36

1.1K 81 7
                                    

ana luísa

saí de lá com o meu carro segurando o choro, eu gosto tanto dele..capaz até de amar, queria muito que desse certo. imaginei ver ele em qualquer lugar, menos numa clínica de reabilitação. e pela forma que ele estava, algo sério estava acontecendo.

tinha ido visitar paula já que ela tinha ligado lá pra casa quase implorando para eu ir vê-la, chegando lá tive a notícia que seu tratamento estava dando resultado e que se ela continuasse assim, receberia alta o quanto antes.

ainda era estranho ter-la por perto, muito estranho! mas eu estava me acostumando e e entendendo a situação. por mais que eu não concorde e nem goste de muitas das atitudes dela, não quero guardar rancor.. vai dizer muito mais sobre mim do que sobre ela, isso é fato! então eu estou me libertando de tudo aquilo me prende e me faz mal, de pouco a pouco.

estacionei meu carro em minha vaga e fui entrando dando boa tarde pro porteiro, depois de pegar o elevador e chegar em meu andar, finalmente abri a porta de casa tendo a vista de danúbia sentadinha brincando com sua boneca favorita.

— cheguei! - disse com a voz arrastada e danúbia veio correndo na minha direção me fazenda pegar ela no colo. — tá bem, amor?

— eu tô! - botou a mão na boca e eu tratei de tirar por conta dos germes.

— onde mamãe está? - perguntei enquanto cheirava ela todinha.

— na cozinha, ela e yara tão fazendo bolinho de chocolate pra mim. - disse com um sorrisinho no rosto.

— vamos lá comer então, né? - ela concordou e me deu um beijo na bochecha.

depois de botar minha bolsa em cima do sofá fui até a cozinha com danúbia no colo mesmo procurando as bonitas.

— hmm, que cheiro bom. - sorri vendo as duas.

— ana luísa! bota danúbia no chão, tá grande já. - minha mãe brigou e eu abracei danúbia fazendo ela ficar mais ainda no meu colo. — olha, falo nada..

— foi lá ver a paula? - yara perguntou e eu concordei.

— fui! - respirei fundo.

— ela tá bem? - tais perguntou tentando mostrar indiferença mas no fundo sabíamos que ela se importa.

— tá sim, tratamento está dando resultado..em breve pode receber alta. - cocei a nuca. — acabei encontrando o cadu lá.

as três na mesma hora olharam para mim e eu ri de nervoso.

— ele não estava internado, isso é bom..

minha mãe e yara soltaram a respiração que eu nem tinha percebido elas prenderem.

— ai que bom. - minha mãe falou passando a mão na testa.

— tomei um susto, menina. - yara disse e depois de colocar a calda no bolo, levou até a sala de jantar, voltando logo em seguida.

— também tomei um susto quando encontrei ele lá também. - ainda com danúbia em meu colo que estava quietinha, peguei uma jarra de suco  e levei até a sala de jantar ajudando yara. — principalmente quando vi beijando outra.

as duas me olharam novamente e eu comecei a rir por mais que não tivesse tanta graça, ri só pra aliviar a tensão e preocupação.

— você tá bem? - minha mãe perguntou e eu concordei com a cabeça por mais que não fosse a verdade.

— fazer o que né? - brinquei e me sentei na mesa colocando danúbia na cadeira ao lado.

depois yara se juntou e começamos a tomar café juntas enquanto conversámos e colocava as fofocas em dia.

— taís, tava pra te falar..- yara disse e prestamos atenção nela. — vou precisar ficar uns dois dias fora, meu marido vai fazer vasectomia..era só o tempo de ajudar ele e organizar as coisas pra se virar.

— amor, eu esqueci de te falar também. - deu um gole no suco. — eu comprei passagens pra bahia, vai eu e as meninas. - minha mãe disse e eu a olhei surpresa.

— bahia mamãe? - danúbia perguntou com a boca toda suja de chocolate, deixei um sorrisinho involuntário escapar.

— sim, princesa. - sorriu pra sua filha e logo em seguida olhou pra yara novamente. — fica fora o tempo que precisar, sem pressa..e se quiser voltar, pode trazer o bernardo. - danúbia deu um sorrisão.

— valeu taís, de verdade mesmo. - yara disse toda feliz. — vocês são uma benção na minha vida.

— somos família yara, família. - disse colocando a mão em cima da mesa e ela pegou fazendo carinho.

— o bê também é né? - danú perguntou e eu rindo concordei com a cabeça.

— vamos pra bahia quando, mãe?

— menos de uma semana, filha. daqui a três dias. -  concordei com a cabeça vendo que era tempo o suficiente para me organizar.

— tô ansiosa! - disse sorridente e minha mãe sorriu também.

(:

--
ih..

intimidade.Onde histórias criam vida. Descubra agora