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carlos eduardo

olhava em volta com a respiração acelerada tentando digerir o que tinha acontecido, meu deus!
eu estava com raiva do ryan, da ana luísa, da maíra e principalmente de mim por ter sido tão burro.

eu não uso drogas, tenho pavor e principalmente respeito, nunca usaria drogas enquanto me relaciono com uma mina que já me disse que tem traumas dessas coisas. é o mínimo. mas meu melhor amigo usa, e em uma confusão pra tentar tirar os pinos de cocaína dele a maíra colocou em meu bolso, é tanta coisa na minha cabeça que eu acabei esquecendo, me lembrei da pior forma.

queria poder ligar pra jéssica e pedir ajuda, mas não posso porque iria expor o ryan. queria poder ir até a ana luísa mas ela pediria respostas que eu não posso dar. o que fazer?

me levantei colocando uma roupa qualquer e saí catando a chave do carro indo em direção ao elevador, depois de chegar na garagem peguei meu carro indo pra casa do ryan.

(...)

— oi, du. tá fazendo o que aqui? - maíra perguntou sem entender e eu olhei pra ela de semblante fechado.

— ryan tá aí?

— tá sim..- falou e eu já fui entrando indo em direção ao quarto dele, quando cheguei lá o noiado fumava maconha.

ele me olhou assustado e eu cruzei os braços.

— que porra tá acontecendo contigo, ryan? tu tá deslumbrado?? - disse enquanto gesticulava ficando estressado já.

— deslumbrado por causa de que irmão? - disse abrindo os braços e quando olhei pra janela pude ver o reflexo da maíra na porta.

— tá igual um cracudo porra, não fode! - peguei uma almofada e joguei nele pra não agredi-lo. — essa porra de droga já está começando a afetar as pessoas ao teu redor, não vê sua irmã? não me vê??? eu acabei de me afastar da mina que eu estava curtindo porque tive que encobrir suas merdas.

— não pedi ajuda de ninguém. - falou soprando a fumaça e fui até ele puxando pelo colarinho da camisa enquanto ouvia maíra gritar pedindo pra parar.  — vai me bater? bate seu merda.

— ryan pelo amor de deus, para com isso! carlos vai te matar. - disse puxando o irmão enquanto eu olhava no fundo dos olhos dele.

que mudança foi essa?

— cadu, ele tá em abstinência. - disse enquanto chorava.

— porra de abstinência maíra, tá me tratando igual maluca sua piranha. - ia pra cima dela mas virei um tapa em seu rosto jogando ele em cima da cama.

— tu não encosta um dedo nela, se fazer isso vou te levar lá nos cara. - maíra segurou no meu braço enquanto chorava. ryan me olhava de semblante fechado mas era nítido que estava desnorteado.

— nos cara não cadu, vão maltratar ele..por favor. - disse chorando e meu coração deu uma balançada vendo ela daquela forma.

— tá..- respirei fundo saindo do quarto e fui até a cozinha sendo seguido por maíra. — tem suco aí?

ela concordou com a cabeça e abriu a geladeira me entregando a jarra, assim que peguei coloquei em um copo e coloquei algumas gotas de calmante. maíra me olhou respirando fundo e fui até o quarto de ryan novamente.

— desculpa pelo tapa. - sentei em sua frente e entreguei o copo. — passei dos limites.

— me desculpa também, falei coisa que não devia. - deu um gole no suco e eu sorri fraco.

— vou lá falar com a maíra, ela tá mal..mas se tu precisar de algo da um salve. - disse e ele concordou, depois de fazer um toque saí do quarto e fui andando pela casa procurando maíra, achei ela no terraço.

— deu o remédio pra ele? - perguntou me olhando e eu concordei. — eu tô com tanto medo du, eu já nem conheço mais ele.

ela começou a chorar novamente e eu fiquei sem reação, até que ela ergueu os braços e fui até a mesma a abraçando apertado enquanto fazia carinho em suas costas.

— dorme comigo essa noite? só por cuidado? - perguntou com a voz manhosa e eu fiquei meio desconfortável, apenas cocei a nuca de nervoso. — sua namorada nem vai se importar, é só uma ajuda pra sua amiga aqui..

pediu olhando nos meus olhos.

— durmo. essa com certeza não vai ser uma  das preocupações dela. - respirei fundo e ela deu um sorrisinho.

inferno!

(:

intimidade.Onde histórias criam vida. Descubra agora