Destinos improváveis

Futuro - A Hidra

Seu coração estava prestes a parar, algo havia acontecido, quando ela sentiu uma mão gelada repousando sobre seu ombro. Não, aquilo não poderia ser real, mas era real. Ela se virou horrorizada, esperando se deparar com a mulher misteriosa da sua visão, porém o tempo parou naquele exato instante ao se dar conta de que, na verdade, ela estava de frente com...

_Srta. Epson — ele disse de forma lenta. — Se achando acima das regras, não é mesmo? — Ele sorriu com o canto da boca, enquanto a segurava pelo braço com força. — Você não tem ideia do quão encrencada está nesse momento.

Shara ouviu, mas não conseguiu processar aquilo. Ela estava em pânico demais para qualquer outra coisa. Voltou os olhos para a floresta outra vez, mas não havia mais nada ali... ela havia sumido.

_"Shara" — ela ouviu a voz assustadora mais uma vez, agora ainda mais próxima, mas onde? Shara a havia perdido de vista e enrijeceu. Saber onde aquela mulher misteriosa estava era ruim, mas não saber onde ela estava podia ser ainda pior. Um arrepio desceu pela sua espinha, percorrendo todo o seu corpo, deixando seu coração acelerado, sua respiração irregular e seu corpo trêmulo. A dor em sua cicatriz a fez acreditar que, seja lá o que fosse aquilo, era perigoso. Sim, aquela mulher, a mulher de sua visão, estava ali para ela, e isso não era bom.

Foi então que Shara se deu conta do que estava acontecendo de fato ali. Ela encarou o professor, evidenciando seu medo, e aquilo não estava relacionado a ser pega numa infração, por mais grave que fosse e ele pareceu notar que algo estava errado com ela... suas feições antes rígidas haviam amenizado um bom tanto agora.

_Epson — ele a chamou, soando preocupado... em outro momento Shara teria apreciado aquilo, mas era simplesmente difícil pensar em qualquer outra coisa quando o seu coração estava prestes a saltar pela boca, sim pelo ritmo frenético em que ele batia em seu peito... parecia mesmo que ela estava a um passo de colapsar... ela se sentiu instável... e sem pensar muito a respeito, ou nas consequências daquilo, ela...

Ela se jogou nos braços dele, sim... enrolando seus braços em torno da sua cintura com força e desejando que o tempo parasse ali para eles. Ela apoiou a cabeça contra o seu peito  sentindo o calor e o cheiro dos ingredientes de poções que emanavam de suas vestes..  e então ela desmoronou, deixando todo o pânico se dissipar através do seu choro. Quem diria, mas naquele momento ele era um alento, e de alguma forma ela sabia que ali estava segura. Nem as quatro paredes do castelo ou Dumbledore que fosse poderiam lhe oferecer tanta segurança quanto estar ali nos braços dele. Ela sentiu as mãos dele repousando suavemente em suas costas, numa tentativa de acalma-la em seu surto, mas não se demorando ele a afastou com delicadeza, apenas para encontrar o seu rosto.

_O que significa isso? — ele perguntou, um tanto quanto perdido, Shara ergueu os olhos e encontrou os olhos negros dele a estudando, mas era como se as palavras tivessem fugido de sua mente, embora soubesse que deveria dizer algo, qualquer coisa que pudesse explicar aquilo que estava acontecendo ali... afinal era perigoso e isso era algo que ela podia de alguma forma pressentir...

_Ela... ela... - Shara parou, tentando controlar a respiração e fazer algum sentido - minha cicatriz está doendo... eu acho que ela é perigosa senhor... muito perigosa – Shara conseguiu dizer.

_Ela? Ela quem? – Ele perguntou... mas algo havia mudado em seu semblante, era como se ele soubesse ou tivesse entendido tudo aquilo com tão pouca informação.

_Sim... ela... a mulher da minha visão - Shara disse com dificuldade em meio aos soluços que a essa altura eram praticamente impossíveis de segurar, ela estava perto, Shara podia sentir... - ela está aqui e ela está vindo até mim – sua voz havia falhado, e naquele frenesi Shara voltou a se afundar em seus braços, era loucura mas aquele era o seu refúgio agora e também um esconderijo...  ela não queria sair dali e ele não a afastou, nada mais precisou ser dito, sim ele havia de fato entendido, e aquilo que incidiu em seguida, foi uma sequência de ações que Shara não estava prevendo ou esperando, ela o ouviu conjurar um feitiço, feitiço que ela não conhecia, mas ele estava chamando o diretor, que levou apenas alguns segundos para aparecer, o diretor estava acompanhado da professora Mcgonagall, claro que Shara sabia que toda aquela movimentação não aconteceria se aquilo não fosse de fato algo sério, urgente e perigoso, ela ouviu o diretor, chamar outros bruxos que começaram a aparatar repentinamente naquele lugar, pessoas que Shara não fazia ideia de quem poderiam ser, a professora Mcgonagall foi incumbida de levar os alunos para o castelo já que eram todos grifinórios.