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carlos eduardo

saí de casa cheirosinho e bonito como de costume indo trabalhar, o que fez minha gata surtar de ciúmes me tirando boas risadas. olhei no relógio em meu pulso vendo que marcava 19h e como estava cedo, resolvi ir de ônibus. no meio do caminho aproveitei para acender um já que a rua estava vazia, enquanto isso liguei meu celular no spotify e coloquei o albo do bk pra tocar.

— em nome do amor que eu sinto por mim mesmo..- cantarolei baixinho mas minha onda foi cortada quando senti meu celular vibrar.

quando peguei meu celular vi que minha sogra me mandava mensagem.

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taís sogra
cadu
consegui as coisas que você me pediu.
vou mandar as coisas pra menina e pro meu colega, assim que possível te retorno, tá bom??

me
pô, taíszita
obrigadão!
me salvou legal

taís sogra
que isso kkkk precisa me agradecer n
tudo por nossa felicidadee
tmj

me
tmjtao ❤️

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taís estava me ajudando em diversas coisas, mas principalmente com emprego, eu estava pra me formar e ela tinha uns amigos que eram donos do hospital da barra, então conseguiria uma vaga para mim de imediato, eu não tive palavras para agradecer ela, e acho que nem vou ter..mas estava em uma felicidade que não cabia dentro de mim!

respirei fundo de alívio e quando vi que o ônibus estava chegando, joguei a ponta da maconha fora e fiz sinal.

— e aí, boa noite. - falei com o motorista enquanto entrava no carro compartilhado.

— boa noite. - me respondeu e após passar meu cartão de passagem fui andando até um banco próximo a porta.

(...)

cheguei em meu trabalho um pouco mais cedo e dei um meio sorriso vendo uns parceiros de trabalho que estavam lá.

— fala, meu pit. - disse fazendo toque com um parceiro.

— fala caduzinho. - me gastou. — ou, tem uma mina te esperando ali perto dos banquinhos.

— oxi, o que que a analu veio fazer aqui..- falei botando a mão na cintura e andei até o balcão colocando minha mochila lá.

— não é a analu não, parceiro. - falou rindo e eu revirei os olhos já imaginando quem seria.

— valeu, irmão. já volto aqui. - falei dando dois tapinhas nas costas e saí da loja indo até o banquinhos e quando vi maíra sentada lá tomando uma cerveja e revirei os olhos ficando já estressado.

continuei andando e quando cheguei em sua frente ela sorriu vindo me abraçar e eu dei um passo para trás.

— não vai me deixar te abraçar? - perguntou colocando a mão na cintura.

— obviamente não. - ri sem humor. — adianta o teu papinho.

— senti sua falta, amorzinho. - deu um gole em sua cerveja.

— maíra, vou te mandar o papo reto logo, tá ligada? - cruzei os braços na altura dos peitos. — eu tenho mulher, amo ela mais do que você possa imaginar, e nunca, nunca mesmo vou conseguir amar outra da mesma forma que eu amo ela, você consegue entender isso? consegue entender a porra do teu lugar? - disse já começando a me exaltar.

— cadu..- ia tentar falar mas olhei dentro dos olhos dela mostrando que não tinha terminado de falar.

— você é só a irmã do meu melhor amigo, caralho, que infelizmente aproveitou de uma situação frágil para me beijar, você sabe muito bem disso! você já admitiu isso.

— claro que eu te beijei, cadu! você sabe que eu te amo, que você é o homem dos meus sonhos. - disse tentando se aproximar.

— quanto a isso mais uma vez não posso fazer nada, a mulher dos meus sonhos não é você, cara..eu posso fazer o que? quando eu podia te ajudar eu ajudei, e ajudei pra caralho! mas não passa disso, nunca passou.

— você tem que me amar!!! - começou a gritar e chorar dramatizando.

— toma vergonha nessa tua cara, maíra, por favor. - falei manso. — teu teatro não me comove.

— fica comigo, por favor, eu lhe imploro. - começou a chorar.

— vou te mandar o papo reto, você é maluca! me deixa em paz, na moralzinha, e  a minha mulher também. - disse dando uns passos para trás. — não volta mais, se voltar vou me estressar sério mesmo contigo.

dei as costas e ela começou a me chamar e chorar.

— cadu! - jogou a garrafa de vidro no chão e eu cocei a cabeça de nervoso.

o tanto de estresse que estava dentro de mim me corroía, caralho! vou ter 100% de paz nunca? não é possível isso não, e justo agora, nesse momento eu não poderia me estressar e nem ter dor de cabeça.

— que isso, daqui ouvi os gritos. - um começou a me gastar e eu só o olhei de cara fechada. — não está mais aqui quem falou.

respirei fundo e me sentei na bancada batucando tentando me distrair da raiva e ansiedade esperando o cliente que estava marcado chegar.

(:

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oh deus, dê paciência.

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