Futuro - Louise Diaz

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Das muitas coisas satisfatórias de ser um professor tão temido como ele, uma delas com toda certeza era o olhar assustado que os alunos lhe lançavam enquanto iam abrindo espaços instantaneamente pelos lugares ao verem ele se aproximar, outra delas era o privilégio de poder arrastar pelas orelhas e de forma humilhante aqueles alunos tão soberbos e cheios de si, como Draco, uma pena que seu escritório pessoal fosse assim tão perto da sala comunal da Sonserina, pois pela primeira vez ele desejou ter um escritório na parte mais ampla e iluminada do castelo, apenas para poder exibir por um pouco mais de tempo o trunfo que aquela cena lhe causava, ter aquele moleque em suas mãos, sendo constrangido publicamente.

_Entre – ele empurrou o garoto sem nenhuma formalidade para dentro da sua sala, Draco já havia entendido a gravidade daquilo e desistido de tentar se desvencilhar dele, facilitando as coisas para ambos.

_Eu posso saber o motivo pelo qual fui tratado dessa maneira? – ele pediu com aquele ar de arrogância enquanto tentava se recompor, alinhando sua camisa.

_Tenho certeza de que essa sua mente fugaz e cheia de estratégias Sonserinas já tenha lhe proporcionado alguns lampejos sobre isso Sr. Malfoy – por Merlin, mas encarar aquela mini versão de Lucius, o fazia desejar esfregar a cara de verniz daquele moleque dentro do vaso sanitário e a ideia de transforma-lo numa barata parecia ainda mais atraente.

_Se isso é sobre o maldito jogo – ele cuspiu de volta – sinto muito em desaponta-lo professor, mas havia um balaço enfeitiçado caso não tenha notado e eu simplesmente fui atingido quando aquilo sequer era para mim – ele o encarou indignado – deveria estar culpando o maldito Potter por isso e não a mim – Draco finalizou, alisando a orelha que ele havia segurado com força momentos atrás, de fato aquilo estava bastante vermelho.

_Sr. Malfoy – Severo disse da forma mais arrastada possível – acha mesmo que eu me daria ao trabalho de traze-lo até aqui dessa forma por causa do resultado de um maldito jogo de Quadribol? – ele perguntou enfurecido – Acredita que eu perderia meu precioso tempo o envergonhando por isso? – ele o encarou com dureza – por mais inacreditável que possa lhe parecer Malfoy, existem coisas que são muito mais relevantes do que um joguinho estupido como aquele, garoto idiota – ele disse sem se preocupar em manter a compostura e percebendo o desconforto do garoto, assim como um ponto de interrogação se formar em seu semblante.

_Bom... se não é sobre o Quadribol, então não sei – ele disse, dando de ombros, Severo não conseguiu se conter, segurando o garoto pelo braço e o empurrando com força contra a parede de pedras, ele sabia que estava soando de forma ameaçadora, e nesse caso ele não se importava, mas obviamente que o menino estava com medo ali.

_Padrinho? – ele o chamou, Severo não era bem um padrinho presente, mas conforme os anos foram passando Draco havia sido a única criança que ele havia visto crescer, ele era convidado e ia em seus aniversários e por vezes em festivas em sua casa, ele pode ver na íntegra uma criança sendo moldada para ser tornar o pior, o garoto era mimado, arrogante e achava que o mundo girava em torno de si, mas a menção daquele título fez com que ele o soltasse, padrinho deveria ser alguém que desse algum exemplo, alguém para se inspirar... ele nunca havia sido isso, e a verdade lhe caiu como uma luva, ao entender que haviam responsabilidades ali que lhe competiam e que ele não as tinha cumprido.

_Eu disse para não me chamar assim na escola – ele disse tentando controlar seu instinto.

_Pelo que me lembro o senhor me disse para não o chamar assim na escola na frente de outras pessoas e até onde eu posso ver não tem mais ninguém aqui – ele devolveu de forma ousada – foi meu pai que pediu para que me tratasse assim? – ele perguntou sério e aquilo chamou sua atenção.

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