco, mas ainda sim preocupada. resolvi ignorar por hora, fomos para cama de novo e comecei a fazer tranças em seu cabelo, o deixando bem bonitão.

— desculpa..- ele falou baixinho e eu sorri fraco.

— está tudo bem. mas você entende que não pode me bater? nem em mim e nem em mais ninguém. eu só quero que você tome as vitaminas pra você ficar bem fortão, entendeu? - ele concordou com a cabeça. — você me dá um abraço de desculpas?

pedi e ele ficou quietinho me fazendo rir.

— amor? - cadu me gritou e eu respondi. — comida já está quase pronta.

finalizei a última trança no ravi e quando ele me olhou tive que me segurar muito para não esmagar ele de tanto beijos e abraços que senti vontade de dar. ele desceu do meu colo e foi até frente do espelho se olhando e deu um sorrisinho sapeca, em seguida foi até a bancada pegando seus remédios e tomando sozinho, me fazendo sorrir de orgulho.

— muito bem!!! tô orgulhosa. - ele veio correndo e pulou em cima de mim me abraçando pelo pescoço me deixando surpresa e feliz com o gesto.

— obrigada, tia analu. - ele falou no meu ouvido e eu sorri dando um beijo na bochecha dele.

saí do quarto com ele em meu colo e quando chegamos na sala de jantar foi aquela algazarra quando viram ravi, porque a criança é muito linda! ele ficou muito envergonhado então se agarrou no meu pescoço e não soltou de jeito nenhum.

— vem vovó, ravi. - dona lúcia tentou pegar mas ele negou com a cabeça fazendo eu e cadu rir.

— veio no tio, ravi..pode vir. - cadu disse esticando os braços e ravi foi.

cadu sendo o palhaço que é começou a rir zoando da nossa cara e eu e dona lúcia ficamos de braços cruzados encarando os dois rapazes.

— ih, que feios. - falei dando de ombros e peguei minha bolsa colocando no ombro doida para ir pra casa.

— ó, hora de comer a comida toda, tá bom? - cadu falava enquanto colocava o pequeno na cadeira. — da próxima vez que eu vir aqui te trago um presente, eu e tia analu.

ele concordou com a cabeça animado, logo começando a comer e eu e cadu nos entre olhamos rindo. nos despedimos da dona lúcia e pude perceber que ela estava com o semblante triste e preocupado, me fazendo também ficar preocupada. abracei ela com força e carinho, deixando um beijo estalado em sua bochecha.

— eu venho aqui ou vou na loja pra gente conversar, tá bom? - falei já na porta para ir embora.

— tá bom, filhinha. obrigada..- sorriu fraco e cadu sorriu também.

— tchau, ravi! - eu e meu marido falamos juntos.

— tchaaau! - ele respondeu.

de mãos entrelaçadas eu e meu marido fomos embora, queria muito chegar em casa, tomar um banho e relaxar.

— amor, vamos pedir algo? eu não quero fazer comida. - eu falei e ele concordou deixando um beijo na lateral da minha cabeça e entramos no carro.

— chegar em casa pode descansar, eu arrumo as paradas lá em casa. - ele disse todo preocupado e eu neguei.

— tudo bem, já está tudo arrumado é só a parte da comida. - falei e fiquei fazendo carinho na nuca dele enquanto ele dirigia.

eu adoro ser casada com o cadu, é tão bom.. falo com convicção que sou uma mulher sortuda. ele é tão bom pra mim em todos os detalhes, chega ser bizarro. antes de casar me colocaram muito terror falando que casamento é terrível, tem muitas brigas e coisas do tipo, e é uma verdade. mas posso contar nos dedos as vezes que briguei com cadu por conta de uma coisa que ele fez, é raro..quase nunca acontece e isso me deixa em paz. passamos por uma fase complicada por conta da minha infertilidade mas em nenhum momento ferimos um ao outro de propósito, só para ter prazer ao ver o outro sangrar. fico feliz com o meu relacionamento por que tem muito amor, e eu sempre almejei isso.

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