ana luísa
empurrei a porta de casa enquanto olhava o relógio, quase meia noite. continuei andando depois de fechar a porta e fui até o quarto da minha mãe procurando ela, quando achei dei um sorrisinho e entrei deitando em sua cama ficando com ela.
— achei que ia dormir lá na casa do cadu, filha. - ela disse me olhando enquanto tirava meus cabelos do rosto.
— não, quis voltar pra casa.. amanhã vou levar a danú pra praia né, ele vai também. - expliquei e ela sorriu.
— posso perguntar como foi com a paula? - perguntou com cautela e eu deitei com a barriga pra cima enquanto olhava pro teto.
— foi estranho. não senti nada, sabe? eu entendi o lado dela nas do que adianta? não tem como desfazer as coisas que eu já fiz. - respirei fundo. — eu ainda tenho pavor de briga porque lembro das vezes que ela brigava comigo e com vocês, tenho pavor também de quando alguém finge que vai me bater, lembro de todas as vezes que ela me batia quando estava doidona de droga.
— eu sei meu amor, as coisas que ela fez não tem como esquecer..ou talvez não tenha como perdoar, mas não traz uma paz no seu coração? colocar os pingos nos i's? - concordei com a cabeça.
— sim! só por isso eu fui. - dei de ombros. — ela me falou do meu pai..
— dou seu pai? - perguntou me olhando estranho.
— poisé. - neguei com a cabeça. — ele era rico, muito rico! mas tá morto né. ele nunca veio me visitar porque a paula não permitia, dizia que se ele ia ver ela.. não poderia me ver.
— não acredito, filha..
— acredite, mãe. acredite. - estalei meus dedos. — por isso aquela porrada de dinheiro na minha conta.
— é..- ela concordou e olhou pro nada igual eu. — sem pai, sim! mas sem dinheiro nunca. - falou e eu e ela começamos a gargalhar.
— tu é ridícula! - disse enquanto parava de rir.
— cadu entrou com você? - perguntou e eu neguei.
— ficou lá me esperando.
— ele é um bom menino. vocês são amigos ou..?
— amigos! - expliquei e ela me olhou estranho. — amigos que transaram mas amigos.
— ah, vocês transaram? - minha mãe começou a rir. — eu sabia!
revirei os olhos sentindo a vergonha me atingir e ri.
— vou pro meu quarto..- falei rindo e me aproximei deixando um beijo na sua bochecha.
— usou camisinha né? não quero ser avó ainda. - gritou enquanto eu saía do quarto e eu neguei com a cabeça.
— ai mãe..- respirei fundo rindo e fui pro meu quarto.
entrei no meu quarto e fui direto em direção ao meu armário pegando uma roupa pra tomar banho e pra praia amanhã.
depois de tomar um banho demorado e completo, me joguei na cama respirando fundo e olhando pro teto. que dia foi esse? aconteceu tanta coisa. em relação a minha mãe eu me sentia um pouco melhor, mas ainda não tinha digerido essa história do meu pai! nesses momentos eu queria tanto que a minha vozinha estivesse viva só pra me ajudar e contar a história toda!
me levantei desligando a luz e me joguei na cama ansiosa pro dia de amanhã.
(:
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esse foi curtin.
hj tem brasilll🇧🇷🇧🇷