ana luísa
saí de lá com o meu carro segurando o choro, eu gosto tanto dele..capaz até de amar, queria muito que desse certo. imaginei ver ele em qualquer lugar, menos numa clínica de reabilitação. e pela forma que ele estava, algo sério estava acontecendo.
tinha ido visitar paula já que ela tinha ligado lá pra casa quase implorando para eu ir vê-la, chegando lá tive a notícia que seu tratamento estava dando resultado e que se ela continuasse assim, receberia alta o quanto antes.
ainda era estranho ter-la por perto, muito estranho! mas eu estava me acostumando e e entendendo a situação. por mais que eu não concorde e nem goste de muitas das atitudes dela, não quero guardar rancor.. vai dizer muito mais sobre mim do que sobre ela, isso é fato! então eu estou me libertando de tudo aquilo me prende e me faz mal, de pouco a pouco.
estacionei meu carro em minha vaga e fui entrando dando boa tarde pro porteiro, depois de pegar o elevador e chegar em meu andar, finalmente abri a porta de casa tendo a vista de danúbia sentadinha brincando com sua boneca favorita.
— cheguei! - disse com a voz arrastada e danúbia veio correndo na minha direção me fazenda pegar ela no colo. — tá bem, amor?
— eu tô! - botou a mão na boca e eu tratei de tirar por conta dos germes.
— onde mamãe está? - perguntei enquanto cheirava ela todinha.
— na cozinha, ela e yara tão fazendo bolinho de chocolate pra mim. - disse com um sorrisinho no rosto.
— vamos lá comer então, né? - ela concordou e me deu um beijo na bochecha.
depois de botar minha bolsa em cima do sofá fui até a cozinha com danúbia no colo mesmo procurando as bonitas.
— hmm, que cheiro bom. - sorri vendo as duas.
— ana luísa! bota danúbia no chão, tá grande já. - minha mãe brigou e eu abracei danúbia fazendo ela ficar mais ainda no meu colo. — olha, falo nada..
— foi lá ver a paula? - yara perguntou e eu concordei.
— fui! - respirei fundo.
— ela tá bem? - tais perguntou tentando mostrar indiferença mas no fundo sabíamos que ela se importa.
— tá sim, tratamento está dando resultado..em breve pode receber alta. - cocei a nuca. — acabei encontrando o cadu lá.
as três na mesma hora olharam para mim e eu ri de nervoso.
— ele não estava internado, isso é bom..
minha mãe e yara soltaram a respiração que eu nem tinha percebido elas prenderem.
— ai que bom. - minha mãe falou passando a mão na testa.
— tomei um susto, menina. - yara disse e depois de colocar a calda no bolo, levou até a sala de jantar, voltando logo em seguida.
— também tomei um susto quando encontrei ele lá também. - ainda com danúbia em meu colo que estava quietinha, peguei uma jarra de suco e levei até a sala de jantar ajudando yara. — principalmente quando vi beijando outra.
as duas me olharam novamente e eu comecei a rir por mais que não tivesse tanta graça, ri só pra aliviar a tensão e preocupação.
— você tá bem? - minha mãe perguntou e eu concordei com a cabeça por mais que não fosse a verdade.
— fazer o que né? - brinquei e me sentei na mesa colocando danúbia na cadeira ao lado.
depois yara se juntou e começamos a tomar café juntas enquanto conversámos e colocava as fofocas em dia.
— taís, tava pra te falar..- yara disse e prestamos atenção nela. — vou precisar ficar uns dois dias fora, meu marido vai fazer vasectomia..era só o tempo de ajudar ele e organizar as coisas pra se virar.
— amor, eu esqueci de te falar também. - deu um gole no suco. — eu comprei passagens pra bahia, vai eu e as meninas. - minha mãe disse e eu a olhei surpresa.
— bahia mamãe? - danúbia perguntou com a boca toda suja de chocolate, deixei um sorrisinho involuntário escapar.
— sim, princesa. - sorriu pra sua filha e logo em seguida olhou pra yara novamente. — fica fora o tempo que precisar, sem pressa..e se quiser voltar, pode trazer o bernardo. - danúbia deu um sorrisão.
— valeu taís, de verdade mesmo. - yara disse toda feliz. — vocês são uma benção na minha vida.
— somos família yara, família. - disse colocando a mão em cima da mesa e ela pegou fazendo carinho.
— o bê também é né? - danú perguntou e eu rindo concordei com a cabeça.
— vamos pra bahia quando, mãe?
— menos de uma semana, filha. daqui a três dias. - concordei com a cabeça vendo que era tempo o suficiente para me organizar.
— tô ansiosa! - disse sorridente e minha mãe sorriu também.
(:
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ih..