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ana luísa
3 dias depois.

saí do banho retirando a touca de cetim do meu cabelo pretinho e ondulado, achava lindo demais. enrolada na toalha me sentei pensando em quê usaria para passar mais um a noite sábado em casa. ouvi meu celular aptar então estiquei meu corpo pegando ele e dei um sorrisinho vendo quem era.

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cadu :)
fala bunita
tá atoa?

eu
infelizmente, sim!
pq?

cadu :)
então desce aqui pô
tô na praia.

eu
mentira?

cadu :)
verdade
vem ou não?

eu
vou, cadu.
só vou colocar uma roupa

cadu :)
beleza
tô no aguardo.

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corri até meu armário procurando uma roupa e escolhi um short jeans, uma blusa preta da nike e minha kenner de oncinha. passei perfume, desodorante e gloss. depois de mandar mensagem para ele dizendo que estava descendo guardei meu celular no bolso e saí do quarto vendo minha mãe sentada no sofá lendo um livro.

— ei, vou a praia. ok? - disse olhando pra ela que me olhou de cima a baixo erguendo uma sobrancelha.

— sozinha, filha? - deu um sorrisinho.

— não! com um amigo..

— entendi, cuidado okay? leva a chave porque quando você voltar eu provavelmente vou estar dormindo. - disse e eu concordei com a cabeça e me aproximei dando um beijo em sua bochecha.

— beijo, te amo. - ela retribuiu dizendo que me ama mais e eu sorri. antes de sair olhei pro relógio e vi que marcava 23h da noite quase 00h.

(...)

— vai, top três cantores da cena do rap..- ele me perguntou e eu cocei a cabeça nervosa.

— tá bom..hm, deixa eu pensar. - olhei pro mar e ergui três dedos, em seguida olhando pra ele. — djonga em primeiro lugar obviamente, bk e baco ficam no mesmo nível porque amo os dois no mesmo tanto.

— caô que tu escuta bk e djonga? - perguntou rindo e eu concordei rindo também. — caralho, que viagem.

estávamos sentados na beira do mar enquanto conversámos sobre arte. ele tinha colocado "imprevisto" em seu celular e eu adorei a música, letra muito bonita e fofa. totalmente diferente do que eu tinha imaginado dele.

— tá, eu não tenho top 3.. - olhei para ele chocada. — na verdade tenho sim. djonga, bk e racionais.

— racionais é a mais pura arte, história e cultura. - disse e ele concordou.  — gosto muito também.

ficamos um pouco em silêncio só curtinho a música que tocava e tive uma idéia.

— top três cantores de branquelos. - falei rindo e ele gargalhou quando me ouviu falar.

— tá preparada? - perguntou e eu senti o nervosismo se aproximar.

— vai logo!

— anavitória, filipe ret e não sei se encaixa, mas poesia acústica. - assim que ele finalizou comecei a rir.

— eu tô chocada com você! sério, é cada surpresa.. ANAVITÓRIA? - quase gritei e por sorte a praia estava vazia.

— é por causa do casal que eu convivo, elas escutam tanto que me acostumei. vamos combinar também que as letras delas são pesadíssimas! - disse e eu concordei.

— você tem razão. adoro anavitória, ouço todo santo dia e não me canso. meu top três é anavitória, tribalistas e filipe ret.

— tribalistas nem é de branquelo, doida. - me olhou feio e eu concordei.

— eu sei, só não sabia o que dizer. - ri e me joguei um pouco para trás quase deitando na areia, me apoiando em meus braços enquanto ouvia o barulho do mar.

— se você tivesse que fazer uma biografia de si, como faria? - perguntou ele me olhando e deitou igual a mim.

— tá preparado? - perguntei rindo e ele concordou rindo. — vou parecer uma velha mas tudo bem, sinal de sabedoria. - fiz aspas e comecei. — " jovem ana luísa araújo de 21 anos, apaixonada por tudo que envolve arte, apaixonada pelo mar, apaixonada pela vida e apaixonada pelo amor. canceriana com ascendente em escorpião." - após dizer aquilo ri tampando o rosto e ele riu um pouco também.

— tá rindo de que? eu amei, não conseguiria me descrever assim não. - disse ele. — gostei muito, ficou meio superficial mas isso não é algo negativo.

— não? - questionei ele.  — desenvolve.

— da forma que você falou me fez sentir curiosidade de te conhecer mais. você não entregou os pontos, deixou em aberto para eu te decifrar e isso é ótimo, instiga.

— gosto disso também. gosto de surpreender, as vezes é bom ser uma incógnita. talvez você consiga me desvendar ou talvez não. - dei um sorrisinho.

— concorda que o talvez é mais exitante que a certeza? - perguntou me olhando nos olhos e eu dei um sorrisão concordando com a cabeça.

— finalmente alguém com a mesma linha de pensamento que eu. talvez em algumas situações é importantíssimo! dizendo no meu caso, me faz querer continuar com a pessoa e descobri-la até ter a certeza.

—  você é tão inteligente! - ele revirou os olhos e eu sorri. — por isso quando eu perguntei se eu iria te ver novamente você disse talvez?

— sim! se eu desse certeza ficaria chato. te fiz ficar com uma dúvida, agora que matou ela não é prazeroso?

— muito! - ele disse e eu sorri.

— essa água tá me chamando, parece estar quentinha. - comentei. — tem coragem de entrar?

ele olhou o celular e marcava duas horas da manhã, se levantou e tirou a blusa. tomei um susto e ele riu.

— vamos, analu! - terminou de tirar sua roupa ficando de cueca e saiu correndo em direção ao mar.

fiz o mesmo, me levantei tirando a roupa ficando de lingerie e saí correndo em direção ao mar, quando cheguei mais fundinho mergulhei sentindo aquela água quentinha.

— que sensação boa. - ele falou e eu concordei jogando meu corpo para trás começando a boiar.

— isso se chama liberdade. - pontuei e ele concordou.

ficamos nadando, boiando, rindo, cantando, brincando e falando coisas sem sentido e aquilo era incrível, muito tempo que eu não sentia assim.

(:

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o primeiro date🥺

intimidade.Onde histórias criam vida. Descubra agora