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analu

já na hora de dormir eu ria vendo meu marido em pé ao pé da cama dedicando uma música do sant pra mim, aquilo fazia meu coração sorrir por ser engraçado e por me deixar feliz de estar vivendo isso com ele.

— quero ser pra sempre..seu - ele cantou fazendo toda uma performance e eu ri. — deixa eu ser pra sempre..seu!

concordei com a cabeça rindo e ele riu também e subiu em cima de mim deixando um beijo gostoso em meus lábios.

— eu te amo!! - falei rindo enquanto agarrava ele o tanto que podia por conta da minha barriga grandinha que nos impedia de ter o contato que queríamos.

— eu que te amo, minha gostosa. - deu um cheirinho no meu pescoço e se levantou indo apagar as luzes.

fui observando ele por todo trajeto e quando ele se deitou ao meu lado já logo me virei para ser a conchinha menor, amava dormir assim todos os dias e me sentir protegida pela meu marido.

antes de apagar de vez eu agradeci a deus pelo dia, pela casa, pela vida e pela minha família, fiquei olhando o ravi pela babá eletrônica dormir também e só consegui apagar quando ouvi cadu sussurrar: dorme com deus, meu amor.

(...)

acordei no susto sentindo meu coração doer e quando olhei pro lado o cadu não estava lá, pude ouvir um choro manhoso e aquilo me assustou, quase nunca acontecia.

— analu! - ouvi meu marido me gritar e levantei com tudo sentindo uma fisgada por baixo mas ignorei, só queria ver o meu filho.

quando cheguei no quarto do ravi pude vê-lo chorar no colo do pai e o quarto todo vomitado, o que aconteceu meu deus?

— cadu? - perguntei sem entender e estendi os braços pro ravi vir em meu colo, ele estava ardendo em febre, estava molinho e com o coração acelerado. — vai tirar o carro, corre!

falei sentindo meu olho arder enquanto ninava meu filho tentando fazer parar de chorar, cadu sem pensar duas vezes saiu pegando os documentos do ravi e a chave do carro.

— onde dói, filho? - perguntei e ele não falava nada, só chorava.

respirei fundo pedindo sabedoria pra lidar com isso então peguei uma mochila do ravi colocando algumas coisas necessárias e coloquei um casaco nele, com meu filho no colo mesmo fui até o meu quarto e peguei um short de dormir e uma blusa do cadu para vestir, as primeiras roupas que eu vi na minha frente.

— vamos, me dá ele! - cadu chegou todo agitado falando e eu entreguei o ravi.

fomos praticamente correndo e quando chegamos no carro eu peguei meu filho novamente no colo e eu fui fazendo um carinho nele que não parava de chorar e se contorcer de dor, eu pedia tanto a deus que ele ficasse bem. tomei um susto quando meu celular tocou mas só atendi por ser minha mãe.

— onde vocês estão, filha? já estamos todos aqui. eu, januza, rodrigo e dona lúcia. - ela falava nervosa.

— quase chegando, mãe. calma.- pedi sentindo vontade de chorar e ravi vendo meu desespero começou a chorar mais. — shh, calma filho..mãe, já tô chegando. - falei desligando e coloquei uma chupeta na boca do meu filho, ele nem gostava muito mas em situações de desespero eu resolvi tentar tudo e até que resolveu.

— meu anjinho, meu anjinho..- fui cantando a música dele favorita e até que adiantou, ravi parou de chorar e só ficou resmungando o que fazia meu coração doer.

— vem amor, chegamos. - cadu falou estacionando e saiu do carro rápido logo dando a volta e abrindo a porta, ele pegou nosso filho no colo e me ajudou a sair.

fomos praticamente correndo até a emergência do hospital, eu sentia uma dor infernal mas ignorava, só queria saber o que estava acontecendo com meu filho.

— meu filho aqui, alguém ajuda por favor! - meu marido gritou e já logo vieram nos atender.

— o que ele tem? - uma mulher que trabalhava aqui perguntou.

— ele tá com muita febre, não para de chorar, tá com o corpinho molinho e vomitou o quarto todo. - falei tudo rápido e ela tocou no meu braço me acalmando.

— mãezinha, calma. eu sou a milena, tá bom? eu vou cuidar bem do filho de vocês, eu peço que o paizinho dele venha comigo e que você vá na recepção fazer a ficha dele, show? - ela disse e eu concordei com a cabeça.

cadu me deu um beijo na testa e foi correndo junto com nosso filho até onde ele iria ser atendido, me encaminhei até a recepção e fui até bem atendida o que era raridade, nisso comecei a fazer a ficha do ravi enquanto sentia uma dor terrível no pé da barriga.

— falta assinar aqui. - a recepcionista me disse e eu anotei, quando olhei pro lado vi meus sogros, minha mãe e dona lúcia vindo até mim mas quando me viram pareciam mais assustados que o normal, eles olhavam pra minha perna e quando fui procurar o que tinha de errado eu senti meu coração falhar.

não, isso não pode estar acontecendo.

— senhora, senta aqui..suas pernas estão todas ensanguentadas, eu vou pegar uma cadeira de rodas, você precisa de atendimento médico..- uma pessoa falou comigo e eu não conseguia acreditar.

eu me recuso acreditar que isso está acontecendo comigo.

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volto em breve, beiju.



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