Futuro - Magia Ancestral

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O colar abriu... o colar abriu... Aquele era um misto de “enfim, finalmente, chegou o momento tão esperado, aconteceu e... o colar abriu” com “não, não, não... agora não, eu não quero que o colar abra, não ainda, não tão rápido não tão cedo” Shara mal havia se recuperado daquela crise que acabara de ter, ela certamente não queria passar por mais uma... ela estava perdendo Catie na enfermaria, e aquilo doía mais que o suficiente, e pensar ou imaginar que os dias para perder Antony poderiam estar se aproximando também, tornava tudo ainda mais difícil e isso misturado com toda a confusão sobre o colar estar abrindo justamente naquele momento, a assombravam.

_Deixe-me ver isso – ele pediu, com aquela voz grave, agora tão diferente da entonação usada anteriormente com ela ali, e a verdade era que aquela voz a fazia estremecer, não de medo, mas sim porque aquela era a voz usada por ele quando ela o conheceu pela primeira vez, não que tivesse havido uma apresentação formal, mas ela se lembrava de como se sentiu na sua presença aquele dia, aquela voz era emblemática, a voz do bruxo que ele foi para ela no passado, sempre tão cheio de enigmas e de significados e o bruxo que ele era de verdade, alguém com habilidades indiscutíveis, temido por muitos, já que ainda era sombrio em sua grande maioria das vezes, mas o mais importante de tudo era… de que esse bruxo era o seu pai, embora ainda fosse cedo ou apenas difícil de fazer tal associação, mas ele estava ali, sim… bem à sua frente agora e parecia verdadeiramente preocupado com ela e com toda aquela situação e isso a fazia se sentir especial de certa forma... afinal ele não era um bruxo qualquer, não… ele era Severo Snape, portanto era brilhante… sim esse tinha sido o termo usado por Elza ao se referir a ele para ela naquele dia, e Elza tinha razão sobre isso

_Shara – ele disse tentando captar sua atenção, mas havia tanto para processar, e ela o encarava confusa, ela ansiava por recomeços… e com ele sempre havia algo novo, agora havia o colar… como o colar havia aberto? ... Porque havia aberto com ele? E porque isso estava acontecendo naquele exato momento? ... Certo, talvez ela soubesse as respostas para todas aquelas perguntas... era óbvio até... sentimentos… afinal eles... haviam enfim evoluído algo juntos, eles tiveram o que ela chamaria de um tipo de reconciliação, naquele que entre todos poderia ser considerado o instante mais esperado e significativo da sua vida, e eram as motivações por trás desses sentimentos que esquentavam a cápsula, e aqueles eram bons sentimentos, talvez os melhores em meses… anos, sentimentos que vinham de uma estação de dor e de perda... mas que eram o aporte para um novo recomeço, quem sabe para ambos, e o colar certamente podia sentir tudo aquilo.

Shara o encarou mais uma vez, curiosamente aquele era o último perdão que faltava, o perdão dela para com ele, o perdão de filha… sim e ela fez, mesmo que não tenha dito em voz alta, mas ela havia entendido os motivos dele, todos eles, um por um... aquilo era honesto, e também comovente, principalmente porque do ponto de vista de quem forjou o colar inicialmente, Poseidon no caso, ele não havia obtido esse mesmo perdão, sendo que talvez... aquele fosse o único perdão que importasse no final, pelo menos para ele, mas ali estava Shara reescrevendo aquela história, já que aquilo a distinguia de Medusa, Medusa não havia conseguido perdoar, e não que Shara se considerasse melhor que ela ou coisa do tipo, não... Shara não acreditava nisso, pelo menos não dessa maneira, mas sim porque queria o destino pelo menos uma vez propor oportunidades de corrigir velhos erros do passado.

_Shara – ele a chamou agora de forma impaciente, ela estava completamente imersa naqueles pensamentos... quando algo lhe ocorreu... algo que ela sentiu, foi sutil... mas Shara sentiu, Elza... ela sabia, sim ela sabia... sobre aquilo que acabará de acontecer com o colar, mas como? Isso fez seu coração acelerar... ao se dar conta da gravidade que isso representava para ela, para ele, para todos os envolvidos – apenas me deixe ver isso – ele tentou uma última vez, se aquele fosse um dia qualquer em qualquer outra circunstância, ela certamente já teria sido azarada, tamanho foi o tempo que ela o deixou esperando por uma resposta ali, mas como ela poderia explicar aquilo?

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