Futuro - Quem é você Severo Snape?

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"mas antes que ela pudesse pensar em fazê-lo, ela já havia sido desarmada"

Shara sentiu o impulso da varinha fluir da sua mão, aquela era justamente a mão que havia sido machucada, ela mal conseguia fecha-la, movimentar os dedos parecia uma tarefa bastante difícil, estava inchado agora, aquilo certamente deixaria marcas. Aquele homem havia mesmo a machucado, embora doesse, doía muito mais na alma do que na mão propriamente dita, ela se lembrou de Mancha, até mesmo ela era mais cuidadosa que isso, ela sempre batia na palma da mão, por que por mais que doesse e ficasse vermelho, aquilo sumia em algumas horas, mas ele não, ele tinha feito questão de machuca-la, na frente de todos, ele era um homem horrível.

_Uma das regras mais importantes dessa escola é nunca, em hipótese alguma levantar a varinha com o intuito de atacar um professor – Era a voz do professor Snape, era fria, vazia e sem nenhuma emoção, na verdade nada diferente do habitual – como se você se desse ao trabalho de cumprir alguma das regras – ele mesmo concluiu ao se dar conta do que havia dito, como ele sabia que ela estava ali? Impossível, e como ele havia simplesmente ido até ela, ela duvidava muito que ele tinha deixado o Sr. Malfoy lá plantado e corrido atrás dela, não depois de toda a pose que ela tinha presenciado ele fazer e manter na frente dele era enojador, ela estava paralisada, ainda analisando a mão machucada, agora vazia, sua varinha estava em posse dele, ela resolveu levantar a cabeça para encara-lo, era difícil encontrar palavras ou sequer dizer o que ela sentia ali.

_Eu pedi para me deixar em paz – ela respondeu apenas repetindo aquilo que havia gritado antes, por mais que ela desejasse ficar sozinha, não ser vista por mais ninguém, cuidar por conta própria de toda aquela bagunça que ela se encontrava, e por mais que todas as frustrações viessem à tona e ela desejasse bater nele, empurra-lo ou seja lá o que mais ela poderia fazer para tirá-lo da sua vista, da sua vida e fingir nunca ter confiado e nem se afeiçoado a ele, ela não conseguia, ela queria cuspir cada maldita frustração nele, como ela havia planejado e reproduzido mentalmente, várias e varia vezes durante aquela madrugada sombria em que ela mal havia conseguido pregar os olhos, mas ela simplesmente não conseguia e ele estava ali, bem na sua frente agora, parado mais uma vez, quem sabe até mesmo esperando algum acesso de fúria, para assim arrasta-la para fora, e disciplina-la, como sempre fazia, ela sentiu que o ar estava faltando, seus olhos estavam vermelhos e agora ardiam, ela estava envergonhada pela forma humilhante que havia sido tratada e ainda assim ela não conseguia afasta-lo como ela achava que deveria, ele que deveria tê-lo protegido, mas pelo contrário não havia feito nada - Vai embora - ela pediu, quase sussurrando, mas ele não se moveu.

_Não me diga o que fazer Epson – ele foi direto – e não seria apropriado, como professor e chefe de casa, deixá-la nesse estado sozinha - ele argumentou, como se estivesse apenas cumprindo um maldito protocolo.

_Claro, bom... talvez devesse rever o que é ou não apropriado professor - ela disse tentando soar grosseira – já que ser tratada de forma humilhante pelo pai de outro aluno e agredida por ele na frente de todos, inclusive do seu chefe de casa, não me parece algo muito adequado também – ela tinha tantos motivos para estar chateada agora, mas se ele queria mesmo falar de protocolos, algo estava bem errado.

_Quem sabe... – ele disse pausadamente e aquilo sempre a intimidava – se você simplesmente conseguisse manter a sua boca fechada, ao invés de se ofender e retribuir a provocação de um maldito comensal da morte como ele, que no seu caso representa ainda mais perigo que o normal – ele olhou para a sua cicatriz marcada e exposta - sendo ele pai de outro aluno, alguém de sobrenome e consequentemente influente, certamente não teríamos agora mais essa discussão e muito menos uma mão quebrada – ele a encarou se aproximando – mas é claro que mais uma vez – ele reforçou aquilo - você não consegue entender isso – ele concluiu cansado.

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