Futuro - Segredos numa caixa

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Olá... bem vindo ao capitulo 70! Uauuuu
Esse é um capitulo com muita, mas muita informação.
Aproveitem :)

Severo caminhou a passos largos pelos corredores extensos do castelo, chegando rapidamente ao seu destino, a parte externa da escola, estava um dia típico de inverno, a neve já começava a se acumular sobre a relva e a copa das árvores e a brisa gelada entrava pelas suas roupas e fazendo com que a sua capa se agitasse ainda mais que o habitual, em uma das mãos ele segurava uma garrafa de whisky de fogo, e na outra um copo, não se preocupando em manter aquilo escondido, afinal era tarde, suficientemente tarde agora e todos os alunos já estavam dormindo ou em suas salas comunais, a incluir aquela garotinha estupida, embora dessa vez ela tivesse demorado muito mais do que de costume para conseguir de fato dormir, sendo necessário uma dose de poção calmante, para auxiliá-la até que ela pudesse se entregar efetivamente ao sono.

Antony, ele notou, estava sentado embaixo de um dos muitos arcos do pátio, tocando aquele instrumento desagradável, a flauta, presente que Shara havia dado para ele, aquele dia na sala precisa... Severo se encostou no parapeito de forma discreta, não chamando a atenção sobre si e tentando não revelar sua presença, esperando que ele realmente terminasse aquilo, Severo sabia que dado a data, as circunstâncias e as lembranças que aquele instrumento podia trazer havia muita simbologia envolvida ali, ainda mais porque Severo reconheceu quase que de imediato aquela melodia, era a mesma canção que Shara havia cantando na enfermaria no dia em que se conheceram, ou seja a carta de Poseidon, aquela que levaria as pistas sobre o ritual, mas tocado por Antony ali e daquela forma, soava ainda mais triste, talvez por que ele assim o quisesse.

_Crisa amava essa canção - ele disse vagamente - e Medusa cantava para ela todas as noites antes de dormir, essa era uma cena verdadeiramente mágica - ele disse reflexivo, silenciando de forma triste - Como sabia que poderia me encontrar aqui fora? – Antony perguntou.

_Previsível - Severo disse sem emoção, mas a verdade é que em suas rondas por vezes ele se deparava com a cena do pássaro sentado ali do lado de fora, Severo não se importava, portanto, nunca o abordou.

_Como ela está? – Antony se virou, sentando de frente para ele agora, havia preocupação em suas feições, Severo podia reconhecer aquilo.

_Dormindo - Severo respondeu de forma curta, mas dado a preocupação esboçada por ele ali, talvez um pouco mais de informação não seria tão ruim assim - digamos que ela tenha precisado de uma boa dose calmante para conseguir adormecer - ele respondeu e Antony continuava a encara-lo sério - ela não estava preparada para isso e honestamente não sei se um dia estaria - ele murmurou - nunca imaginei que seria uma conversa fácil, contudo... - ele encontrou os olhos da ave - também não esperava que fosse tão difícil - Antony suspirou.

_Sabe, Severo... eu... venho esperando por esse momento, a milhares de anos, talvez desde o dia que ela se foi... Medusa é claro - ele explicou - eu contava os anos, como se fossem dias e depois de um tempo, eu simplesmente parei de contar... confesso que havia perdido completamente a esperança, achei que não seria mais possível, mas no dia que você quebrou minha maldição, aqui... exatamente nesse pátio, algo reacendeu dentro de mim, provando mais uma vez o quanto eu realmente ansiava por isso, já que nem a minha forma humana, foi capaz de me devolver... - ele o encarou de forma triste - a vontade de viver outra vez... eu espero por esse momento a tanto tempo e agora que está tão perto... agora que é real, e que eu quase posso sentir... - ele disse, fazendo uma pausa – por que está sendo tão difícil? - ele perguntou confuso - por que não estou feliz com isso? Eu... eu simplesmente não entendo.

_Talvez... - Severo olhou para a escuridão do céu, na dúvida se aquilo que ele estava prestes a dizer era mesmo uma resposta para a pergunta feita por Antony ali, ou se aquilo era uma resposta para suas próprias inquietações, talvez fosse para ambos... - tenha encontrado sentido, onde antes não havia algum - Antony encarou o céu também.

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