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ana luísa

acordei no outro dia e quando olhei pro relógio vi que marcava 10h da manhã. as lembranças da madrugada começaram a vir em minha memória e eu sorri lembrando do quão legal foi. me estiquei e peguei meu celular na cabeceira e vi que tinha notificações no whatsapp, tratei logo de abrir.

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cadu :)
bom dia, nalu.
como cê tá?
aí, ontem foi mó legal, doideira. adorei conhecer uma parte de você.

eu
bom dia!!
tô ótima, e vc?
obrigada<3 fico super feliz, adorei te conhecer tb.
vc é uma caixinha de surpresas juro.
me surpreende e eu gosto disso

cadu :)
tô aprendendo com você.

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sorri com a última mensagem e me levantei indo tomar um banho fresco. depois de fazer minha higiene matinal, vesti um short saia jeans e um cropped branco. enquanto saía do meu quarto fazia um coque alto em meu cabelo, quando cheguei na sala de jantar vi as três sentadinhas tomando café da manhã.

— poxa, nem me esperaram. - fiz bico e depositei um beijo na cabeça de cada uma.

— eita que acordou animada. - falou minha mãe e eu sorri enquanto me sentava.

— todo dia eu acordo animada.

— mentira, analu. - disse danúbia e eu ri.

— chegou tarde ontem né? - perguntou tais e eu tentei disfarçar. — hein, ana luísa.

— cheguei mais ou menos, deveria ser 3:30 da manhã. - disse cortando um pedaço de bolo de cenoura.

— se divertiu? - perguntou enquanto me olhava dando um sorrisinho.

— muito! nunca encontrei alguém com a linha de pensamento tão parecida com a minha. - falei lembrando. — viu, vocês ficam falando que eu não falo lé com cré  mas ele me entende, fala a mesma língua que eu.

— falando em língua, beijou? - perguntou yara e eu gargalhei. — ué gente, tô perguntando.. né não taís?

— poisé, yara..- minha mãe concordou com ela.

— não beijei, é um amigo só. - disse isso e dei uma garfada no bolo.

— é minha filha mas tem amigo que..- yara  coçou a cabeça e eu dei uma leve risadinha.  — deixa pra lá.

— se ele te compreende e fala a mesma língua que você me deixa feliz e despreocupada, sua felicidade é a minha filha. - minha mãe avisou enquanto fazia carinho na minha mão.

— o que vamos fazer hoje? - perguntou danúbia com a boca toda suja de brigadeiro do bolo de cenoura.

— você vai pra casa da yara brincar com o bernardo, mamãe resolveu deixar. 

— mentira?? - sorriu batendo palma. — estava com tanta saudades do bê.

— ele também tá morrendo de saudades de você danúbia, é o tempo inteiro falando. - disse yara e eu ri.

bernado é o filho de yara e melhor amigo de danúbia, o menino é um doce.

(...)

só estava eu e minha mãe em casa, e se tinha uma coisa que nós duas gostamos de fazer é beber juntas e conversar, hoje a pauta seria vida amorosa. deveria ser umas 18h da noite e resolvemos beber vinho juntas e ouvir um bom mpb enquanto conversamos.

— e você não tá transando? - minha mãe perguntou incrédula e eu ri.

— não, mãe. sinto saudades confesso, mas sou um pouco exigente.. não vou dar pra qualquer um. - disse rindo e dei um gole no vinho.

— você tá certa! acho que isso é o certo, sou exigente.

— e você tá transando, mãe? - perguntei e ela deu uma risadinha colocando a mão no colo do peito. — já tive a minha resposta.

— ai filha, eu tô. é com um amigo do trabalho, e deixa eu te falar.. gostoso!

— eu sei quem é? - perguntei e ela deu um sorrisinho.

— é o david. - ela disse isso e eu arregalei os olhos.

— mãe!!! - exclamei e ela começou a rir. — ele é uma delícia, dona taís. você tá certa!!

— não é?! - riu. — acertei dessa vez e não palmitei.

— só orgulho de você, mãe. - ri e enchi nossa taça de novo.

— e o garoto que você saiu ontem? é garoto mesmo ou é garota? sabe que eu não ligo pra essas coisas, você estando feliz eu tô feliz também. - ela disse isso e eu dei um sorrisinho.

— eu sou bissexual mãe, mas ontem saí com um garoto mesmo. é o cadu! - falei e ela bateu palma como disse o nome.

— cadu é lindo filha, tem uma educação incrível. vocês já..? - perguntou e eu neguei com a cabeça. — e por que não, ana luísa? deixa de ser lerda.

— a dúvida se vai acontecer ou não é mais exitante. gosto disso. - falei rindo e dei um gole no vinho.

— tá aí! pô, vou levar pra minha vida. obrigadão, filha. - me puxou dando um beijo na bochecha e eu ri. — as vezes tu fala umas coisas que..mas faz sentido, tá certa.

continuamos conversando, bebendo e dançando. bêbadas inventamos de fazer brigadeiro e até que deu certo, por mais que tivesse algumas partes queimadas. depois de comer e rir mais um pouquinho fui pro meu quarto por voltas das 21h para tomar banho e a onda do vinho passar. já minha mãe resolveu se jogar no sofá e assistir série.

:)

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