Futuro - Arranjos novos

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_Mandou me chamar Alvo? - Era cedo e Severo estranhou aquele aviso matutino, ainda assim ele veio o mais rápido que pôde, deixando Shara ainda dormindo em seu quarto enquanto Antony roncava na sala, sua vida definitivamente não era mais a mesma, ele se via perdendo o controle de toda e qualquer estabilidade que ele havia alcançado durante todos aqueles anos e por mais incrível que tudo isso pudesse ser, aquilo era algo que ele estava aprendendo a aceitar.

_Oh sim... sente-se - Alvo pediu enquanto ajeitava os óculos meia lua, Minerva também estava na sala, o que o fez pensar que aquilo fosse algo relacionado com a câmera secreta, Alvo vinha mesmo bastante preocupado com aquele assunto.

_Aconteceu alguma coisa? - ele perguntou um tanto quanto impaciente, já que ambos estavam em silêncio por tempo demasiadamente longo para o seu nível de tolerância.

_Sim... de certa forma sim, precisamos de alguns novos ajustes... sobre a situação atual de Shara - Alvo começou, Severo estranhou, então aquilo era sobre a menina? Claro que se tratando dela e de tudo que a envolvia, não é como se algo ainda o pudesse surpreender nesse sentido, afinal nada nunca seguia um padrão ou coisa do tipo - recebi uma notificação do Ministério sobre as alterações em seus registros - Alvo explicou... uma notificação do Ministério, naquelas circunstâncias isso parecia ruim, muito ruim, sua mente foi de total inércia para algo como pânico generalizado, talvez... ela não tivesse conseguido controlar a magia ancestral na noite passada, não como ela havia dito ter conseguido e o Ministério finalmente rastreou aquilo a localizando e identificando o responsável... e agora certamente estavam reivindicando a criança, a acusando pelo uso inapropriado daquela magia...

_Não deixarei que a levem... - ele se levantou um tanto quanto exaltado, algo precisava ser feito... mas Alvo permanecia calmo e Minerva lhe deu um leve sorriso de canto.

_Sente-se... isso nada tem a ver com a magia ancestral que ela possui - Severo levou as mãos até suas têmporas, para massageá-las... do que diabos se tratava aquilo então?

_Diga de uma vez velho... não estou em condições de apreciar nenhum suspense... - Severo pediu agora sem paciência, voltando a se sentar, dessa vez foi Alvo que sorriu, mas não havia motivo algum para sorrir ali.

_Percebo - Alvo disse, lhe entregando um pergaminho - mas nesse caso, nada a se preocupar... protocolo apenas - Severo estreitou o olhar - pois bem... como o atual responsável legal de Shara, faleceu... o nome de Noah deixa de existir em seus registros e portanto para que ela possa continuar seus estudos em Hogwarts ou em qualquer outra instituição bruxa, precisa ser reportado um nome, um novo substituto, normalmente em situações como essas, acabamos não nos envolvendo, pois alguém da família acaba se responsabilizando... mas não é o caso aqui, já que ela vivia numa casa de acolhimento infantil - Alvo explicou - e se não nos posicionarmos, ninguém fará - ele o encarou.

_Sabe que não posso... isso iria expô-la ainda mais, chamaria a atenção de forma negativa... minha posição, meu passado... Alvo isso é algo que discutimos e honestamente não vejo como... - Severo disse, aquilo já deveria ser mais do que óbvio, ali estava justamente a importância daquele segredo...

_Severo... Severo... - Alvo chamou sua atenção, pedindo que ele parasse ali, enquanto destinava seu olhar para Minerva.

_Me tornarei a responsável legal dela - Minerva disse e ele se levantou mais uma vez, agora para encará-la incrédulo, sim... ele estava enganado, sempre poderia haver algo que pudesse surpreendê-lo, sempre... e ali estava... aquilo o havia deixado completamente sem reação e sem palavras, Minerva estava assumindo? Isso significava muito, ele não esperava... não... então isso justificava sua presença na sala, e o que Minerva estava disposta a fazer pela menina... aquilo era tão nobre, ela assumiria a criança de forma legal e todas as implicações que viriam daquilo... - não me olhe assim... é o mínimo que eu posso fazer por Maeva, como disse ela era como uma filha pra mim e por um tempo nos tratamos como tal, eramos uma família e eu não posso deixar que a filha dela, a filha pelo qual ela se sacrificou para proteger esteja desamparada ou caia em mãos erradas - ela disse - faremos isso a quatro mãos - eu assino um papel... mas como bem sabe não tenho idade para educar e acompanhar o ritmo de uma criança como ela, portanto você fará... quer dizer apenas continuará fazendo o que já vem fazendo, e fazendo muito bem por sinal... - ela disse com um sorrisso e ele notou que ela havia deixado uma lágrima escapar, a enxugando rapidamente - e para que isso dê certo, Alvo pensou em algo... algo que poderá funcionar para todos, já que sabemos que conforme o tempo for passando, ficará evidente que estarão mais próximos - ela explicou e ele voltou sua atenção para o diretor.

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