ana luísa
tinha acabado de sair da reunião com o advogado, infelizmente o cadu não conseguiu estar presencialmente por estar de plantão mas conseguiu ligar de video e ficar a par de tudo. para a nossa felicidade o advogado indicado pela minha mãe disse que causa era ganha pelo fato de sermos estabilizados, a dona lúcia ser a favor, ele já estar integrado na família e a mariana ser dependente química.
por mais que tivéssemos diversos pontos ao nosso favor, eu ainda sim me sentia insegura e com medo do ravi ser tirado da gente, é nosso filho. falando no pequeno, eu estava indo buscar ele agora na escola enquanto falo com minha mãe no telefone.
- entendeu, minha filha? - ela disse e eu concordei enquanto dirigia. - eu sei que é uma barra mas você não pode se desesperar, tem que se manter forte e estável. desabafa, coloca tudo pra fora, você tem a mim e seu marido mas tem que estar forte! conseguir guarda é algo muito delicado, precisa ser perfeito em tudo.
- eu sei, mãe. eu vou conseguir! - falei confiante. - danúbia já arrumou as coisas dela? depois de buscar ravi vou passar aí pra buscar ela.
- já tô pronta, irmã! só te esperando. - pude ouvir ela gritar e sorri concordando com a cabeça.
- mãe, vou desligar.. cheguei agora na escola. - falei estacionando o carro.
- tá bom, amor. mãe te ama! fica bem e até daqui a pouco. - ela disse toda fofinha.
- eu te amo, beijo! - dito isso desliguei o celular e saí do carro indo buscar meu filho.
saí em passos apressados até a porta da escola e quando a porteira me viu já foi chamar o pequeno, em minutos ele veio correndo na minha direção segurando um desenho na mão, eu abaixei pegando ele em meu colo o abraçando matando toda a saudade, até que ouvi ele soluçar e na mesma hora me afastei para olhar seu rosto. ravi chorava baixinho.
- o que foi, meu amor? - perguntei preocupada enquanto tirava seus cachinhos de seu rosto. - hm?
- eu fiquei com saudade. - ele falou e me abraçou novamente escondendo o rostinho no meu pescoço. - cadê o pai cadu?
sorri sentindo meu coração palpitar, cada dia era uma coisa nova.
- eu também senti muito a sua falta, filho. pai cadu está no trabalho, depois de buscar a danú vamos buscar ele, tá bom? - perguntei e ele concordou.
com ravi no colo caminhei até meu carro, enquanto colocava ele na cadeirinha atrás ele me lançou um sorrisinho e me estendeu um desenho. mais uma vez não consegui segurar as lágrimas, vendo aquele desenho enquanto chorava eu olhei pro meu filho e sorri, foi uma das coisas mais bonitas que já vi em toda minha vida.
- e a gente, mãe. por que você chora? - ele me perguntou enquanto secava minhas lágrimas e eu ri. - olha, é você de mamãe, o cadu de papai e eu de filho. - ele falou apontando e eu concordei com a cabeça e dei um beijo na testa dele.
- por que você desenhou a gente, ravi? - perguntei curiosa.
- a tia disse que era pra desenhar minha família, eu ia desenhar a vovó lu, a vovó tata, a vó januza, o vô rodrigo, a eloá, a danú, a titia yara, o bê, a tia jess, a titia tati..todo mundo! mas ela disse pra desenhar meus pais, quem eu mais amo.. - ele falou me explicando e eu concordei. - ficou bonito? a tia me ajudou.
- ficou incrível, filho! eu amei. - sorri e ele deixou um beijo na minha bochecha.
depois de colocar o ravi em segurança no banco de trás, passei para frente e passei a dirigir até a casa da minha mãe.. quando cheguei lá ela e danúbia já me esperavam, danúbia e minha mãe me deram um abraço tão gostoso assim que me viram, me deixou mais feliz ainda.
- oi gostoso da vó. - taís falou e fez cócegas na barriguinha do ravi. - meu deus, eu sou vó.
- tá inteirona. - falei rindo e ela também, e aproveitou para me dar língua.
- vó, você fez meu bolo? - ravi cobrou minha mãe e danúbia riu.
- ih, ravi..- danúbia disse e eu ri junto dela negando com a cabeça.
- a vó vai fazer no dia que você dormir lá em casa. - taís disse.
- eu posso, mãe? - ravi perguntou e minha mãe e danúbia nos olharam surpresas, elas já sabiam que o pequeno estava me chamando de mãe.. só não tinham escutado ainda.
- pode, filho! - disse ele sorriu animado.
depois de conversar mais um pouquinho, danúbia entrou no carro e nos despedimos. no meio do caminho as crianças conversavam e eu só sentia ansiedade para chegar logo no hospital e ver meu marido, estava com tanta saudade dele..nem parecia que eu tinha visto ele a poucas horas atrás. até que cheguei e vi ele, cadu me lançou um sorriso tão lindo...senti perder o ar.
- meu pai, meu pai. - ravi disse agitado e danúbia riu segurando ele.
- calma, ravizinho..seu pai já vem. - danúbia tranquilizou seu sobrinho e eu sorri.
saí do carro e fui correndo abraçar meu marido. ele me abraçou forte apertando todo o meu corpo e eu respirei fundo inalando seu cheiro. até que nos afastamos e sorri dando um beijinho no seu queixo por não alcançar seus lábios, até que ele se abaixou e me deu um selinho demorado e em seguida me deu vários outros.
- saudades. - falei em um sussurro.
- saudades, amor. - ele falou e entrelaçou nossos dedos e caminhamos até o carro.
entrei no carro e meu marido foi atrás e deu um abraço apertado na danúbia já que os dois estavam mortos de saudade um do outro, por último ele abraçou seu filho com todo carinho do mundo. ravi não queria soltar de jeito nenhum mas tiveram já que íamos pra casa.
- pai, eu fiz um desenho bonitão.. mostra pra ele mãe, mostra! - ravi pediu e peguei a mochila dele entregando pro cadu.
passei a dirigir pra casa enquanto eles conversam, cadu quando viu o desenho do filho até chorou. eu achava lindo demais essa sensibilidade do meu marido, o torna único e o melhor companheiro que eu poderia ter na minha vida. o amo tanto!
:)
--
desenho do ravi na capa :))