Futuro - O Colar

471 35 22
                                    


Severo estava sentado em seus aposentos analisando o colar já fazia algum tempo, com uma expressão séria no rosto. Ele estava repassando a conversa que havia tido com aquela garota mais cedo, onde ela havia feito uma revelação que ele considerou perturbadora a respeito do colar de proteção que um dia havia sido da sua mãe, Snape conhecia o colar muito bem, Maeva o usava o tempo todo, e uma vez ela havia explicado que o colar estava na família a séculos, sim ele era um colar muito antigo, talvez ele realmente fosse mais antigo do que aquele livro, e isso colocaria em choque a suas crenças sobre determinados assuntos, ele lançou um olhar sobre o livro que estava apoiado na mesinha de centro.

Segundo Epson o pingente não era de um material sólido, mas sim um recipiente como um cristal que armazenava algo liquido dentro, e por mais incrível que pareça ela tinha razão, agora Snape se perguntava como ele havia deixado passar algo assim despercebido já que ele era conhecido por suas habilidades em poções, e o fato de não ter notado a natureza do colar antes era demasiadamente perturbador para ele e ele sabia que deveria investigar mais a fundo a respeito.

Snape se levantou da cadeira e caminhou pela sala, profundamente absorto em seus pensamentos. Ele tinha que encontrar uma maneira de analisar a poção dentro do colar, e descobrir o que exatamente ela fazia, ele sabia que essa informação era importante e que ele precisava protege-la a todo custo. Ele considerou a possibilidade de que o objeto pudesse ter sido trocado ou roubado, mas achou improvável, o colar estava guardado com aquele pássaro por todos esses anos, e Maeva havia dado um jeito de entrega-lo a criança, o pássaro era leal família e ele era o guia de Maeva. Ele suspirou profundamente, sentindo-se frustrado e perplexo, ele não poderia deixar essa questão sem resposta, ele precisava descobrir a verdade.

No momento o colar era sua maior preocupação, mas havia algo que o incomodava ainda mais que o colar, aquela garota, de alguma maneira ela o fazia se sentir protetor, ele havia sido sincero, de uma forma como a muito não fazia, com ninguém, e que jamais ele teria feito com uma aluna, mas ela tinha conseguido extrair isso dele e ela se parecia tanto com a mãe, aqueles olhos, por que? Por que tinha que ser o mesmo olhar?

Ele sabia o quanto a tinha machucado na noite anterior, aquelas palavras haviam sido duras e as lagrimas eram a demonstração clara do quanto aquilo tinha sido difícil para ela, como se ele tivesse traído toda a confiança que ela de maneira incompreensível havia depositado nele, ela nunca havia conseguido confiar em um adulto antes ela o tinha tomado por referência, justo ele, por que ele? Ele nunca foi bom em lidar com suas próprias emoções, e agora como lidar com as emoções dela? Aquela garotinha estupida, Maldita Maeva, por que ela fez isso com ele?

Severo olhou para a lareira, sentindo a oscilação na movimentação do fogo, seus aposentos particulares não estavam abertos a rede de flu, apenas para acesso exclusivo do diretor, e ele suspirou, obvio que Dumbledore viria procura-lo, principalmente por que dessa vez Severo optou em não o acionar de imediato, ele precisava de um tempo para organizar seus pensamentos sobre tudo aquilo que havia acontecido, era evidente o quanto ele estava cada vez mais submerso num rio que ele nem sequer queria ter entrado e que agora ele passou a navegar.

_Severo como esta? – Cumprimentou o diretor e Severo o encarou por um momento antes de responder.

_Digamos que eu estou curioso para saber o que o traz aqui num domingo à tarde – Severo respondeu com um pouco de ironia, sabendo muito bem o motivo daquela visita não programada.

_Diga-me – ele foi direto ao ponto - estou ouvindo rumores de que algo aconteceu com Shara ontem à noite, poderia me esclarecer mais a respeito? – bingo, ali estava.

_Posso ver que as notícias nesse castelo correm rápido – Severo disse convidando o diretor para se sentar e oferecendo um chá.

_Ah sim, os retratos do meu escritório estavam alvoroçados essa manhã – Severo bufou com aquele comentário, era por isso que ele não mantinha nenhum retrato em seus aposentos.

Destinos improváveisOnde histórias criam vida. Descubra agora